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30/06/2004 - 20h47

Nas capitais, fracassam as alianças PT-PMDB

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha em Belo Horizonte
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
TIAGO ORNAGHI
da Agência Folha

O desejo do PT de ter o PMDB como principal aliado nas capitais para as eleições de outubro fracassou. Das 26 capitais, somente em Curitiba (PR) e talvez em Palmas (TO) petistas e peemedebistas estarão unidos. Efeito nenhum teve a comissão criada em setembro do ano passado entre os presidentes nacionais das duas legendas para amarrar as alianças nas capitais.

Hoje foi o final do prazo para realização de convenções partidárias e definição de candidaturas para a eleição de outubro.

Se a aliança com o aliado preferencial não vingou, o PT selou coligações importantes em outras quatro capitais com o PTB e o PL. E três dessas capitais --São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre-- são consideradas vitrines, porque nelas o PT defenderá o propalado "modo petista de governar".

PTB e PL, que, como o PMDB, compõem a base de sustentação do governo Lula no Congresso, se juntaram aos petistas para defender as reeleições de Marta Suplicy, em São Paulo, e Fernando Pimentel, em Belo Horizonte. E o PL estará com Raul Pont (PT) em Porto Alegre.

PTB

Mas o PTB só aderiu à causa petista em cima da hora, de olho em uma eventual ajuda do Planalto para reforçar sua bancada na Câmara. No Rio, por exemplo, os trabalhistas, que já tinham se definido pelo apoio à reeleição de César Maia (PFL), tiraram a camisa há uma semana e vestiram a do petista Jorge Bittar.

Foi assim também em Belo Horizonte. Faltando dez horas para o PTB-MG lançar candidato próprio, a cúpula nacional do partido interveio e foi fechada a aliança com o PT, que, fracassou no acordo que tentava com o PMDB.

Até as 19h desta quarta-feira, o PT já havia definido sua situação nas 26 capitais. Ainda não havia definição do PMDB em três capitais, do PSDB, em quatro, e do PFL, em uma.

O PT é o partido que mais vai lançar candidato próprio nas capitais. Serão 24 candidatos. Por interferência da direção nacional, os petistas desistiram da candidatura própria em Maceió e vão compor com o PSB. Em Boa Vista, o partido apoiará o PPS.

Até as 19h, o PMDB havia definido candidato próprio em dez capitais, mesmo número de candidatos do PFL. Já o PSDB terá candidato em ao menos 11 capitais, sendo que, dos oito Estados governados pelos tucanos, o partido terá candidato próprio em apenas quatro (São Paulo, Fortaleza, Porto Velho e João Pessoa).

"Água"

Sobre as tentativas de alianças entre peemedebistas e petistas, o secretário-geral do PMDB nacional, deputado federal Saraiva Felipe (MG), afirmou: "Fez água esse projeto". E justifica afirmando que os petistas não se mostram dispostos a negociar programas de governo e composições nas administrações.

"Existia essa expectativa [de ter um parceiro preferencial] até por parte do PMDB, mas pesou a dificuldade de diálogo com o PT. Um exemplo dessa realidade foi em São Paulo. E essa dificuldade ocorre não só nas capitais, mas nas grandes cidades também."

O presidente nacional do PT, José Genoino, no entanto, minimizou o fracasso da comissão criada por ele e Michel Temer, presidente nacional do PMDB: "Isso aí já estava previsto. O PMDB é um partido grande, e cada Estado tem sua realidade, o que a gente respeita. Quando eu conversei com o Temer, já estava na nossa perspectiva fazer as alianças principalmente no segundo turno", disse ele, que trata isso como um "jogo combinado".

Sem o PMDB, Genoino louva as alianças com o PTB e PL nos principais centros econômicos do país e em outras grandes cidades. "Eles estão fortalecendo o projeto nacional", disse o presidente petista, apesar de afirmar que "2006 não está na disputa de 2004", referindo-se à eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (RJ), disse que as alianças com o PT em algumas das principais capitais faz parte dos objetivos do partido de se tornar um dos principais parceiros do PT em nível nacional.

Ele não acredita que a campanha para as prefeituras vá ser nacionalizada. "O PSDB quer fazer um posfácio da eleição de 2004 e um prefácio de 2006."

Já o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, enaltece o fato de o seu partido ser aliado do PT "nas cidades importantes". Ele acredita na nacionalização das campanhas municipais, mas disse que isso será mais evidente nas grandes cidades, "mais politizadas". O PL apoiará o PT em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.

CHICO DE GOIS, da Folha de S.Paulo

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