Publicidade
Publicidade
05/09/2004
-
05h54
KATIA CALSAVARA
da Folha de S.Paulo
De dia ele é Serra, de noite é Marta. Das 9h às 17h, José Epaminondas (nome fictício), 23, sacode a bandeira para o tucano numa avenida do centro de São Paulo. Chega em casa, no Jardim Princesa, periferia da zona norte, por volta das 19h30, após pegar três conduções. Toma banho, janta, descansa e troca de camiseta. Da amarela e azul, passa para a vermelha e branca. A jornada não terminou.
O rapaz veste a camisa do PT e se apresenta para o trabalho na campanha de Marta Suplicy por volta das 23h30 e trabalha até as 5h. Pouco tempo resta para que ele troque de camiseta e de candidato outra vez. "Durmo no ônibus e no intervalo entre uma campanha e outra. Somando, dá cerca de três horas por dia."
Ao iniciar a colaboração nas duas campanhas, Epaminondas foi advertido de que não deveria fazer propaganda para os dois candidatos ao mesmo tempo. "Eu estava sabendo disso, mas escondo. Para mim, a única coisa que importa é o dinheiro."
Desempregado, compara: "Na campanha do Serra, ganho R$ 20 por dia para abanar a bandeira por oito horas. Não estão inclusos almoço e condução. Para Marta, ganho R$ 25 por dia. Prego cartazes e organizo material em caixas. Temos direito a lanche, roupa e vale-refeição".
E, afinal, qual deles é seu candidato? "Voto na Marta. E não é porque ela está pagando melhor [risos]. O negócio dela é trabalhar para os pobres. O Serra é para a classe mais elevada."
O ex-taxista Izavam Fonseca, 59, diz que abanar a bandeira de Serra "é melhor do que não trabalhar". Tucano roxo, diz aproveitar as oito horas de trabalho também para "pensar na vida".
Marta Militão, 48, mora no Jardim Peri e trabalha na campanha da xará prefeita "por amor". Ela não revela o número de horas que faz propaganda.
Marcos Tornich, 42, diz trabalhar oito horas por dia para o PT. No momento em que ia revelar o quanto ganha, um fiscal o interrompeu dizendo que não pode dar entrevista.
Leia mais
Segurança de faixa ganha R$ 15 por dia
Especial
Veja o que foi publicado sobre cabo eleitoral
Veja o especial de eleições
"Camaleão" é PSDB de dia e PT à noite
Publicidade
da Folha de S.Paulo
De dia ele é Serra, de noite é Marta. Das 9h às 17h, José Epaminondas (nome fictício), 23, sacode a bandeira para o tucano numa avenida do centro de São Paulo. Chega em casa, no Jardim Princesa, periferia da zona norte, por volta das 19h30, após pegar três conduções. Toma banho, janta, descansa e troca de camiseta. Da amarela e azul, passa para a vermelha e branca. A jornada não terminou.
O rapaz veste a camisa do PT e se apresenta para o trabalho na campanha de Marta Suplicy por volta das 23h30 e trabalha até as 5h. Pouco tempo resta para que ele troque de camiseta e de candidato outra vez. "Durmo no ônibus e no intervalo entre uma campanha e outra. Somando, dá cerca de três horas por dia."
Ao iniciar a colaboração nas duas campanhas, Epaminondas foi advertido de que não deveria fazer propaganda para os dois candidatos ao mesmo tempo. "Eu estava sabendo disso, mas escondo. Para mim, a única coisa que importa é o dinheiro."
Desempregado, compara: "Na campanha do Serra, ganho R$ 20 por dia para abanar a bandeira por oito horas. Não estão inclusos almoço e condução. Para Marta, ganho R$ 25 por dia. Prego cartazes e organizo material em caixas. Temos direito a lanche, roupa e vale-refeição".
E, afinal, qual deles é seu candidato? "Voto na Marta. E não é porque ela está pagando melhor [risos]. O negócio dela é trabalhar para os pobres. O Serra é para a classe mais elevada."
O ex-taxista Izavam Fonseca, 59, diz que abanar a bandeira de Serra "é melhor do que não trabalhar". Tucano roxo, diz aproveitar as oito horas de trabalho também para "pensar na vida".
Marta Militão, 48, mora no Jardim Peri e trabalha na campanha da xará prefeita "por amor". Ela não revela o número de horas que faz propaganda.
Marcos Tornich, 42, diz trabalhar oito horas por dia para o PT. No momento em que ia revelar o quanto ganha, um fiscal o interrompeu dizendo que não pode dar entrevista.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice