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19/10/2004
-
09h02
da Folha de S.Paulo
O jornalista Vladimir Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo. Naquela época, Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura.
Na noite do dia 24 de outubro, agentes dos serviços de inteligência foram à TV Cultura convocar o jornalista para prestar depoimento sobre suas ligações com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Ele prometeu comparecer, na manhã do dia seguinte, ao quartel da rua Tutóia. A proposta foi aceita. Seu depoimento foi uma sessão de tortura. Dois jornalistas presos com ele confirmaram o espancamento. Herzog morreu nesse mesmo dia.
Segundo a versão oficial, Herzog se enforcou na cela com um cinto do macacão de presidiário. O médico-legista Harry Shibata foi responsável pelo laudo necroscópico que sustentava a tese de suicídio. A solução apresentada não era muito original: segundo Elio Gaspari ("A Ditadura Encurralada"), tratava-se do 38º suicida do regime militar e o 18º a matar-se por enforcamento.
A Sociedade Cemitério Israelita rejeitou a versão apresentada pelos militares e decidiu não enterrar o jornalista na ala destinada aos suicidas: "Vi o corpo de Herzog. Não havia dúvidas de que ele tinha sido torturado e assassinado", declarou o rabino Henry Sobel. No dia 31 de outubro de 1975, foi realizado um culto ecumênico em memória de Herzog na Catedral da Sé, do qual participaram 8.000 pessoas, num protesto silencioso contra o regime.
Três anos depois, em 1978, a Justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. Em 1996, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconheceu que Herzog foi assassinado no DOI-Codi de São Paulo e decidiu conceder uma indenização para sua família.
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Jornalista morreu sob tortura em outubro de 1975
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O jornalista Vladimir Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo. Naquela época, Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura.
Na noite do dia 24 de outubro, agentes dos serviços de inteligência foram à TV Cultura convocar o jornalista para prestar depoimento sobre suas ligações com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Ele prometeu comparecer, na manhã do dia seguinte, ao quartel da rua Tutóia. A proposta foi aceita. Seu depoimento foi uma sessão de tortura. Dois jornalistas presos com ele confirmaram o espancamento. Herzog morreu nesse mesmo dia.
Segundo a versão oficial, Herzog se enforcou na cela com um cinto do macacão de presidiário. O médico-legista Harry Shibata foi responsável pelo laudo necroscópico que sustentava a tese de suicídio. A solução apresentada não era muito original: segundo Elio Gaspari ("A Ditadura Encurralada"), tratava-se do 38º suicida do regime militar e o 18º a matar-se por enforcamento.
A Sociedade Cemitério Israelita rejeitou a versão apresentada pelos militares e decidiu não enterrar o jornalista na ala destinada aos suicidas: "Vi o corpo de Herzog. Não havia dúvidas de que ele tinha sido torturado e assassinado", declarou o rabino Henry Sobel. No dia 31 de outubro de 1975, foi realizado um culto ecumênico em memória de Herzog na Catedral da Sé, do qual participaram 8.000 pessoas, num protesto silencioso contra o regime.
Três anos depois, em 1978, a Justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. Em 1996, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconheceu que Herzog foi assassinado no DOI-Codi de São Paulo e decidiu conceder uma indenização para sua família.
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