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01/12/2005
-
15h46
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O ex-deputado José Dirceu (PT-SP), cassado na madrugada desta quinta-feira, afirmou que, se fosse o presidente do PT ou ministro da Casa Civil, o partido e a gestão Lula estariam em outra situação.
O principal deles foi o envolvimento com o empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza e o financiamento irregular de campanhas eleitorais com dinheiro de empréstimos bancários.
"Se eu fosse do governo, se eu fosse ministro, se eu fosse presidente do PT, a situação seria outra", disse Dirceu, que foi presidente do PT até 2003 e chefe da Casa Civil até junho.
A declaração, princípio de uma crítica à forma como o PT agiu na gestão de José Genoino e como o governo atuou, foi logo em seguida esfriada com um pedido de desculpas, reticente a atender o pedido para detalhar em que situação estariam PT e governo.
"Não vou responder a essa pergunta [de como o PT estaria se ele fosse presidente], porque não deveria ter dito isso. Me desculpem."
Dirceu disse, contudo, que, mesmo com os erros da gestão anterior do PT, o partido não pode ser julgado apenas pela crise atual. E comparou a situação da legenda à Igreja Católica que, de acordo com ele, apoiou o golpe de 1964, mas condenou posteriormente a ditadura militar. "Não podemos julgar uma instituição como o PT, com uma história de 25 anos, por conta desses erros", afirmou.
O ex-deputado defendeu o partido das acusações de que havia se tornado uma "máquina arrecadadora" e patrocinadora do "mensalão". "Foi um mito que inventaram e o PT deixou. O PT não é uma máquina arrecadatória", disse.
Elogios
Durante a entrevista que concedeu na tarde desta quinta-feira, Dirceu elogiou a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo diante do processo de cassação. Na opinião de Dirceu, Lula teve uma posição de estadista.
E fez uma defesa rápida do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos principais responsáveis pelo esquema de uso de recursos das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Na opinião de Dirceu, não houve corrupção praticada por Delúbio, apesar de as investigações feitas pelas CPIs em curso, e o ex-tesoureiro levaria uma 'vida simples'. De acordo com o ex-deputado, o ex-tesoureiro não teria praticado corrupção porque não teria atuado para enriquecer.
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Se eu fosse presidente do PT, situação seria outra, diz Dirceu
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O ex-deputado José Dirceu (PT-SP), cassado na madrugada desta quinta-feira, afirmou que, se fosse o presidente do PT ou ministro da Casa Civil, o partido e a gestão Lula estariam em outra situação.
O principal deles foi o envolvimento com o empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza e o financiamento irregular de campanhas eleitorais com dinheiro de empréstimos bancários.
"Se eu fosse do governo, se eu fosse ministro, se eu fosse presidente do PT, a situação seria outra", disse Dirceu, que foi presidente do PT até 2003 e chefe da Casa Civil até junho.
A declaração, princípio de uma crítica à forma como o PT agiu na gestão de José Genoino e como o governo atuou, foi logo em seguida esfriada com um pedido de desculpas, reticente a atender o pedido para detalhar em que situação estariam PT e governo.
"Não vou responder a essa pergunta [de como o PT estaria se ele fosse presidente], porque não deveria ter dito isso. Me desculpem."
Dirceu disse, contudo, que, mesmo com os erros da gestão anterior do PT, o partido não pode ser julgado apenas pela crise atual. E comparou a situação da legenda à Igreja Católica que, de acordo com ele, apoiou o golpe de 1964, mas condenou posteriormente a ditadura militar. "Não podemos julgar uma instituição como o PT, com uma história de 25 anos, por conta desses erros", afirmou.
O ex-deputado defendeu o partido das acusações de que havia se tornado uma "máquina arrecadadora" e patrocinadora do "mensalão". "Foi um mito que inventaram e o PT deixou. O PT não é uma máquina arrecadatória", disse.
Elogios
Durante a entrevista que concedeu na tarde desta quinta-feira, Dirceu elogiou a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo diante do processo de cassação. Na opinião de Dirceu, Lula teve uma posição de estadista.
E fez uma defesa rápida do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos principais responsáveis pelo esquema de uso de recursos das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Na opinião de Dirceu, não houve corrupção praticada por Delúbio, apesar de as investigações feitas pelas CPIs em curso, e o ex-tesoureiro levaria uma 'vida simples'. De acordo com o ex-deputado, o ex-tesoureiro não teria praticado corrupção porque não teria atuado para enriquecer.
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