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25/01/2006 - 15h09

Conselho retoma sessão e deputado do PP promete votar pela cassação de Brant

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O deputado Pedro Canedo (PP-GO) anunciou na tarde desta quarta-feira que irá participar da sessão do Conselho de Ética para votar com Nelson Trad (PMDB-MS), relator do processo contra deputado Roberto Brant (PFL-MG) por quebra de decoro parlamentar. Em reunião na semana passada, Trad apresentou seu relatório pedindo a cassação do pefelista.

O parecer do relator seria votado ainda nesta manhã, mas a denúncia de uma suposta articulação do PP para livrar Brant da cassação acabou adiando a votação. Segundo Trad, o partido pretendia com isso ter vantagens de membros do PFL nas futuras votações dos processos dos deputados Pedro Corrêa (PP-PE), José Janene (PP-PR) e Pedro Henry (PP-MT).

Antes do início da sessão, integrantes do PFL já circulavam pelo Conselho. Os líderes do partido --Rodrigo Maia (RJ)-- e da minoria --José Carlos Aleluia (PFL-BA)-- na Câmara, que não são membros do Conselho e portanto não iriam participar da votação, circulavam pelos corredores e conversavam com os colegas.

Enquanto os pefelistas articulavam, Trad pediu a palavra e defendeu o adiamento da votação por causa de uma suposta tentativa de acordo costurado entre o PP e o PFL.

Ele disse que no início da manhã recebeu um telefonema de Pedro Canedo (PP-GO) "quase chorando, excessivamente nervoso". Conforme o relato de Trad, Canedo disse que iria faltar à sessão de hoje devido à pressão que estava sofrendo pelo PP para participar do acordo para livrar Brant da cassação.

Pressão

Após reunião fechada do Conselho de Ética, Canedo confirmou ter sofrido pressões da direção do PP para que mudasse seu voto ou então não comparecesse à reunião de hoje.

"Recebi a orientação do partido para aguardar a ordem para vir ou não ao Conselho. Primeiro o deputado Pedro Corrêa [presidente do PP] me consultou sobre como seria meu voto. Eu disse que votaria com o relator. Ele me perguntou se não tinha chance de mudar meu voto, eu disse que não. Depois, recebi a ordem para aguardar", relatou Canedo.

Em seguida, Canedo voltou atrás e disse que não havia sofrido pressão.

Após a divulgação das denúncias, o deputado disse que recebeu um novo telefone de Corrêa. "Desta vez, ele me mandou votar de acordo com a minha consciência".

A assessoria de imprensa da liderança do PP informou que somente Canedo irá se pronunciar sobre o episódio.

Processo

Brant foi citado no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiário das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

Os recursos, de acordo com Brant, seriam originários do caixa da Usiminas. Em sua defesa, o deputado afirmou que, por ser dinheiro privado, gasto na campanha de 2004, o caso se diferenciava das acusações que pesam contra os parlamentares da base governista, que teriam usado recursos públicos.

O relator discordou do argumento. No relatório, Trad afirmou que "os fatos apurados assumem o contorno de ilícito eleitoral, a partir do recebimento e utilização de recursos na campanha eleitoral de 2004 sem declaração de origem e destinação na respectiva prestação de contas".

No último dia 19, depois que o relator pediu a cassação de Brant, os deputados Benedito de Lira (PP-AL), Fernando de Fabinho (PFL-BA), além de Torgan (PFL-CE), pediram vistas, adiando assim a votação do processo.

Já naquela sessão, Brant dizia ser inocente, mas declarou que pretendia abandonar a carreira política independente da decisão do Conselho.

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