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30/10/2006 - 09h32

Mapa do poder nos Estados favorece Lula

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O PT bateu um recorde nesta eleição e vai governar o seu maior número de Estados a partir de 2007: Acre, Bahia, Pará, Piauí e Sergipe. Ao todo, essas cinco unidades da Federação concentram 17,1 milhões de eleitores, o equivalente a 13,5% do total do Brasil.

É um salto em relação ao que os petistas tiveram em 2002, quando elegeram apenas os governadores do Acre, de Mato Grosso do Sul e do Piauí (3,2% dos eleitores do país).

Os resultados de ontem também confirmam um cenário geral muito mais confortável para o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva na comparação com 2002. Há quatro anos, o petista tomou posse com apoio incondicional dos três governadores eleitos pelo PT. Agora, Lula entrará no Planalto em 2007 com o suporte explícito de 16 governadores.

O único revés coletado por Lula nas dez disputas de segundo turno foi a derrota de Roseana Sarney no Maranhão. O fracasso no Rio Grande do Sul, com Olívio Dutra (PT) perdendo para Yeda Crusius (PSDB) já era dado como certo.

No caso do Maranhão, entretanto, o presidente chegou a assumir o desgaste de aparecer em público com a família Sarney. Fez até um comício naquele Estado para pedir votos para Roseana. O vencedor, Jackson Lago (PDT), havia sinalizado apoio ao Planalto no início da disputa. Agora, pode recuar.

Ainda assim, os 16 governadores que tomarão posse em 2007 e são explicitamente a favor de Lula comandam um eleitorado de 58,2 milhões em seus Estados --ou 46,3% do país.

Também nesses 16 Estados com governadores lulistas foram eleitos 267 deputados, o equivalente a 52% da Câmara.

A vitória inédita para o PT ontem, porém já esperada, foi no Pará, com Ana Júlia Carepa derrotando Almir Gabriel (PSDB). Carepa, a tucana Yeda Crusius no Rio Grande do Sul e a governadora reeleita do Rio Grande do Norte, Vilma Faria (PSB), ampliam para três o número de mulheres no comando de Estados. Hoje, há duas: a própria Vilma e Rosinha Garotinho (PMDB), no Rio --essa última passará a cadeira para Sérgio Cabral (PMDB).

Além dos cinco Estados governados pelo PT, Lula garantiu apoios de cinco governadores do PMDB, três do PSB, um do PPS e um do PDT.

No campo mais à esquerda, o destaque ficou com o PSB. A sigla manteve o Rio Grande do Norte e conquistou o Ceará e Pernambuco. Já no primeiro turno havia passado a marca de mais de 5% dos votos para deputado federal no país (cumprindo a cláusula de barreira).

Ontem, com a eleição de Eduardo Campos para o governo de Pernambuco, o PSB passa a ter nas mãos o sétimo maior eleitorado estadual do país.

Neto de Miguel Arraes (1916-2005), Campos será um dos principais interlocutores de Lula na sigla. Dividirá a tarefa com o neopessebista Ciro Gomes, cujo irmão, Cid Gomes, foi eleito governador do Ceará ainda no primeiro turno.

PMDB, PFL e PSDB

O PMDB sofreu até o último voto com a reeleição de Roberto Requião no Paraná, mas acabou conquistando o maior número de governadores (sete) entre as legendas. Governará um eleitorado total de 28,7 milhões ou o equivalente a 22,8% do país a partir de 2007.

O PSDB ficou com um Estado a menos que o PMDB. Mas os seis comandados por tucanos representam um eleitorado de 54,1 milhões (43% do país).

A diferença dos tucanos para os outros partidos é que o PSDB continua hegemônico no Sudeste, pois manteve São Paulo e Minas (com vitórias de José Serra e Aécio Neves no primeiro turno, respectivamente). A novidade agora foi a conquista do Rio Grande do Sul.

A história negativa desta eleição entre os grandes partidos ficou para o PFL. A sigla teve seu apogeu em 1998, com seis governadores eleitos. Nas eleições seguintes, encolheu. Em 2002 foram só quatro governadores eleitos. Agora, ficou com o pequeno Distrito Federal, onde foi vitorioso José Roberto Arruda --um ex-tucano.

Os dois maiores fracassos pefelistas foram na Bahia (com a derrota no primeiro turno do governador Paulo Souto) e no Maranhão (com Roseana).

Ainda a ser registrado na conclusão das eleições estaduais o fato de 14 governadores --dos 19 que tentaram-- terem conseguido se reeleger. Ficou assim igualado o recorde de 1998, a primeira vez em que a reeleição foi permitida.



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