Publicidade
Publicidade
19/12/2006
-
09h43
SILVIO NAVARRO
FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Pressionados pela repercussão negativa do reajuste de 91% nos salários dos parlamentares, líderes do PT no Congresso decidiram ontem se posicionar contra o aumento, saída que acabou isolando o candidato do partido à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Líder do governo Lula na Câmara, Chinaglia é o único deputado petista a manter publicamente a defesa do salário de R$ 24,5 mil para os congressistas. O senador Tião Viana (PT-AC), que compõe a Mesa Diretora, também havia dito ser favorável na semana passada.
O clima interno no PT ficou tenso durante a tarde porque, apesar do aval do presidente interino da sigla, Marco Aurélio Garcia, para que os líderes marcassem posição contra o reajuste, aliados de Chinaglia reclamaram que a medida geraria desgaste e poderia até tirá-lo da disputa pela Mesa da Câmara.
Após uma série de notas e entrevistas de petistas, o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), decidiu falar em nome da bancada: "A posição do deputado Chinaglia é pessoal. A bancada do PT é contra, e essa posição foi expressa desde o começo". Fontana havia votado contra o reajuste na reunião da cúpula do Congresso sobre o tema e ontem sugeriu que ele volte a ser debatido em nova reunião de líderes.
Desde então, Chinaglia tem se esquivado de falar sobre o assunto. Procurado ontem pela Folha, ele não respondeu às ligações. Aliados que articulam sua candidatura tentaram atuar para abafar o constrangimento, mas admitiram que a saída seria rever a posição.
"Não vejo como insistir nisso: é indefensável. Pior do que errar é permanecer no erro. Quero crer, e ouvi isso de outros líderes, que é caso de reavaliar", disse o deputado Fernando Ferro (PT-PE). "Ele disse em seu próprio nome, não precisa estar só em sintonia com a bancada do PT", disse Odair Cunha (PT-MG).
Ferro e outros quatro deputados petistas --Walter Pinheiro (BA), Dr. Rosinha (PR), Maurício Rands (PE) e Tarcísio Zimmermann (RS)-- assinaram um documento propondo um decreto legislativo para alterar o valor acertado, de R$ 24,5 mil para R$ 16,4 mil. O decreto teria que ser aprovado pelo plenário da Câmara.
O deputado Vicentinho (PT-SP) também anunciou que devolverá à Casa o montante que exceder o valor corrigido pela inflação --R$ 16,4 mil.
Como o potencial adversário de Chinaglia na eleição da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), também firmou posição idêntica, cresceram as críticas de que o reajuste virou bandeira de campanha para conseguir a presidência da Câmara.
No Senado, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que se absteve da votação sobre o tema na semana passada, recuou. Em nota, disse ter sido 'voto vencido' na bancada e defendeu que a polêmica seja levada para análise em votação no plenário.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que a decisão seja revista: "Avalio que os presidentes do Senado e da Câmara, diante desse clamor popular, podem perfeitamente tomar a iniciativa de rever a decisão".
Leia mais
Livro de Leôncio Martins Rodrigues analisa perfil da Câmara dos Deputados
Livro "Políticos do Brasil"mostra evolução do patrimônio dos deputados
CUT realiza manifestações contra reajuste de salário dos parlamentares
Deputados têm tudo e eu nada, diz mulher que esfaqueou ACM Neto
Especial
Leia o que já foi publicado sobre reajuste salarial
Pressionado, PT agora critica aumento de 91% a parlamentares
Publicidade
FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Pressionados pela repercussão negativa do reajuste de 91% nos salários dos parlamentares, líderes do PT no Congresso decidiram ontem se posicionar contra o aumento, saída que acabou isolando o candidato do partido à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Líder do governo Lula na Câmara, Chinaglia é o único deputado petista a manter publicamente a defesa do salário de R$ 24,5 mil para os congressistas. O senador Tião Viana (PT-AC), que compõe a Mesa Diretora, também havia dito ser favorável na semana passada.
O clima interno no PT ficou tenso durante a tarde porque, apesar do aval do presidente interino da sigla, Marco Aurélio Garcia, para que os líderes marcassem posição contra o reajuste, aliados de Chinaglia reclamaram que a medida geraria desgaste e poderia até tirá-lo da disputa pela Mesa da Câmara.
Após uma série de notas e entrevistas de petistas, o líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), decidiu falar em nome da bancada: "A posição do deputado Chinaglia é pessoal. A bancada do PT é contra, e essa posição foi expressa desde o começo". Fontana havia votado contra o reajuste na reunião da cúpula do Congresso sobre o tema e ontem sugeriu que ele volte a ser debatido em nova reunião de líderes.
Desde então, Chinaglia tem se esquivado de falar sobre o assunto. Procurado ontem pela Folha, ele não respondeu às ligações. Aliados que articulam sua candidatura tentaram atuar para abafar o constrangimento, mas admitiram que a saída seria rever a posição.
"Não vejo como insistir nisso: é indefensável. Pior do que errar é permanecer no erro. Quero crer, e ouvi isso de outros líderes, que é caso de reavaliar", disse o deputado Fernando Ferro (PT-PE). "Ele disse em seu próprio nome, não precisa estar só em sintonia com a bancada do PT", disse Odair Cunha (PT-MG).
Ferro e outros quatro deputados petistas --Walter Pinheiro (BA), Dr. Rosinha (PR), Maurício Rands (PE) e Tarcísio Zimmermann (RS)-- assinaram um documento propondo um decreto legislativo para alterar o valor acertado, de R$ 24,5 mil para R$ 16,4 mil. O decreto teria que ser aprovado pelo plenário da Câmara.
O deputado Vicentinho (PT-SP) também anunciou que devolverá à Casa o montante que exceder o valor corrigido pela inflação --R$ 16,4 mil.
Como o potencial adversário de Chinaglia na eleição da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), também firmou posição idêntica, cresceram as críticas de que o reajuste virou bandeira de campanha para conseguir a presidência da Câmara.
No Senado, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que se absteve da votação sobre o tema na semana passada, recuou. Em nota, disse ter sido 'voto vencido' na bancada e defendeu que a polêmica seja levada para análise em votação no plenário.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que a decisão seja revista: "Avalio que os presidentes do Senado e da Câmara, diante desse clamor popular, podem perfeitamente tomar a iniciativa de rever a decisão".
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice