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06/05/2007
-
20h56
da Agência Câmara
da Folha Online
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decretou luto oficial por um dia pela morte do deputado federal Enéas Carneiro, (PR, ex-Prona), 68. O deputado morreu por volta das 16h deste domingo no Rio de Janeiro, em decorrência da leucemia.
Na abertura da sessão deliberativa de segunda-feira (7), os deputados que desejarem poderão prestar uma homenagem a Enéas, na seqüência, a sessão será suspensa conforme prevê o regimento interno da Câmara.
Chinaglia declarou que Enéas era reconhecido pelo seu alto grau de determinação. "Mesmo gravemente doente, nesses últimos dias --quando liguei para conversar com ele-- manteve-se determinado a cumprir o seu mandato e não deixou de tratar de seus projetos. Essa mesma determinação pôde ser lida também como coragem, pois ele mantinha firmes suas posições ideológicas e políticas, independentemente de quem fosse o interlocutor", disse o presidente da Câmara.
"Enéas era uma figura de referência nacional. Ajudou a criar o partido, mas não conseguiu "viver' o partido [por conta da leucemia]. Lamento muito a perda", afirmou o deputado Luciano Castro (PR-RR), líder do partido na Câmara.
O velório será realizado no Memorial do Carmo no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, a partir das 9h de amanhã, de acordo com a Câmara. A cerimônia de cremação está prevista para o final da tarde no próprio cemitério.
Biografia
Deputado pelo PR (Partido da República), Enéas Ferreira Carneiro nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco (AC). Fundador do extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), em 2002 foi eleito Deputado Federal com o maior número de votos na história do país (1,74 milhão de votos). Em 2006, Enéas foi reeleito (desta vez com 387 mil votos) para o cargo em que permaneceria até 2010.
Formado em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Enéas gostava de repetir que foi o melhor aluno em todas as séries do primário ao ginásio ou que passou em primeiro na faculdade. Enéas seguiu seus estudos e fez mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em sua primeira tentativa de chegar à presidência (em 1989), ainda desconhecido, amargou com 360 mil votos, mas tornou famoso o bordão "Meu nome é Enéas", que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral.
Na segunda (1994), deixou para trás pesos-pesados da política, como Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB), chegando em terceiro lugar. Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, obtendo apenas 3% dos votos válidos.
Um levantamento do Datafolha de 1998 revelou que Enéas era visto como alguém "inteligente e brilhante". "Não é um atributo pelo qual eu tenha mérito nenhum. Foi Deus quem me deu. É como beleza física. Ninguém tem mérito por ser bonito", afirmou ele, que tinha na leitura seu maior prazer.
Enéas contabilizava "milhares" de livros lidos e "dezenas de milhares" de trabalhos científicos publicados em áreas que vão de estruturalismo, geopolítica e macroeconomia à lógica, epistemologia e cibernética, passando por filosofia, paleantropologia e astrofísica --e medicina, claro.
Os eleitores o classificavam como um político folclórico e cômico. "Acho perfeitamente normal e compreensível", disse, afirmando que isso acontece toda vez que surge alguém contrário a um sistema estabelecido.
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da Folha Online
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decretou luto oficial por um dia pela morte do deputado federal Enéas Carneiro, (PR, ex-Prona), 68. O deputado morreu por volta das 16h deste domingo no Rio de Janeiro, em decorrência da leucemia.
Na abertura da sessão deliberativa de segunda-feira (7), os deputados que desejarem poderão prestar uma homenagem a Enéas, na seqüência, a sessão será suspensa conforme prevê o regimento interno da Câmara.
Chinaglia declarou que Enéas era reconhecido pelo seu alto grau de determinação. "Mesmo gravemente doente, nesses últimos dias --quando liguei para conversar com ele-- manteve-se determinado a cumprir o seu mandato e não deixou de tratar de seus projetos. Essa mesma determinação pôde ser lida também como coragem, pois ele mantinha firmes suas posições ideológicas e políticas, independentemente de quem fosse o interlocutor", disse o presidente da Câmara.
Lula Marques/Folha Imagem |
Deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), que morreu aos 68 anos no Rio. |
"Enéas era uma figura de referência nacional. Ajudou a criar o partido, mas não conseguiu "viver' o partido [por conta da leucemia]. Lamento muito a perda", afirmou o deputado Luciano Castro (PR-RR), líder do partido na Câmara.
O velório será realizado no Memorial do Carmo no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, a partir das 9h de amanhã, de acordo com a Câmara. A cerimônia de cremação está prevista para o final da tarde no próprio cemitério.
Biografia
Deputado pelo PR (Partido da República), Enéas Ferreira Carneiro nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco (AC). Fundador do extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), em 2002 foi eleito Deputado Federal com o maior número de votos na história do país (1,74 milhão de votos). Em 2006, Enéas foi reeleito (desta vez com 387 mil votos) para o cargo em que permaneceria até 2010.
Formado em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Enéas gostava de repetir que foi o melhor aluno em todas as séries do primário ao ginásio ou que passou em primeiro na faculdade. Enéas seguiu seus estudos e fez mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em sua primeira tentativa de chegar à presidência (em 1989), ainda desconhecido, amargou com 360 mil votos, mas tornou famoso o bordão "Meu nome é Enéas", que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral.
Na segunda (1994), deixou para trás pesos-pesados da política, como Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB), chegando em terceiro lugar. Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, obtendo apenas 3% dos votos válidos.
Um levantamento do Datafolha de 1998 revelou que Enéas era visto como alguém "inteligente e brilhante". "Não é um atributo pelo qual eu tenha mérito nenhum. Foi Deus quem me deu. É como beleza física. Ninguém tem mérito por ser bonito", afirmou ele, que tinha na leitura seu maior prazer.
Jorge Araújo/Folha Imagem |
Deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), que morreu aos 68 anos no Rio. |
Enéas contabilizava "milhares" de livros lidos e "dezenas de milhares" de trabalhos científicos publicados em áreas que vão de estruturalismo, geopolítica e macroeconomia à lógica, epistemologia e cibernética, passando por filosofia, paleantropologia e astrofísica --e medicina, claro.
Os eleitores o classificavam como um político folclórico e cômico. "Acho perfeitamente normal e compreensível", disse, afirmando que isso acontece toda vez que surge alguém contrário a um sistema estabelecido.
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