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13/06/2006
-
09h57
da Folha de S.Paulo
O físico pernambucano José Leite Lopes, um dos maiores nomes da ciência nacional, morreu ontem no Rio de Janeiro aos 87 anos. Ele estava em coma desde 22 de dezembro, quando foi levado ao hospital Samaritano após sentir-se mal.
Leite Lopes era separado e tinha três filhos. O hospital registrou sua morte às 8h15 por falência múltipla dos órgãos, e o corpo do físico seguiu à tarde para velório no CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), instituição que ajudou a fundar. O enterro é às 10h de hoje no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.
Leite Lopes ganhou prestígio tanto por seus trabalhos acadêmicos quanto pela sua atuação na área de política científica. Participou de articulações para criar o CBPF e outras instituições importantes, como a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e a Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas).
Durante o regime militar, entrou em atrito com o governo e se exilou na França. "Além de cientista, Leite Lopes era também um humanista excepcional", afirmam Ricardo Galvão, diretor do CBPF, e Amós Troper, seu antecessor, em comunicado público.
"Ele foi importante também no estímulo e na formação de cientistas; no livro "Ciência e Libertação", ele mostra a importância do país desenvolver ciência para ser soberano", diz o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
Como pesquisador, Leite Lopes se destacou na área de física de partículas e trabalhou no problema da integração de forças fundamentais da natureza. "Por muito pouco ele não chegou à teoria unificada das interações eletromagnéticas e fracas, que deu o prêmio Nobel a Steven Weinberg", diz Gastão Krein, diretor do Instituto de Física Teórica da Unesp.
Seu principal trabalho na área foi a previsão teórica de um novo tipo de partícula fundamental, o bóson vetorial. "Durante muito tempo ele ficou meio aborrecido com o fato de a sua previsão não ter sido levada em conta pelos trabalhos que guiaram Weinberg", conta o cosmólogo Mário Novello, que foi orientando de mestrado de Leite Lopes.
"Ele estava discutindo os mesmos problemas, mas por alguma razão de natureza política e social não teve nenhum reconhecimento internacional por essa atividade naquela época."
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O físico pernambucano José Leite Lopes, um dos maiores nomes da ciência nacional, morreu ontem no Rio de Janeiro aos 87 anos. Ele estava em coma desde 22 de dezembro, quando foi levado ao hospital Samaritano após sentir-se mal.
Divulgação |
Leite Lopes morreu aos 87 anos |
Leite Lopes ganhou prestígio tanto por seus trabalhos acadêmicos quanto pela sua atuação na área de política científica. Participou de articulações para criar o CBPF e outras instituições importantes, como a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e a Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas).
Durante o regime militar, entrou em atrito com o governo e se exilou na França. "Além de cientista, Leite Lopes era também um humanista excepcional", afirmam Ricardo Galvão, diretor do CBPF, e Amós Troper, seu antecessor, em comunicado público.
"Ele foi importante também no estímulo e na formação de cientistas; no livro "Ciência e Libertação", ele mostra a importância do país desenvolver ciência para ser soberano", diz o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
Como pesquisador, Leite Lopes se destacou na área de física de partículas e trabalhou no problema da integração de forças fundamentais da natureza. "Por muito pouco ele não chegou à teoria unificada das interações eletromagnéticas e fracas, que deu o prêmio Nobel a Steven Weinberg", diz Gastão Krein, diretor do Instituto de Física Teórica da Unesp.
Seu principal trabalho na área foi a previsão teórica de um novo tipo de partícula fundamental, o bóson vetorial. "Durante muito tempo ele ficou meio aborrecido com o fato de a sua previsão não ter sido levada em conta pelos trabalhos que guiaram Weinberg", conta o cosmólogo Mário Novello, que foi orientando de mestrado de Leite Lopes.
"Ele estava discutindo os mesmos problemas, mas por alguma razão de natureza política e social não teve nenhum reconhecimento internacional por essa atividade naquela época."
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