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19/06/2007 - 14h12

China pode autorizar o comércio de órgãos de tigres criados em cativeiro

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da Efe, em Pequim

A China pode terminar com o veto sobre o comércio de ossos e outros órgãos do tigre, anunciou um dirigente governamental citado hoje pelo jornal "China Daily". A medida, segundo os principais grupos ambientalistas internacionais, pode causar a extinção da espécie.

Reuters
Tigre descansa com filhote em cativeiro no Parque Florestal em Harbin, norte da China
Tigre descansa com filhote em cativeiro no Parque Florestal em Harbin, norte da China

"A proibição não durará para sempre, considerando o que dizem os criadores de tigres, especialistas e a sociedade chinesa", disse Wang Wei, subdiretor do departamento de conservação da vida selvagem da Administração Estatal Florestal.

Na China, os ossos de tigre foram utilizados durante séculos para a medicina tradicional. O país aderiu em 1993 à proibição do comércio de órgãos do animal, estipulado pelos membros da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestre (Cites).

No entanto, nos últimos meses os principais parques de criação de tigres no país, entre eles o de Heilongjiang e Guangxi, pediram ao Governo que suavizasse a proibição. Eles sugeriram a comercialização dos ossos dos tigres criados em cativeiro. A medida, dizem, serviria para lutar contra o mercado ilegal.

Lu Jinbo/AP
Veto proíbe que medicina tradicional use os animais; possibilidade de medida cair preocupa
Veto proíbe que medicina tradicional use os animais; possibilidade de medida cair preocupa

"A criação e o comércio regulamentados poderiam, de fato, beneficiar a sobrevivência do tigre", disse Wang. Para ele as pessoas não se arriscariam a ser castigadas por caçar tigres selvagens, se fosse adotada a medida.

Segundo o dirigente, as pesquisas chinesas sugerem que o comércio com partes de tigres criados em cativeiro não afetará a conservação da espécie em liberdade.

Na China são 5 mil animais criados em cativeiro. O número é quase igual ao total em liberdade no mundo todo.

"Seria um desperdício não usar os recursos dos tigres mortos na medicina tradicional", afirmou Wang.

As grandes organizações ambientalistas --entre elas WWF, WildAid, Traffic e Projeto Tigre-- se opõem firmemente à medida.

Na semana passada, em sua reunião em Haia, na Holanda, os 171 países signatários de Cites, entre eles a China, adotaram uma resolução estabelecendo que os tigres não devem ser criados para a comercialização de seus órgãos e derivados.

A China é o único país do mundo que permite a criação em massa de tigres. São cerca de mil nascimentos por ano. O programa foi criticado em Haia por John Sellar, funcionário da Cites. Na sua opinião, a estratégia tem um potencial limitado de conservação.

 

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