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06/11/2004
-
08h59
LUIS RENATO STRAUSS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma brincadeira de mau gosto ou um grande mal-entendido pôs dois jovens brasileiros na prisão, quando embarcavam, no último dia 26, de Miami (EUA) para o Brasil. Eles disseram aos agentes do aeroporto que possuíam uma bomba na mala. Um aparato antiterrorismo teve de ser acionado, o que causou pânico no aeroporto.
Apesar de ter sido alarme falso (e, segundo familiares, problema de tradução), o Departamento de Justiça dos EUA diz em nota que os dois podem pegar até cinco anos de prisão e ter que pagar multa de US$ 250 mil por "dar falsa informação de ameaça".
O texto diz que o segurança decidiu fazer inspeção mais rigorosa na bagagem de mão de Mizael Cabral após passar no raio X. Quando o funcionário foi abrir a mala, Cabral disse: "Você já encontrou a bomba na mala?", segundo a nota. O amigo Daniel Correa completou: "Se abrir a mala, ela explodirá", ainda segundo o texto do governo norte-americano.
Em um país que vive sob o medo do terrorismo e às vésperas das eleições presidenciais (ocorridas no dia 2), as palavras foram suficientes para causar uma confusão geral. Seguranças foram chamados, os jovens, de 27 e 29 anos, foram detidos e agentes do esquadrão antibombas, chamados.
"Com o elevado nível de ameaça [terrorista], a segurança de nossos portos de entrada estão em prioridade máxima. Vamos perseguir agressivamente todos que fingirem ou verdadeiramente tentarem ameaçar a segurança", diz, na nota, Marcos Daniel Jiménez, promotor de Justiça da Flórida.
Vocabulário
Os familiares dos jovens procuraram o consulado brasileiro em Miami dois dias depois. Segundo a descrição que fizeram do caso, houve mal-entendido em relação às palavras que eles utilizaram.
Na versão dos familiares, Cabral e Correa trabalham com pranchas de surfe e, na mala, estaria uma bomba de sucção, usada em sua profissão. O termo correto em inglês para o aparelho é "pump". Mas, dizem os familiares, com vocabulário ruim, se enganaram e disseram "bomb", o que significa uma bomba explosiva no idioma.
Segundo o consulado, os jovens voltavam ao Brasil após um período em que moraram com parentes nos EUA. O órgão disse que eles serão ouvidos pela Justiça norte-americana em audiência na próxima quarta. Receberão a acusação e devem se declarar culpados ou inocentes. O juiz decidirá então se dá seguimento ao caso.
O consulado afirmou acompanhar o caso e diz que prestará assistência à família e aos réus.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre brasileiros presos nos EUA
"Bomba" leva brasileiros à prisão nos EUA
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma brincadeira de mau gosto ou um grande mal-entendido pôs dois jovens brasileiros na prisão, quando embarcavam, no último dia 26, de Miami (EUA) para o Brasil. Eles disseram aos agentes do aeroporto que possuíam uma bomba na mala. Um aparato antiterrorismo teve de ser acionado, o que causou pânico no aeroporto.
Apesar de ter sido alarme falso (e, segundo familiares, problema de tradução), o Departamento de Justiça dos EUA diz em nota que os dois podem pegar até cinco anos de prisão e ter que pagar multa de US$ 250 mil por "dar falsa informação de ameaça".
O texto diz que o segurança decidiu fazer inspeção mais rigorosa na bagagem de mão de Mizael Cabral após passar no raio X. Quando o funcionário foi abrir a mala, Cabral disse: "Você já encontrou a bomba na mala?", segundo a nota. O amigo Daniel Correa completou: "Se abrir a mala, ela explodirá", ainda segundo o texto do governo norte-americano.
Em um país que vive sob o medo do terrorismo e às vésperas das eleições presidenciais (ocorridas no dia 2), as palavras foram suficientes para causar uma confusão geral. Seguranças foram chamados, os jovens, de 27 e 29 anos, foram detidos e agentes do esquadrão antibombas, chamados.
"Com o elevado nível de ameaça [terrorista], a segurança de nossos portos de entrada estão em prioridade máxima. Vamos perseguir agressivamente todos que fingirem ou verdadeiramente tentarem ameaçar a segurança", diz, na nota, Marcos Daniel Jiménez, promotor de Justiça da Flórida.
Vocabulário
Os familiares dos jovens procuraram o consulado brasileiro em Miami dois dias depois. Segundo a descrição que fizeram do caso, houve mal-entendido em relação às palavras que eles utilizaram.
Na versão dos familiares, Cabral e Correa trabalham com pranchas de surfe e, na mala, estaria uma bomba de sucção, usada em sua profissão. O termo correto em inglês para o aparelho é "pump". Mas, dizem os familiares, com vocabulário ruim, se enganaram e disseram "bomb", o que significa uma bomba explosiva no idioma.
Segundo o consulado, os jovens voltavam ao Brasil após um período em que moraram com parentes nos EUA. O órgão disse que eles serão ouvidos pela Justiça norte-americana em audiência na próxima quarta. Receberão a acusação e devem se declarar culpados ou inocentes. O juiz decidirá então se dá seguimento ao caso.
O consulado afirmou acompanhar o caso e diz que prestará assistência à família e aos réus.
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