Publicidade
Publicidade
06/05/2005
-
11h24
da Folha Online
Nove internos conseguiram fugir na madrugada desta sexta-feira da unidade 27 do complexo Raposo Tavares da Febem, na zona oeste de São Paulo. Dois deles sofreram fraturas ao pular um muro e foram recapturados em seguida. Os jovens que não escaparam realizaram uma rebelião que deixou um funcionário ferido.
O motim começou por volta das 3h30, quando os internos renderam funcionários, e terminou por volta das 6h. A unidade, com capacidade para 96 jovens, abrigava 106 antes da fuga.
Foi o segundo motim no complexo em menos de 24 horas. Na quinta-feira (5), três funcionários foram mantidos reféns durante cerca de uma hora e meia. Um deles foi ferido no braço. O tumulto, iniciado às 14h40, aconteceu em represália a uma revista.
Segundo a Febem, foram apreendidos, no total, seis celulares, três carregadores e 15 naifas --facas improvisadas. O clima piorou pois, durante a ação, artesanatos produzidos para o Dia das Mães foram danificados.
Tatuapé
Na última quarta-feira, uma rebelião no complexo Tatuapé (zona leste) durou aproximadamente oito horas e terminou com cerca de 40 funcionários e dez internos feridos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que a Febem vive um problema localizado no complexo do Tatuapé e criticou o governo federal por não repassar mais verbas para a instituição.
"Tem muita gente para criticar, tem pouca gente para ajudar e trabalhar. Então, infelizmente, o Estado trabalha sozinho. Não tem apoio federal. Os recursos que nós tínhamos no tempo do Fernando Henrique não vieram mais ", disse o governador, pré-candidato à Presidência em 2006 pelo PSDB, mesmo partido do ex-presidente Fernando Henrique.
Alckmin não comentou as declarações do Ministério Público de que existiria uma hierarquia entre internos da Febem muito semelhante às normas estabelecidas no sistema prisional. O sistema de comando entre os adolescentes contaria com um "voz" (líder da unidade), os "faxinas" (responsáveis pela limpeza que teriam livre circulação no complexo) e os "disciplinas" (responsáveis por intermediar conflitos entre os internos).
Pedido Negado
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência afirmou que não houve repasses à Febem paulista porque não foram firmados convênios com o Estado específicos para essa finalidade desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois pedidos formulados pela gestão tucana foram negados. Os projetos enviados pediam verba para a construção de duas unidades para a Febem no interior de São Paulo: Hortolândia e Sumaré.
Segundo a secretaria, o órgão rejeitou os pedidos porque os projetos apresentados não estavam dentro do padrão exigido pela resolução 46 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, de 1996.
A resolução estabelece que o jovem internado por meio de medida socioeducativa não pode ser privado da liberdade em unidade que comporte mais de 40 pessoas. Não era o caso das unidades previstas pelo governo paulista, que abrigariam um número maior de adolescentes, de acordo com a assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Com Folha de S.Paulo
Especial
Leia o que já foi publicado sobre fugas ou rebeliões na Febem
Leia mais sobre a crise na Febem
Febem confirma fuga de nove internos do complexo Raposo Tavares
Publicidade
Nove internos conseguiram fugir na madrugada desta sexta-feira da unidade 27 do complexo Raposo Tavares da Febem, na zona oeste de São Paulo. Dois deles sofreram fraturas ao pular um muro e foram recapturados em seguida. Os jovens que não escaparam realizaram uma rebelião que deixou um funcionário ferido.
O motim começou por volta das 3h30, quando os internos renderam funcionários, e terminou por volta das 6h. A unidade, com capacidade para 96 jovens, abrigava 106 antes da fuga.
Foi o segundo motim no complexo em menos de 24 horas. Na quinta-feira (5), três funcionários foram mantidos reféns durante cerca de uma hora e meia. Um deles foi ferido no braço. O tumulto, iniciado às 14h40, aconteceu em represália a uma revista.
Segundo a Febem, foram apreendidos, no total, seis celulares, três carregadores e 15 naifas --facas improvisadas. O clima piorou pois, durante a ação, artesanatos produzidos para o Dia das Mães foram danificados.
Tatuapé
Na última quarta-feira, uma rebelião no complexo Tatuapé (zona leste) durou aproximadamente oito horas e terminou com cerca de 40 funcionários e dez internos feridos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que a Febem vive um problema localizado no complexo do Tatuapé e criticou o governo federal por não repassar mais verbas para a instituição.
"Tem muita gente para criticar, tem pouca gente para ajudar e trabalhar. Então, infelizmente, o Estado trabalha sozinho. Não tem apoio federal. Os recursos que nós tínhamos no tempo do Fernando Henrique não vieram mais ", disse o governador, pré-candidato à Presidência em 2006 pelo PSDB, mesmo partido do ex-presidente Fernando Henrique.
Alckmin não comentou as declarações do Ministério Público de que existiria uma hierarquia entre internos da Febem muito semelhante às normas estabelecidas no sistema prisional. O sistema de comando entre os adolescentes contaria com um "voz" (líder da unidade), os "faxinas" (responsáveis pela limpeza que teriam livre circulação no complexo) e os "disciplinas" (responsáveis por intermediar conflitos entre os internos).
Pedido Negado
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência afirmou que não houve repasses à Febem paulista porque não foram firmados convênios com o Estado específicos para essa finalidade desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois pedidos formulados pela gestão tucana foram negados. Os projetos enviados pediam verba para a construção de duas unidades para a Febem no interior de São Paulo: Hortolândia e Sumaré.
Segundo a secretaria, o órgão rejeitou os pedidos porque os projetos apresentados não estavam dentro do padrão exigido pela resolução 46 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, de 1996.
A resolução estabelece que o jovem internado por meio de medida socioeducativa não pode ser privado da liberdade em unidade que comporte mais de 40 pessoas. Não era o caso das unidades previstas pelo governo paulista, que abrigariam um número maior de adolescentes, de acordo com a assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Com Folha de S.Paulo
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice