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18/05/2005
-
21h27
THIAGO REIS
da Agência Folha
O GGB (Grupo Gay da Bahia) divulgou uma pesquisa que mostra que o número de assassinatos de homossexuais no país cresceu 26% no período de um ano. Em 2004, foram 158 assassinatos no Brasil --33 a mais que em 2003.
É o segundo maior índice desde 1999, quando foram constatadas 169 mortes decorrentes de homicídio --recorde no Brasil. Os dados foram divulgados na terça-feira.
Em São Paulo, o aumento da visibilidade gay parece estar acompanhado do crescimento da homofobia. A cidade que possui a maior parada gay do mundo --no ano passado superou San Francisco (EUA) e Toronto (Canadá), com 1,5 milhão de pessoas-- continua líder no ranking de assassinatos de homossexuais. Foram 19 casos em 2004.
Pernambuco igualou a marca e também está no topo da violência. No Rio de Janeiro, foram registradas 15 mortes. Goiás, Amazonas e Paraíba tiveram mais de dez assassinatos durante o ano. A média nacional corresponde a quase um homicídio a cada dois dias.
Dados
O levantamento foi feito a partir de notícias impressas e veiculadas na TV e na internet. Para o antropólogo Luiz Mott, fundador da ONG, o número é subestimado. "Seis Estados estão de fora. Sem contar que a família esconde a orientação sexual e a polícia não faz este tipo de registro", diz.
Os dados de 2004 mostram que a profissão mais atacada é a de cabeleireiro: 16 assassinatos.
Os números também permitem identificar a faixa etária mais afetada. Dos 158 crimes, 39 ocorreram entre os mais jovens (entre os 18 e os 29 anos). Armas de fogo foram as mais usadas, em 42 casos.
Há ainda um outro dado que chama a atenção: o do local dos homicídios. A morte nas ruas, apesar dos 35 casos, não ocupa a primeira posição. Um terço (55) dos gays, travestis e lésbicas foram vítimas desse tipo de violência dentro da própria casa.
Dicas
Outro levantamento feito pelo GGB revela que ocorreram mais de 2.500 assassinatos no período de 1963 até o ano passado. "A Justiça precisa investigar e punir com mais severidade esses crimes. Sem contar que a educação sexual deveria ser obrigatória nas escolas", afirma Mott.
A ONG distribui desde terça-feira, dia mundial contra a homofobia, 100 mil guias para alertar os gays.
Entre as dicas, estão não demonstrar passividade, medo ou submissão e evitar levar desconhecidos ou garotos de programa para casa. "Se levar, não o esconda do porteiro ou vizinhos. É sempre bom ter uma boa relação com esse pessoal, pois, na hora do babado, eles podem ser solidários", diz o texto.
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Leia o que já foi publicado sobre o GGB
Assassinatos de homossexuais aumentaram 26% em um ano, diz GGB
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da Agência Folha
O GGB (Grupo Gay da Bahia) divulgou uma pesquisa que mostra que o número de assassinatos de homossexuais no país cresceu 26% no período de um ano. Em 2004, foram 158 assassinatos no Brasil --33 a mais que em 2003.
É o segundo maior índice desde 1999, quando foram constatadas 169 mortes decorrentes de homicídio --recorde no Brasil. Os dados foram divulgados na terça-feira.
Em São Paulo, o aumento da visibilidade gay parece estar acompanhado do crescimento da homofobia. A cidade que possui a maior parada gay do mundo --no ano passado superou San Francisco (EUA) e Toronto (Canadá), com 1,5 milhão de pessoas-- continua líder no ranking de assassinatos de homossexuais. Foram 19 casos em 2004.
Pernambuco igualou a marca e também está no topo da violência. No Rio de Janeiro, foram registradas 15 mortes. Goiás, Amazonas e Paraíba tiveram mais de dez assassinatos durante o ano. A média nacional corresponde a quase um homicídio a cada dois dias.
Dados
O levantamento foi feito a partir de notícias impressas e veiculadas na TV e na internet. Para o antropólogo Luiz Mott, fundador da ONG, o número é subestimado. "Seis Estados estão de fora. Sem contar que a família esconde a orientação sexual e a polícia não faz este tipo de registro", diz.
Os dados de 2004 mostram que a profissão mais atacada é a de cabeleireiro: 16 assassinatos.
Os números também permitem identificar a faixa etária mais afetada. Dos 158 crimes, 39 ocorreram entre os mais jovens (entre os 18 e os 29 anos). Armas de fogo foram as mais usadas, em 42 casos.
Há ainda um outro dado que chama a atenção: o do local dos homicídios. A morte nas ruas, apesar dos 35 casos, não ocupa a primeira posição. Um terço (55) dos gays, travestis e lésbicas foram vítimas desse tipo de violência dentro da própria casa.
Dicas
Outro levantamento feito pelo GGB revela que ocorreram mais de 2.500 assassinatos no período de 1963 até o ano passado. "A Justiça precisa investigar e punir com mais severidade esses crimes. Sem contar que a educação sexual deveria ser obrigatória nas escolas", afirma Mott.
A ONG distribui desde terça-feira, dia mundial contra a homofobia, 100 mil guias para alertar os gays.
Entre as dicas, estão não demonstrar passividade, medo ou submissão e evitar levar desconhecidos ou garotos de programa para casa. "Se levar, não o esconda do porteiro ou vizinhos. É sempre bom ter uma boa relação com esse pessoal, pois, na hora do babado, eles podem ser solidários", diz o texto.
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