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21/02/2006
-
10h42
CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo
Uma redução no repasse de verbas pelo Ministério da Saúde levou à suspensão de cirurgias contra a surdez crônica. No Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), um dos oito serviços no Brasil que fazem a cirurgia, pelo menos 20 operações já foram canceladas.
Durante procedimento cirúrgico, é colocado um aparelho chamado de implante coclear --um estimulador elétrico que faz o papel do ouvido, ou seja, capta o som e o transforma em pulsos elétricos. Até novembro, o governo federal pagava R$ 55,5 mil por implante. Desde então, por conta de uma reprogramação de pagamentos baseada na queda do dólar, o valor foi para R$ 43,8 mil.
O problema é que as empresas fornecedoras (três no mundo) alegam que a cada ano novas tecnologias são incorporadas ao aparelho --o que eleva o preço-- e se recusam a vender o produto com o novo preço fixado pelo governo.
Segundo o otorrinolaringologista Paulo Porto, coordenador do setor de implante coclear do HC da Unicamp, o fornecimento do implante foi cortado em dezembro. Em janeiro, as cirurgias deixaram de ser feitas.
Por mês, a Unicamp fazia em média cinco implantes cocleares. A partir deste ano, o serviço pretendia dobrar o número de cirurgias mensais e já tinha pelo menos 50 pessoas de vários Estados na fila de espera até março.
Os outros serviços paulistas, ligados à USP de São Paulo, Bauru e Ribeirão Preto, ainda mantêm as cirurgias. Segundo a médica Maria Cristina Ferreira, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o serviço dispõe de dez implantes no estoque. "Quando acabar, não sabemos se vamos conseguir comprar outros com esse novo valor", disse.
O HC de São Paulo informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem coberto, com recursos próprios, os valores que deixaram de ser repassados pelo Ministério da Saúde.
Para o médico Ricardo Bento, do serviço de otorrinolaringologia do hospital, o problema com a redução dos valores poderá vir a médio ou longo prazo, quando poderá haver dificuldade para a aquisição de implantes cocleares mais modernos.
Ministério da Saúde
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde informou que está negociando com as empresas fornecedoras do implante coclear uma alternativa para o impasse. Em 2005, foram feitas 239 cirurgias a um custo de R$ 12,7 milhões.
Segundo a assessoria, a redução dos valores foi causada por uma readequação na tabela de preços em razão da queda do dólar. Os aparelhos são importados.
Em 2002, quando o implante passou a ser oferecido no SUS, o dólar era cotado a R$ 3,50. Em novembro último, os valores foram revisados com base no dólar taxado em R$ 2,30 mais a inflação acumulada no período, diz a pasta.
A assessoria informou que o ministério não tinha sido comunicado sobre a suspensão das cirurgias. Segundo a assessoria, no início do mês havia sido firmado um acordo com as empresas para a liberação de um lote de aparelhos a serem implantados nas pessoas com cirurgias já agendadas.
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Leia o que já foi publicado sobre surdez
Unicamp suspende cirurgias contra surdez
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da Folha de S.Paulo
Uma redução no repasse de verbas pelo Ministério da Saúde levou à suspensão de cirurgias contra a surdez crônica. No Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), um dos oito serviços no Brasil que fazem a cirurgia, pelo menos 20 operações já foram canceladas.
Durante procedimento cirúrgico, é colocado um aparelho chamado de implante coclear --um estimulador elétrico que faz o papel do ouvido, ou seja, capta o som e o transforma em pulsos elétricos. Até novembro, o governo federal pagava R$ 55,5 mil por implante. Desde então, por conta de uma reprogramação de pagamentos baseada na queda do dólar, o valor foi para R$ 43,8 mil.
O problema é que as empresas fornecedoras (três no mundo) alegam que a cada ano novas tecnologias são incorporadas ao aparelho --o que eleva o preço-- e se recusam a vender o produto com o novo preço fixado pelo governo.
Segundo o otorrinolaringologista Paulo Porto, coordenador do setor de implante coclear do HC da Unicamp, o fornecimento do implante foi cortado em dezembro. Em janeiro, as cirurgias deixaram de ser feitas.
Por mês, a Unicamp fazia em média cinco implantes cocleares. A partir deste ano, o serviço pretendia dobrar o número de cirurgias mensais e já tinha pelo menos 50 pessoas de vários Estados na fila de espera até março.
Os outros serviços paulistas, ligados à USP de São Paulo, Bauru e Ribeirão Preto, ainda mantêm as cirurgias. Segundo a médica Maria Cristina Ferreira, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o serviço dispõe de dez implantes no estoque. "Quando acabar, não sabemos se vamos conseguir comprar outros com esse novo valor", disse.
O HC de São Paulo informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem coberto, com recursos próprios, os valores que deixaram de ser repassados pelo Ministério da Saúde.
Para o médico Ricardo Bento, do serviço de otorrinolaringologia do hospital, o problema com a redução dos valores poderá vir a médio ou longo prazo, quando poderá haver dificuldade para a aquisição de implantes cocleares mais modernos.
Ministério da Saúde
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde informou que está negociando com as empresas fornecedoras do implante coclear uma alternativa para o impasse. Em 2005, foram feitas 239 cirurgias a um custo de R$ 12,7 milhões.
Segundo a assessoria, a redução dos valores foi causada por uma readequação na tabela de preços em razão da queda do dólar. Os aparelhos são importados.
Em 2002, quando o implante passou a ser oferecido no SUS, o dólar era cotado a R$ 3,50. Em novembro último, os valores foram revisados com base no dólar taxado em R$ 2,30 mais a inflação acumulada no período, diz a pasta.
A assessoria informou que o ministério não tinha sido comunicado sobre a suspensão das cirurgias. Segundo a assessoria, no início do mês havia sido firmado um acordo com as empresas para a liberação de um lote de aparelhos a serem implantados nas pessoas com cirurgias já agendadas.
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