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05/03/2006
-
14h36
da Folha Online
O ex-caseiro Jossiel Conceição dos Santos foi condenado na sexta-feira (3) pela 29ª Vara Criminal do Rio a 25 anos de prisão por ter matado o diretor de Gás e Energia da Shell, Todd Staheli, 39, e a mulher dele, Michelle, 36, em novembro de 2003.
Em setembro do ano passado, ele havia sido condenado por ter furtado a casa da consulesa grega Cigdem Bagci, em 1º de abril de 2004, no mesmo condomínio em que ele trabalhava e onde o casal Staheli vivia, o Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).
Santos foi apresentado à imprensa como responsável pela morte do casal dias após ter sido preso pelo furto, na casa da consulesa. Ele confessou e foi solto no dia seguinte, pois a Justiça não aceitou o pedido de prisão feito pela polícia. Depois, Santos voltou a ser preso.
Em sua sentença, a juíza da 29ª Vara Maria Tereza não considerou atenuante o fato de ele ter confessado o crime em um noticiário de TV. Ela, por outro lado, considerou agravante ele "ter deixado órfãs quatro crianças" que tinham entre 3 e 13 anos.
Crime
Staheli e Michelle morreram após serem golpeados. Staheli morreu no próprio dia 30. Michelle ficou internada em coma profundo e morreu dias depois, no hospital Copa D'Or. Eles foram encontrados na cama pelo filho, que entrou no quarto atraído pelo despertador que não parava de tocar. Nada foi roubado na casa e os portões não foram arrombados.
O casal, de nacionalidade norte-americana, estava no Brasil havia apenas três meses, com os quatro filhos: três meninas --então com 13, 8 e 3 anos-- e um menino, então com 10 anos.
Contradições
Mesmo depois de ter confessado o crime na TV, ao lado do então secretário estadual da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, Santos foi solto no dia seguinte pois a Justiça não aceitou seu pedido de prisão.
Depois de deixar a 16ª DP, onde estava detido, Santos prestou depoimento na Secretaria Estadual de Direitos Humanos e mudou sua versão. Primeiro, disse que o crime não foi planejado e que foi cometido por vingança porque era humilhado por Todd, que teria se referido a ele como "crioulo".
Na nova versão, o caseiro disse que o crime foi cometido por dois homens. Ele só teria fornecido informações sobre a casa e cedido o pé-de-cabra que teria sido usado na ação, em troca de R$ 40 mil. Depois, em depoimento no Ministério Público Estadual, afirmou ter recebido na verdade R$ 7.000.
O rapaz disse ter assumido o crime sozinho porque fora ameaçado pelos outros envolvidos. Ele foi incluído no Programa de Proteção à Testemunha do Estado. O caseiro mudou seu depoimento várias vezes e teve a prisão preventiva decretada, por unanimidade, pela 8ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio.
Um pé-de-cabra supostamente usado no crime foi encontrado em uma caixa de ferramentas, na casa onde Santos trabalhava. Ele também teria entregue as roupas usadas naquele dia. Exames de DNA feitos no sangue coletado na ferramenta e nas peças já indicaram resultados contraditórios.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o assassinato do casal Staheli
Justiça condena à prisão ex-caseiro que matou casal Staheli
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O ex-caseiro Jossiel Conceição dos Santos foi condenado na sexta-feira (3) pela 29ª Vara Criminal do Rio a 25 anos de prisão por ter matado o diretor de Gás e Energia da Shell, Todd Staheli, 39, e a mulher dele, Michelle, 36, em novembro de 2003.
Em setembro do ano passado, ele havia sido condenado por ter furtado a casa da consulesa grega Cigdem Bagci, em 1º de abril de 2004, no mesmo condomínio em que ele trabalhava e onde o casal Staheli vivia, o Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).
Santos foi apresentado à imprensa como responsável pela morte do casal dias após ter sido preso pelo furto, na casa da consulesa. Ele confessou e foi solto no dia seguinte, pois a Justiça não aceitou o pedido de prisão feito pela polícia. Depois, Santos voltou a ser preso.
Em sua sentença, a juíza da 29ª Vara Maria Tereza não considerou atenuante o fato de ele ter confessado o crime em um noticiário de TV. Ela, por outro lado, considerou agravante ele "ter deixado órfãs quatro crianças" que tinham entre 3 e 13 anos.
Crime
Staheli e Michelle morreram após serem golpeados. Staheli morreu no próprio dia 30. Michelle ficou internada em coma profundo e morreu dias depois, no hospital Copa D'Or. Eles foram encontrados na cama pelo filho, que entrou no quarto atraído pelo despertador que não parava de tocar. Nada foi roubado na casa e os portões não foram arrombados.
O casal, de nacionalidade norte-americana, estava no Brasil havia apenas três meses, com os quatro filhos: três meninas --então com 13, 8 e 3 anos-- e um menino, então com 10 anos.
Contradições
Mesmo depois de ter confessado o crime na TV, ao lado do então secretário estadual da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, Santos foi solto no dia seguinte pois a Justiça não aceitou seu pedido de prisão.
Depois de deixar a 16ª DP, onde estava detido, Santos prestou depoimento na Secretaria Estadual de Direitos Humanos e mudou sua versão. Primeiro, disse que o crime não foi planejado e que foi cometido por vingança porque era humilhado por Todd, que teria se referido a ele como "crioulo".
Na nova versão, o caseiro disse que o crime foi cometido por dois homens. Ele só teria fornecido informações sobre a casa e cedido o pé-de-cabra que teria sido usado na ação, em troca de R$ 40 mil. Depois, em depoimento no Ministério Público Estadual, afirmou ter recebido na verdade R$ 7.000.
O rapaz disse ter assumido o crime sozinho porque fora ameaçado pelos outros envolvidos. Ele foi incluído no Programa de Proteção à Testemunha do Estado. O caseiro mudou seu depoimento várias vezes e teve a prisão preventiva decretada, por unanimidade, pela 8ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio.
Um pé-de-cabra supostamente usado no crime foi encontrado em uma caixa de ferramentas, na casa onde Santos trabalhava. Ele também teria entregue as roupas usadas naquele dia. Exames de DNA feitos no sangue coletado na ferramenta e nas peças já indicaram resultados contraditórios.
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