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15/03/2006
-
09h49
da Folha Online
Os dez fuzis e uma pistola que haviam sido roubados de um quartel do Exército no Rio foram encontrados na noite de terça-feira (14), após denúncias e trabalho do setor de inteligência, de acordo com o CML (Comando Militar do Leste). Porém, traficantes teriam avisado os militares sobre o local onde estava o armamento.
Reportagem publicada nesta quarta-feira pela Folha, integrantes do Exército negociaram sigilosamente com a facção criminosa Comando Vermelho a recuperação dos dez fuzis e da pistola. Ainda de acordo com a reportagem, as armas já estavam em posse do Exército desde domingo à noite. A negociação teria envolvido um líder da facção que não está preso.
Também nesta quarta, o Exército negou que tenha feito acordo com criminosos para a recuperação do armamento, mas admite que as informações que levaram à localização podem ter sido passadas por traficantes, insatisfeitos com a presença dos militares nos morros e favelas, que sufocavam o tráfico de drogas.
A reportagem, assinada pelo repórter Raphael Gomide, diz que, para devolver as armas, o negociador apresentou três condições: fim das operações de asfixia das tropas --o que aconteceu entre domingo e segunda-feira--, apresentação pública das armas como se tivessem sido apreendidas em uma favela na qual a venda de drogas estivesse sob domínio da facção inimiga, a ADA (Amigos dos Amigos), e a transferência de um líder do CV do presídio Bangu 1 para Bangu 3 ou 4. Essa transferência pode demorar algum tempo para acontecer, para não aparentar ligação com a operação e por depender da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio.
O porta-voz do Exército, coronel Fernando Lemos, negou o acordo. "Não existe acordo. O Exército não faz acordo com criminosos", disse à Folha Online.
Armas
O CML afirma que o armamento foi encontrado por volta das 19h em uma trilha ao lado da região conhecida como Esqueleto, próxima à estrada das Canoas, em São Conrado, junto à favela da Rocinha --comunidade que os militares haviam ocupado pela manhã.
O Exército ocupou, no total, 11 morros ou favelas do Rio desde o roubo das armas --no último dia 3. Na ocasião, sete homens vestindo roupas camufladas e toucas ninja invadiram o ECT (Estabelecimento Central de Transportes), renderam soldados responsáveis pela guarda e roubaram armas que estavam em armários.
Para realizar a operação em busca das armas, o Exército obteve mandados de busca na Justiça Militar. Durante os trabalhos, confrontos entre os militares e criminosos foram freqüentes. O mais intenso ocorreu no último dia 10, quando quatro pessoas ficaram feridas no morro da Providência, entre elas um bebê.
No dia 6, um rapaz de 16 anos foi atingido por um tiro e morreu no morro do Pinto, enquanto observava a ocupação no vizinho morro da Providência.
No dia 13, o Exército iniciou a segunda fase da operação. Os militares saíram dos morros e favelas e foram priorizadas ações mais seletivas e pontuais.
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Os dez fuzis e uma pistola que haviam sido roubados de um quartel do Exército no Rio foram encontrados na noite de terça-feira (14), após denúncias e trabalho do setor de inteligência, de acordo com o CML (Comando Militar do Leste). Porém, traficantes teriam avisado os militares sobre o local onde estava o armamento.
Reportagem publicada nesta quarta-feira pela Folha, integrantes do Exército negociaram sigilosamente com a facção criminosa Comando Vermelho a recuperação dos dez fuzis e da pistola. Ainda de acordo com a reportagem, as armas já estavam em posse do Exército desde domingo à noite. A negociação teria envolvido um líder da facção que não está preso.
Também nesta quarta, o Exército negou que tenha feito acordo com criminosos para a recuperação do armamento, mas admite que as informações que levaram à localização podem ter sido passadas por traficantes, insatisfeitos com a presença dos militares nos morros e favelas, que sufocavam o tráfico de drogas.
A reportagem, assinada pelo repórter Raphael Gomide, diz que, para devolver as armas, o negociador apresentou três condições: fim das operações de asfixia das tropas --o que aconteceu entre domingo e segunda-feira--, apresentação pública das armas como se tivessem sido apreendidas em uma favela na qual a venda de drogas estivesse sob domínio da facção inimiga, a ADA (Amigos dos Amigos), e a transferência de um líder do CV do presídio Bangu 1 para Bangu 3 ou 4. Essa transferência pode demorar algum tempo para acontecer, para não aparentar ligação com a operação e por depender da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio.
Flávio Florido/Folha Imagem |
Exército apresenta armas recuperadas nesta terça |
O porta-voz do Exército, coronel Fernando Lemos, negou o acordo. "Não existe acordo. O Exército não faz acordo com criminosos", disse à Folha Online.
Armas
O CML afirma que o armamento foi encontrado por volta das 19h em uma trilha ao lado da região conhecida como Esqueleto, próxima à estrada das Canoas, em São Conrado, junto à favela da Rocinha --comunidade que os militares haviam ocupado pela manhã.
O Exército ocupou, no total, 11 morros ou favelas do Rio desde o roubo das armas --no último dia 3. Na ocasião, sete homens vestindo roupas camufladas e toucas ninja invadiram o ECT (Estabelecimento Central de Transportes), renderam soldados responsáveis pela guarda e roubaram armas que estavam em armários.
Para realizar a operação em busca das armas, o Exército obteve mandados de busca na Justiça Militar. Durante os trabalhos, confrontos entre os militares e criminosos foram freqüentes. O mais intenso ocorreu no último dia 10, quando quatro pessoas ficaram feridas no morro da Providência, entre elas um bebê.
No dia 6, um rapaz de 16 anos foi atingido por um tiro e morreu no morro do Pinto, enquanto observava a ocupação no vizinho morro da Providência.
No dia 13, o Exército iniciou a segunda fase da operação. Os militares saíram dos morros e favelas e foram priorizadas ações mais seletivas e pontuais.
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