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18/03/2006 - 09h02

Morte de cabo desencadeou roubo a quartel

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RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S. Paulo

Uma operação reservada do Exército em 14 de fevereiro na favela do Vidigal (zona sul), também em busca de armas roubadas, resultou na morte de um cabo e desencadeou os acontecimentos que levaram ao roubo de fuzis da instituição.

Tudo começou na precipitada e malsucedida invasão da Rocinha, com a perda de oito fuzis pelos invasores --traficantes do Comando Vermelho, o que levou ao assalto ao quartel do Exército, com o intuito de obter novos fuzis.

A partir daí, houve a megaoperação do Exército em reação a isso, que durou oficialmente 12 dias e teve como desfecho a recuperação das armas do Estabelecimento Central de Transportes (ECT).

Às 11h de 14 de fevereiro, um tiro vindo da mata --de uma metralhadora calibre .30-- atingiu o ombro do cabo do Exército Paulo Roberto Cavalcante de Carvalho, 35, e o matou. Ele e dez militares da área de Inteligência estavam na localidade do Biroscão, no alto do morro, acompanhada de PMs, em busca de armas roubadas do Exército.

O Exército tinha a informação de que 40 criminosos do CV estavam acampados na mata entre o Vidigal e a Rocinha --ambas dominadas pela facção rival ADA-- para invadir a Rocinha. A ação ocorreria no dia do show dos Rolling Stones (sábado, dia 18) aproveitando-se da mobilização da polícia em Copacabana.

A descoberta de que haviam matado um militar e o receio da reação do Exército levaram os bandidos a antecipar a invasão à Rocinha. Às 18h do dia seguinte (15), eles atacaram os rivais pela mata. Foram surpreendidos pela violenta reação do ADA, que já desconfiava da ação. Os tiroteios duraram a noite e a madrugada.

Seis pessoas --cinco inocentes-- foram mortas na Rocinha. Repelidos, os criminosos fugiram pela mata rumo ao Leblon, bairro nobre na zona sul. Ao menos quatro bandidos foram capturados pela PM, e o CV perdeu oito fuzis --dois para os rivais e seis para a polícia. Esse desfalque e as dificuldades financeiras do CV --que o impediram de comprar novas armas no mercado negro-- motivaram o roubo no ECT, no dia 3.

Às 3h50, quatro criminosos --entre eles dois ex-militares já presos-- invadiram o ECT e roubaram dez fuzis e uma pistola. Dois homens esperavam do lado de fora, em dois carros. O sargento que estava em serviço foi apontado pelos criminosos confessos como conivente.

A resposta foi a megaoperação do Exército, com tropas em várias favelas e o objetivo de recuperar as armas e asfixiar o tráfico. Foi também uma demonstração de força, para prevenir que ações do gênero se repitam.

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