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07/07/2006 - 09h50

Índia de 9 anos dá à luz uma menina em Manaus

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da Folha Online

Uma índia apurinã de 9 anos deu à luz uma menina às 16h33 de quarta-feira (5), na Maternidade Municipal Moura Tapajoz, em Manaus (AM). Ela sofreu abuso sexual, mas ainda não conseguiu indicar o autor do crime porque tem problemas de fala.

Inicialmente, o nascimento da criança estava previsto para ocorrer entre os últimos dias 14 e 21 de junho, porque os médicos temiam que a índia --que tem 1,3 m de altura e pesa 40 kg-- não suportasse uma gravidez de nove meses. O bebê nasceu na 38ª semana, com 42 cm e 2,210 kg.

Mãe e bebê deverão permanecer internados por um mês e, depois, voltarão à aldeia Jatuarana, em Manacapuru (84 km ao sul de Manaus).

O caso foi descoberto em abril quando a menina, com febre alta, foi encontrada na aldeia por técnicos de enfermagem da organização não-governamental Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Na aldeia, ela morava em uma casa com uma irmã de 15 anos, um cunhado e sobrinhos. Estava com pneumonia e malária.

Quando foi internada, os médicos diagnosticaram a índia como surda-muda. Depois, descobriu-se que ela não ouvia devido a um acúmulo de cera nos ouvidos. Os canais foram limpos, mas ela ainda deverá passar por um processo de reabilitação da fala.

Na aldeia Jutuarana, moram 35 pessoas distribuídas em cinco casas de madeira, todos parentes da menina apurinã. A terra de 5.000 hectares está homologada. O lugar fica a uma hora e meia de voadeira (canoa com motor de popa) pelo rio Manacapuru.

O grupo, que fala a língua aruaque, é originário da região do médio Purus, na qual estão espalhados os outros apurinãs. A população total no Amazonas e Rondônia é de 4.087 índios (dado da Funasa).

Violência

O caso está sendo investigado pela PF (Polícia Federal) a pedido da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), embora a Coiab o trate como questão cultural.

Segundo a coordenadora de saúde da Coiab, Ana Lúcia Salazar, as apurinãs mantêm relações sexuais a partir da primeira menstruação. "A gravidez da menina apurinã não é tratada como um crime, é tratada como um rito cultural, elas engravidam cedo", disse.

Para a Funasa, o agressor deve ser localizado e preso de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). "O ECA vale para os índios também", disse coordenador da Funasa no Estado, Francisco Aires.

Com Agência Folha

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