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09/09/2006 - 10h42

Indústria farmacêutica testa remédio contra ejaculação precoce

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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

Um antidepressivo com poder de prolongar a duração do ato sexual em até quatro vezes é a nova promessa da indústria farmacêutica para tratar a ejaculação precoce.

O problema está associado a um alto grau de ansiedade e chega a afetar 30% dos homens, segundo a literatura médica internacional.

Anteontem, a revista médica inglesa "The Lancet" publicou um estudo em que pesquisadores da Universidade de Minnesota (EUA) anunciaram ter comprovado a eficácia e a segurança da dapoxetina, o primeiro medicamento especialmente desenvolvido para tratar a ejaculação precoce.

A droga, que ainda está em estudo, é quimicamente semelhante à família de antidepressivos chamada inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI, na sigla em inglês). A vantagem sobre os outros antidepressivos é a sua ação imediata. O uso deve ser entre uma e três horas antes do ato sexual.

"A dapoxetina pode ser usada sob demanda, ou seja, quando o indivíduo vai ter relação sexual. Com outros antidepressivos, é preciso o uso contínuo", explica o urologista Miguel Srougi, professor-titular da Faculdade de Medicina da USP.

A droga mantém a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar, mais tempo no organismo. Quanto mais tempo os centros cerebrais que regulam a ejaculação estiverem com serotonina, mais o indivíduo demora para ejacular.

No estudo, pesquisadores combinaram dois testes com o medicamento. Foram analisados 2.614 homens com problemas de ejaculação precoce em grau moderado a grave, entre 18 e 77 anos, e em relações monogâmicas por mais de seis meses. Eles receberam dosagens de 30 mg ou 60 mg de dapoxetina, ou ainda um placebo.

No início do estudo, esses homens ejaculavam, em média, menos de um minuto após a penetração. Doze semanas depois, o tempo subiu para 1min45 naqueles que tomaram placebo, 2min47 entre os que foram medicados com 30 mg de dapoxetina, e 3min19 nos que ingeriram 60 mg da droga.

"A dapoxetina se mostrou segura e tolerável, além de melhorar a percepção dos pacientes no controle da ejaculação. Suas parceiras também se beneficiaram", disse o coordenador da pesquisa Jon Pryor.

Segundo a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP, são necessários mais estudos sobre a segurança da droga, especialmente no uso associado a outros medicamentos.

A dapoxetina foi desenvolvida pela Alza Corporation, afiliada da Johnson & Johnson. O FDA, agência americana que regula os remédios, avalia o pedido de aprovação da droga.

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