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03/01/2007 - 08h58

Secretários discutem violência no Rio; Estado quer a Força de Segurança

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da Folha Online

O secretário nacional da Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, e o secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, discutirão nesta quarta-feira medidas para conter a onda de violência que atingiu o Estado. O encontro ocorre no Rio, mas o local não foi divulgado pela Secretaria da Segurança Púlica.

Beltrame deve solicitar a presença da Força Nacional de Segurança no Estado. Desde a última quinta-feira (28), uma onda de ações criminosas deixaram dez civis e dois policiais militares mortos, além de suspeitos. Delegacias e postos da Polícia Militar foram atacados a tiros. Ônibus foram incendiados.

Na terça (2), o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse esperar que o envio do contingente ocorra "com certeza antes do Carnaval".

Cabral quer também ajuda das Forças Armadas para garantir a segurança da população. Ele afirma que o objetivo é aproveitar o grande contingente do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no Estado para intensificar o policiamento nas redondezas das suas unidades.

"Creio que é um trabalho que as Forças podem fazer sem necessidade de deslocamento, mas, ao mesmo tempo, que reforça o policiamento nas ruas", disse.

Legislação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu na terça-feira (2) mudanças na legislação penal para punir os responsáveis pelas ondas de ataques no Rio. Segundo o presidente, crimes como incendiar um ônibus propositadamente não podem ser tratados como comuns.

"Você não pode tratar como crime comum gestos como aqueles que vimos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Isso significa que a gente pode discutir, se for o caso, mudanças na legislação. Não podemos permitir que alguém possa entrar num ônibus e tocar fogo para as pessoas morrerem e achar que isso deve ser tratado com certa normalidade", afirmou.

O presidente disse que o governo "vai fazer o que for preciso" para "acabar com o vandalismo".

"Terrorismo"

Cabral e o presidente Lula têm adotado discurso afinado sobre o assunto.

Na segunda-feira (1º), o governador tomou posse e defendeu a mudança na legislação e chamou os criminosos que promoveram os ataques de "animais". "Os criminosos que agiram no Rio são facínoras covardes. É preciso mudar a legislação para tratar desse tipo de crime que foi cometido por animais e selvagens", afirmou.

No mesmo dia, Lula se solidarizou com Cabral e chamou as ações realizadas no Rio de "terrorismo". Lula afirmou que "a barbaridade [que ocorreu no Estado] não pode ser tratada como crime comum". "É terrorismo e tem que ser tratado com a mão forte do Estado brasileiro. Eu não creio que tenha, no Brasil, nenhuma alma que possa compactuar com a barbaridade que foi feita por alguns facínoras."

Segundo Lula, o que aconteceu no Rio é "resultado degradação da sociedade causada pela crise de juízo de valores".

Ataques

No primeiro dia da onda de violência, na quinta-feira (28 de dezembro), além dos ataques a tiros contra forças policiais, ônibus foram incendiados. Um deles, da viação Itapemirim, foi interceptado na via que liga a avenida Brasil à rodovia Washington Luís. Foi o dia de ações mais violentas.

Os criminosos roubaram objetos dos passageiros e atearam fogo no veículo, que fazia a linha Cachoeiro de Itapemirim (ES) - São Paulo. Sete dos 28 passageiros morreram na hora, carbonizados. Uma oitava vítima morreu domingo, no hospital.

Na semana passada, autoridades divergiram sobre as causas da violência. Para o então secretário da Segurança, Roberto Precioso, os atos podem ter sido motivados por possíveis mudanças na política da administração penitenciária, com a mudança de governo. Já o secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que as ações foram uma reação às milícias de policiais e ex-policiais que tomam conta de morros e favelas na cidade.

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