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16/05/2007 - 18h30

Promotoria denuncia policiais por quadrilha e escuta telefônica ilegal em SP

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

O Ministério Público de São Paulo denunciou (acusou formalmente) no último dia 3 o delegado da Polícia Civil André Di Rissio, um perito criminal, dois papiloscopistas e um investigador por formação de quadrilha e interceptação telefônica sem autorização judicial.

Os policiais e mais três pessoas foram acusados, após investigação da Polícia Federal, de serem sócios, em 2004, em duas empresas --a Spy Cops (policiais espiões) e Marte Vigilância e Segurança Patrimonial-- que, de acordo com apurações, usavam as escutas ilegais para atuar em investigações paralelas de crimes envolvendo seus clientes --como roubo e ameaça de seqüestro.

Um dos clientes das empresas, que contratou os serviços de investigação, também foi denunciado.

Cada escuta telefônica custaria de R$ 3.500 a R$ 5.000 por semana, segundo o Ministério Público.

A denúncia aponta que o perito criminal Samuel Alves de Melo Neto, e o papiloscopista João Charles Ferreira, ambos do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) na época, declararam que são sócios da Spy Cops, que seria responsável por elaborar laudo com as transcrições das gravações ilegais que seriam feitas pela Marte Vigilância e Segurança.

Segundo os depoimentos dos policiais, o responsável pela Marte é o investigador Cláudio da Silva Santos, que na época trabalhava na Delegacia Geral de Polícia.

Em março de 2005, o Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária) expediu mandado de busca e apreensão nas duas empresas após receber denúncia de que elas faziam as escutas telefônicas ilegais.

Na Spy Cops, policiais federais apreenderam oito CDs com gravações telefônicas, uma pasta com extratos telefônicos de aparelhos fixos e celulares, relatório de cruzamento de ligações telefônicas, aparelho para escuta ambiental, entre outros.

Em uma das filiais da Marte, na zona sul, a PF encontrou 11 fitas cassetes, 16 CDs, dois gravadores, uma máquina fotográfica, além de um equipamento de escuta.

A Marte foi autuada por mudar de endereço e de contrato social sem autorização da PF, além de estar com o certificado de segurança vencido. E a Spy Cops, por desvio de finalidade para fins ilícitos.

De acordo com o Ministério Público, a Justiça ainda não se manifestou sobre a denúncia.

Caso

No depoimento à PF, o perito e o papiloscopista afirmaram que a empresa fez escutas ilegais em pelo menos dois casos.

Alguns dos CDs apreendidos na sede da empresa pela PF são parte da investigação da Spy Cops sobre um assalto sofrido pelo diretor-superintendente de uma multinacional, no final de 2004 --o cliente que também foi denunciado.

A Spy Cops passou a investigar o caso pois foi contratada pela vítima. Algumas descobertas sobre os autores do crime poderiam comprometer a vida pessoal do executivo, de acordo com os depoimentos da época. Com isso, a vítima pediu a suspensão dos trabalhos.

Delegado

O delegado Di Rissio também responde por corrupção passiva e advocacia administrativa --patrocinar interesse privado junto à administração pública, usando o cargo de funcionário do Estado.

Ex-presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Di Rissio também responde a acusações junto à Justiça Federal em Campinas (95 km a norte de São Paulo). Ele é acusado de liderar um esquema ilegal de liberação de mercadorias importadas no aeroporto de Viracopos.

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