Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/03/2001 - 04h02

Prefeitura cancela licitação para novos perueiros feita por Pitta

Publicidade

ALENCAR IZIDORO, da Folha de S.Paulo

A Prefeitura de São Paulo anulou ontem a licitação que regularizava 4.042 lotações na cidade, mas vai dar autorização para quase 14 mil perueiros operar nos próximos seis meses.

A decisão foi anunciada pelo secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, baseada em um parecer da Procuradoria Geral do Município. A concorrência começou a ser feita no último ano da gestão Celso Pitta (PTN) e era alvo de denúncias de irregularidades.

Após ser reunir com a prefeita Marta Suplicy, Zarattini disse que será publicada uma portaria no "Diário Oficial" prorrogando por 180 dias a licença de quase 7.000 donos de lotações que participaram da licitação no ano passado.

A novidade a partir de agora é que cada um deles poderá fornecer seu
veículo para um perueiro usar nas horas em que ele não estiver trabalhando. Ou seja: 14 mil motoristas estarão habilitados para fazer esse serviço, mas a quantidade de veículos regulares se manterá em 7.000.
Nesse período, a prefeitura vai preparar um edital para fazer uma nova concorrência.

A anulação da licitação desagradou não apenas perueiros, que protestaram em frente ao Palácio das Indústrias, como motoristas e cobradores de ônibus, que haviam acertado uma trégua com a administração petista para evitar uma paralisação da categoria.

O presidente do Sindicato dos Condutores, Edivaldo Santiago, afirmou ontem que não confia mais em Marta. "A prefeita está fugindo do problema, mantendo uma situação precária." Ele defendia a regularização imediata dos 4.042 para facilitar a fiscalização contra os clandestinos.

Santiago disse que a trégua firmada com Marta para evitar protestos "foi por água abaixo".

Após divulgar a decisão, Zarattini bateu boca com líderes de perueiros que estavam na sede da prefeitura. Os donos de lotações organizaram um protesto com cerca de 200 manifestantes. Eles fecharam a avenida Mercúrio e amarraram cordas no pescoço, simulando estarem "enforcados" com as dívidas que contraíram.

Os perueiros Sérgio Pires, Luís Carlos Pandora e Francisco de Mola Neto acusaram Zarattini de ter feito uma proposta ilegal para a categoria em um encontro na última segunda. "Ele prometeu engavetar o parecer se a gente aceitasse trabalhar para os empresários de ônibus", disse Pires.

O secretário dos Transportes negou. "Eu não faria essa proposta porque o parecer é oficial. Não temos neste governo a prática de arrancar folha de processo."

Depois desse desentendimento, o secretário e representantes dos perueiros voltaram a negociar e selaram uma trégua. Ficou acertado que aqueles donos de veículos que disputaram a licitação canceladas terão seus documentos e peruas vistoriados em 30 dias. Quem estiver em dia continuará trabalhando até que se faça a nova concorrência.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página