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12/04/2001 - 19h50

Terceirização e instalações são criticadas por ambientalistas

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ESTANISLAU MARIA
da Folha de S.Paulo

A terceirização dos serviços na Petrobras tem levado às áreas de manutenção e instalação técnicos cada vez menos experientes, qualificados e capacitados. E as instalações não acompanharam o crescimento da produção da empresa, que não investe como deveria em processos de controle e prevenção ambiental.

Essas foram as principais causas apontadas, por ambientalistas e petroleiros ouvidos pela Folha, para os frequentes acidentes nas instalações da Petrobras.

Para o secretário da área de saúde, segurança e tecnologia da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Hélio Seidel, a empresa vem perdendo engenheiros experientes e "memória técnica".

"Muita gente saiu por aposentadoria e outros foram transferidos, sem reposição desse pessoal. O problema é que os serviços foram terceirizados, sem investimentos em capacitação", afirmou Seidel. Hoje são cerca de 100 mil terceirizados contra 34 mil funcionários próprios.

Para o coordenador do ISA (Instituto Socioambiental), João Paulo Capobianco, além da questão da terceirização, a empresa não cuidou de seus processos de segurança e prevenção ambiental como cuidou do crescimento da produção de petróleo.

"Acho que nem dá para chamar de acidentes, porque o acidente acontece, apesar das medidas preventivas tomadas. Não é o caso da Petrobras", disse ele.

"A empresa não tem um sistema de controle e prevenção compatível cm sua produção crescente e com o risco do produto."

Capobianco vê risco ambiental se o óleo no Paraná não se dispersar e se o do Rio chegar às praias. "Peixes e crustáceos nos mangues serão os mais atingidos."

O coordenador da FUP, Maurício França Rubem, criticou a terceirização e disse que a empresa opera no limite da capacidade.

"De cada dez acidentados recentemente, oito são terceirizados", disse ele. "A preocupação com segurança, nos últimos anos, ficou em segundo plano."

"Estamos nos propondo a fazer uma análise global da terceirização e tomar as medidas necessárias", disse o gerente-executivo de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, Irany Varella. Questionado sobre redução da terceirização, disse que "nenhuma hipótese está descartada".

Varella disse, porém, que os números da Petrobras, comparados aos de empresa do mesmo porte do setor, mostram que o índice de contratações da estatal ainda é o menor. "Terceirizamos menos."

Colaborou a Sucursal do Rio
 

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