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09/05/2001 - 23h47

Diminui população rural que vive na região metropolitana de Campinas

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da Folha Campinas

A população rural que vive nos municípios da Região Metropolitana de Campinas encolheu em nove anos, segundo comparação dos censos de 91 e de 2000 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apenas 2,93% dos habitantes dos 19 municípios da RMC habitam a zona rural. No censo realizado em 91, o índice de moradores da zona rural era de 7%.

Nesse período, entre 90 mil e 100 mil pessoas podem ter migrado para áreas urbanas ou outras regiões. Outra hipótese é a urbanização de áreas consideradas rurais em 91. A região metropolitana tem hoje cerca de 2,3 milhões de habitantes.
A RMC também registrou queda no número de moradores por domicílio entre 91 e 2000.

Eram 3,92 moradores em média por casa em 1991. No ano passado, esse índice passou para 3,09.

Os extremos na habitação rural e urbana da região são Hortolândia, com 100% da população morando na cidade, e Holambra e Engenheiro Coelho, que possuem 44,71% e 30,13%, respectivamente, dos habitantes no campo.

Entre as cidades com mais de 50 mil habitantes da região, Itatiba é a que tem a maior população rural, além de ter o terceiro maior índice percentual_ 20,13%_ na comparação com a urbana da RMC. Em Itatiba, moram no campo 16.282 pessoas, um número ainda maior que o de moradores rurais de Campinas _16.097.

Em Americana, 99,76% da população vive na cidade. Em Paulínia, esse número é de 98,86% e, em Sumaré, chega a 98,58%.

A RMC também apresenta pelo menos quatro tipos de cidades que possuem características particulares: a dormitório, a que está centrada em um único tipo de indústria, a cidade de estrutura rural e a de base industrial.

Paulínia, que tem sua riqueza proveniente da indústria petroquímica, e Americana, que concentra a indústria têxtil, são as cidades que se baseiam em apenas um tipo de indústria e fazem parte de um fenômeno pouco comum no Brasil.

Hortolândia e Sumaré fazem parte do grupo de cidades que concentram domicílios para pessoas que trabalham nas cidades vizinhas. Holambra, Engenheiro Coelho e Artur Nogueira são as que concentram a maior parte da riqueza na zona rural.

Campinas está entre as cidades que têm a riqueza centrada na indústria, mas se difere por ser um grande centro fornecedor de serviços para todo o interior do Estado. A população da maior cidade da região cresceu apenas 14,23% no intervalo de nove anos, o que representa uma média inferior a 1% de crescimento anual.

Médias

As sete cidades da região de tamanho médio_ entre 100 mil e 500 mil habitantes_ e as em via de se tornarem médias_ de 50 mil a 100 mil habitantes_ apresentam uma taxa de urbanização_ 98,43%_ ainda maior do que a de Campinas, que é de 98,34%. Os sete municípios somam 975 mil habitantes contra os 967 mil de Campinas.

Tanto Sumaré e Santa Bárbara d'Oeste quanto Americana e Hortolândia possuem índices populacionais parecidos.

A variação populacional entre essas cidades não chega a 45 mil habitantes. "A presença desses municípios, que têm grande peso na formação da região, favorece a atração de investimentos, porque existe população e mão-de-obra", declarou Rosana Baeninger, do Nepo (Núcleo de Estudos da População), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Para Rosana, essas características fazem da RMC uma região metropolitana diferenciada. "Essa força das cidades médias não acontece nas outras regiões metropolitanas", afirmou.

Grandes

As outras grandes cidades da região, que não integram a RMC, Limeira, Piracicaba e Jundiaí, apresentam uma menor concentração urbana.
Jundiaí, que tem uma população de 322 mil habitantes, dos quais 23.129 moram na zona rural (o que representa 3,31%), é a cidade com o maior número de pessoas que vivem em áreas urbanas.

Limeira_ com 4,29% dos 248 mil moradores vivendo no campo_ e Piracicaba_ com 3,31% dos 328 mil habitantes_ reduziram drasticamente a participação do grupos populacionais na zona rural na última década.

Na contramão desse movimento, está o agricultor Vicente Catelan, 63, que nasceu na região urbanizada da cidade de Valinhos, viveu oito anos com seus pais na cidade e decidiu morar com a família na Vila Saltinho, zona rural.

Ele afirmou que, mesmo que seus filhos tentem levá-lo para a cidade, nunca vai deixar o campo.
 

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