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23/06/2000 - 02h43

Defesa decide impor silêncio a atirador

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SERGIO TORRES, da Folha de S.Paulo

O soldado Marcelo Oliveira dos Santos, 27, se recusará a responder as perguntas que lhe serão formuladas na próxima segunda-feira pela delegada Martha Rocha, titular da 15ª DP (Delegacia de Polícia), na Gávea (zona sul do Rio).

A estratégia do silêncio foi traçada no domingo passado durante conversa entre o soldado, lotado no Bope (Batalhão de Operação Especiais) da Polícia Militar, e o advogado Clóvis Sahione, contratado para defendê-lo.

Santos fez o disparo que atingiu o queixo da professora Geísa Firmo Gonçalves, mantida refém pelo homem que a polícia identificou como Sandro do Nascimento.

O fato ocorreu na segunda-feira da semana passada, no sequestro de um ônibus na rua Jardim Botânico (zona sul do Rio).

Atingida por mais três tiros, disparados por Nascimento, a professora morreu. Os outros nove reféns sobreviveram.

O sequestrador foi morto por asfixia mecânica dentro do camburão da PM que o levava ao hospital Souza Aguiar. Os cinco PMs que estavam no carro são acusados de matar Nascimento.

A delegada Martha Rocha preside o inquérito. Ela marcou o depoimento do soldado Santos para esta segunda-feira. Será sua segunda tentativa de interrogá-lo.

Na primeira, sexta-feira passada, o soldado não esteve na delegacia. O então comandante do Bope, tenente-coronel José Penteado, entregou à delegada documento do Hospital da PM informando que Santos havia sido licenciado por problemas psicológicos decorrentes do episódio.

A Folha apurou que o soldado não responderá às perguntas da delegada. Ele anunciará a intenção de só falar em audiência judicial, que ainda não está marcada.

De acordo com o advogado Sahione, o soldado continua abalado psicologicamente, mas não faltará ao depoimento na 15ª DP.

Sahione disse à Folha que Santos está internado em uma clínica particular desde a semana passada. "Ele sente-se arrasado. Digo que ele praticou o crime de todos nós. Naquele dia, a sociedade toda se transformou em atiradores de elite. A não ser os profetas da hipocrisia", afirmou Sahione.

Quando deixar a clínica, segundo o advogado, o soldado será levado para o Bope para cumprir a detenção de 30 dias imposta pelo comando da unidade como punição administrativa.

"Acredito que em três ou quatro dias ele poderá deixar a clínica", disse Sahione, que se notabilizou pela defesa de réus conhecidos, como o general Newton Cruz, o cirurgião Hosmany Ramos e o mafioso Tommaso Buscetta.

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