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04/10/2001 - 08h13

Justiça nega liberdade para 3 acusados do sequestro de Patrícia

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ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo

A Justiça de São Paulo negou ontem o pedido de liberdade provisória para três dos cinco acusados do sequestro de Patrícia Abravanel, filha do empresário e apresentador de TV Silvio Santos.

O juiz Adilson de Araújo, da 30ª Vara Criminal, em sua decisão, disse que o assunto era "prematuro" e, por isso, Marcelo Batista dos Santos, 27, Luciana Santos Souza, 24, a Jenifer, e Tatiana Pereira da Silva, 18, ficariam presos. Os advogados fizeram a solicitação na audiência em que os acusados no processo foram ouvidos.

Fernando Dutra Pinto, 22, suposto mentor, pela primeira vez falou sobre o crime e disse ter planejado a ação sozinho. No inquérito, ele usou seu direito de prestar informações apenas ao juiz.

Dutra Pinto e seu irmão, Esdras Dutra Pinto, 19, confessaram o sequestro de Patrícia, mas isentaram de culpa os demais.

O Ministério Público denunciou Dutra Pinto por seis crimes: dois sequestros _o de Silvio e o de Patrícia_, roubo, porte de arma, formação de quadrilha e falsificação de documento. Seu irmão, Santos, Luciana (Jenifer) e Tatiana aparecem como co-autores do sequestro de Patrícia e respondem ainda por formação de quadrilha e porte de arma.

Versões

Dutra Pinto disse em seu depoimento que contratou o irmão para ajudá-lo no plano que havia preparado. Pretendia melhorar sua situação financeira. Os dois estavam juntos quando da invasão da casa do apresentador.

Um outro homem, cujo nome é Valdemir, teria arrumado armas e o carro usado na ação, que foi abandonado na fuga. Essa pessoa nunca foi identificada.

Segundo ele, Luciana, sua namorada, ficou apenas um dia _o último (7º)_ no cativeiro com Patrícia, a pedido dela, que queria uma mulher na casa. Somente homens estavam no local. A outra acusada,Tatiana, não participou do plano, segundo ele.

Dutra Pinto disse ainda que Santos, detido no local onde o resgate seria pago, foi chamado para vigiar o lugar, sem saber que se tratava do sequestro de Patrícia.

Não se falou no depoimento de ontem sobre as mortes dos dois policiais civis que tentaram prender Dutra Pinto no flat L'Etoile, em Barueri (Grande SP).

Para o juiz, o sequestrador afirmou que invadiu a casa de Silvio Santos, dois dias depois de libertar Patrícia, porque pretendia se entregar. Na noite anterior, havia acontecido o tiroteio no flat.

"Ele não pediu dinheiro na casa de Silvio Santos, não fez exigência e, por isso, não cometeu um segundo sequestro", disse sua advogada, Simone Badan Caparroz.

A casa em Barueri, na Grande São Paulo, onde a polícia apreendeu armas, munições e coletes à prova de bala, havia sido alugada para o casamento do sequestrador com Luciana, segundo ela afirmou. "Ela participou contra a sua vontade", disse a advogada dela, Patrícia Pedullo.

Tatiana, a primeira a ser ouvida, disse que trabalhava como diarista na casa de Dutra Pinto, ganhando R$ 70, e que nunca esteve no cativeiro de Patrícia.

Para o Ministério Público, as versões contadas procuraram descaracterizar os outros crimes, como o de formação de quadrilha e porte de arma, atribuído a todos. No caso de Dutra Pinto, a defesa tenta reduzir sua pena no caso do sequestro de Silvio Santos.

"Se ele foi à casa de Silvio Santos para se entregar, não tinha motivo para ficar sete horas ali", disse o promotor Dimitrios Bueri.

No próximo dia 23, a Justiça irá ouvir Silvio Santos, sua filha Patrícia e seu sobrinho Guilherme Stoliar, que negociou o pagamento do resgate com os sequestradores.
 

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