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09/10/2001 - 02h44

Defesa de Dutra Pinto quer Alckmin como testemunha

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ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo

A defesa do sequestrador Fernando Dutra Pinto, 22, pediu ontem à Justiça que intime o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para que ele seja ouvido como sua testemunha no caso do sequestro do apresentador de TV Silvio Santos.

Os nomes do secretário da Segurança Pública do Estado, Marco Vinicio Petrelluzzi, e do comandante-geral da Polícia Militar, Rui César Melo, também estão na lista das testemunhas de defesa que as advogadas Maura Marques e Simone Badan Caparroz anexaram ontem ao processo.

Os três estiveram na casa do apresentador, no Morumbi (zona oeste da capital), enquanto ele era mantido como refém por Dutra Pinto, no dia, armado com uma pistola e um revólver.

A defesa sustenta que houve crime de cárcere privado -mais brando- em vez de sequestro -mais grave-, porque Dutra Pinto não teria exigido dinheiro ou ameaçado o empresário.

O juiz do processo, Adilson de Araújo, da 30ª Vara Criminal, precisa confirmar as testemunhas. Segundo a lei, ele pode excluir um nome se não achasse importante, mas, para isso, precisaria fundamentar a decisão.

""Queremos saber quem exigiu a presença do governador, se de fato meu cliente estava com a arma apontada para a cabeça do Silvio e quem negociava. Ou seja, a verdade dos fatos", disse Maura.

Oficialmente, segundo o governo, Dutra Pinto exigiu a presença de Alckmin para libertar Silvio Santos. O sequestro acabou minutos após a chegada dele.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o governador não pode se negar a depor, mas, por força do cargo, tem o direito de escolher o dia, o local e o horário em que irá falar, conforme prevê o Código de Processo Penal.

"O governador esteve no local e pode ser uma testemunha importante. O juiz do caso só pode excluir uma testemunha se achá-la totalmente impertinente", disse o juiz aposentado e criminalista Luiz Flávio Gomes.

Tiroteio no flat
Hoje, Dutra Pinto deve ser ouvido pela polícia no Centro de Detenção Provisória do Belém, na capital, onde ele está preso, sobre o tiroteio no flat L'Etoile, em Barueri (Grande SP), em que dois policiais civis foram mortos e um terceiro escapou ferido.

O caso, até agora, após 42 dias, ainda é um mistério e ninguém está indiciado. Relatório da Corregedoria da Polícia Civil detectou falhas na ação dos policiais e suspeitas sobre o trajeto que o dinheiro do resgate percorreu após ser apreendido no flat. Dos R$ 500 mil pagos, a polícia recuperou R$ 464 mil e Dutra Pinto sustenta ter gasto cerca de R$ 1.000.
De acordo com os advogados do sequestrador, ele deve se recusar a falar, caso seja indiciado. Desse modo, seria ouvido apenas pelo juiz do caso, na fase seguinte.
 

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