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22/01/2002 - 05h37

Celso Daniel negava influência do amigo empresário

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FREDERICO VASCONCELOS
da Folha de S.Paulo

"Nossa amizade não envolve relações com a prefeitura", afirmou Celso Daniel, em entrevista à Folha em setembro de 2000, ao definir sua relação com o empresário Sérgio Gomes da Silva, que dirigia a Pajero na noite da última sexta-feira, quando o prefeito petista foi sequestrado.

Às vésperas da eleição que o reconduziria à prefeitura, Daniel comentou, por telefone, as acusações que circulavam em dossiês sobre direcionamento de licitações para favorecer Ronan Maria Pinto, proprietário de empresas de ônibus, amigo e sócio de Sérgio Gomes, ex-assessor do prefeito.

Daniel disse que os negócios entre Ronan e Sérgio eram "uma questão privada, que diz respeito a ele" [Sérgio]. O prefeito, então licenciado, referia-se à compra de dois imóveis em Santo André, no valor de R$ 280 mil, adquiridos em sociedade por Ronan e Sérgio.

O ex-assessor de Daniel -que participou da primeira gestão do prefeito e foi assessor parlamentar, em Brasília, de 95 a 97- recebera pagamentos de empresas de Ronan, a título de consultoria.

Ronan confirmara que Sérgio havia prestado "um único serviço de consultoria" à empreiteira Rotedali e que também teve serviços contratados pelas empresas de ônibus Coxipó e Transvipa, todas de sua propriedade. O empresário de ônibus disse que já havia prestado essas informações em inquérito na Delegacia de Santo André.

Em maio de 2000, o Ministério Público abrira investigação sobre contratos da prefeitura com as empresas Projeção Engenharia Paulista de Obras Ltda. e a Rotedali Serviços e Limpeza Pública Ltda., criadas por Ronan.

De 125 obras contratadas pela prefeitura, no total de R$ 124 milhões, a Projeção havia ficado com 40 contratos (R$ 13 milhões). Daniel sustentou que a empresa "ganhou um número de licitações razoavelmente grande, mas foram procedimentos regulares".

A Folha havia apurado, na época, que a administração de Daniel, a título de romper o cartel de limpeza pública no município, havia feito um acordo informal que permitiu facilitar a "entrada" das empresas de Ronan no município.

Para expandir sua atuação no município, Ronan teria se comprometido a baixar os preços, mantendo a qualidade dos serviços. Daniel negou esse acordo: "Ela ganhou a licitação oferecendo os mesmos serviços, com a mesma qualidade e a um preço substancialmente inferior."

Considerado um aliado pontual do PT, Ronan ajudou Paulo Maluf a torpedear, em 93, atos da ex-prefeita petista Luiz Erundina.



Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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