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20/02/2002
-
22h04
FÁBIO PORTELA
da Folha Online
As investigações do sequestro e assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel provocaram uma disputa entre as polícias Civil e Federal. A busca pela solução rápida do caso acirrou as diferenças também de dois setores da Polícia Civil de São Paulo: o Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) e o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) disputam os holofotes da imprensa na investigação.
Nesta quarta-feira, a 'guerra de vaidades' atrasou a divulgação dos retratos dos integrantes da quadrilha que supostamente matou o prefeito.
As fotos foram obtidas por policiais do Deic, que investiga o crime de formação de quadrilha, na favela Pantanal, onde funcionaria a "base" dos criminosos. O problema é que o "grosso" da investigação está centrada no DHPP, que é responsável pela apuração do assassinato do prefeito.
Apesar de haver evidência de que as mesma pessoas cometeram os dois crimes (formação de quadrilha e assassinato), a organização da Polícia Civil prevê que os trabalhos de apuração dos fatos sejam feitos em mais de uma frente.
Por isso o delegado Edson Santi, do Deic, que recolheu as fotos, foi até o prédio do DHPP, no centro da cidade, para lá divulgar o material.
O diretor do DHPP, Domingos de Paulo Neto reagiu e vetou a divulgação dos retratos dentro do departamento que está sob sua administração. Ele alegava que não se responsabilizaria por um material que não foi levantado por seus subordinados. No entanto, o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, buscando prestigiar a sua própria equipe, insistia que as fotos fossem passadas á imprensa.
A Folha Online apurou que o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, teve que intervir no caso. Ele determinou que os retratos fossem divulgados pelo delegado Santi. O secretário determinou ainda que isso fosse feito no próprio DHPP.
A confusão acabou gerando mal estar entre os policiais, que, de toda forma, tentaram minimizar a polêmica interna em declarações à imprensa. O próprio delegado Santi, que também fez pressão para divulgar as fotos, disse que a ação da polícia "sempre é feita em conjunto" e fez questão destacar os nomes dos dois departamentos: Deic e DHPP.
Polícia federal
Além da disputa interna, a Polícia Civil de São Paulo também vem enfrentando a "concorrência" da Polícia Federal, que entrou no caso por determinação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A PF foi responsável pela prisão de Andrelison dos Santos Oliveira, o Cara Seca, em Vitória da Conquista, na Bahia, na segunda-feira.
A informação sobre a prisão foi mantida em sigilo pela PF até a noite de terça, quando o acusado foi levado para prestar depoimento em São Paulo.
Quando Andrelison já estava no avião, rumo à capital paulista, a Secretaria estadual de Segurança Pública ainda não tinha detalhes sobre sua prisão. Procurada pela reportagem da Folha Online, que já tinha tido acesso à informação, a assessoria de imprensa da Secretaria disse que não sabia de nenhuma prisão relacionada ao caso.
Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
Veja animação: como ocorreu o crime
Saiba quem foi Celso Daniel
Caso Celso Daniel provoca divisão nas polícias Civil e Federal
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da Folha Online
As investigações do sequestro e assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel provocaram uma disputa entre as polícias Civil e Federal. A busca pela solução rápida do caso acirrou as diferenças também de dois setores da Polícia Civil de São Paulo: o Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) e o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) disputam os holofotes da imprensa na investigação.
Nesta quarta-feira, a 'guerra de vaidades' atrasou a divulgação dos retratos dos integrantes da quadrilha que supostamente matou o prefeito.
As fotos foram obtidas por policiais do Deic, que investiga o crime de formação de quadrilha, na favela Pantanal, onde funcionaria a "base" dos criminosos. O problema é que o "grosso" da investigação está centrada no DHPP, que é responsável pela apuração do assassinato do prefeito.
Apesar de haver evidência de que as mesma pessoas cometeram os dois crimes (formação de quadrilha e assassinato), a organização da Polícia Civil prevê que os trabalhos de apuração dos fatos sejam feitos em mais de uma frente.
Por isso o delegado Edson Santi, do Deic, que recolheu as fotos, foi até o prédio do DHPP, no centro da cidade, para lá divulgar o material.
O diretor do DHPP, Domingos de Paulo Neto reagiu e vetou a divulgação dos retratos dentro do departamento que está sob sua administração. Ele alegava que não se responsabilizaria por um material que não foi levantado por seus subordinados. No entanto, o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, buscando prestigiar a sua própria equipe, insistia que as fotos fossem passadas á imprensa.
A Folha Online apurou que o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, teve que intervir no caso. Ele determinou que os retratos fossem divulgados pelo delegado Santi. O secretário determinou ainda que isso fosse feito no próprio DHPP.
A confusão acabou gerando mal estar entre os policiais, que, de toda forma, tentaram minimizar a polêmica interna em declarações à imprensa. O próprio delegado Santi, que também fez pressão para divulgar as fotos, disse que a ação da polícia "sempre é feita em conjunto" e fez questão destacar os nomes dos dois departamentos: Deic e DHPP.
Polícia federal
Além da disputa interna, a Polícia Civil de São Paulo também vem enfrentando a "concorrência" da Polícia Federal, que entrou no caso por determinação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A PF foi responsável pela prisão de Andrelison dos Santos Oliveira, o Cara Seca, em Vitória da Conquista, na Bahia, na segunda-feira.
A informação sobre a prisão foi mantida em sigilo pela PF até a noite de terça, quando o acusado foi levado para prestar depoimento em São Paulo.
Quando Andrelison já estava no avião, rumo à capital paulista, a Secretaria estadual de Segurança Pública ainda não tinha detalhes sobre sua prisão. Procurada pela reportagem da Folha Online, que já tinha tido acesso à informação, a assessoria de imprensa da Secretaria disse que não sabia de nenhuma prisão relacionada ao caso.
Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
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Saiba quem foi Celso Daniel
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