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14/07/2000
-
05h05
JOÃO CARLOS SILVA, da Folha de S.Paulo
O empresário Jorge Yunes omitiu também da Justiça a aquisição de uma área em São Paulo que pode vir a ser beneficiada por um projeto de alteração à Lei de Zoneamento proposto pelo prefeito Celso Pitta (PTN).
Yunes é o amigo que emprestou R$ 800 mil ao prefeito.
A omissão ocorreu em uma contestação apresentada por advogados de Yunes em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo em que o empresário e Pitta são acusados de improbidade administrativa.
A defesa foi juntada à ação em maio deste ano, mas a Folha só teve acesso ao documento ontem. Desde abril do ano passado, Yunes nega que poderia ser favorecido por Pitta.
A posse da área, prova de que Yunes seria favorecido pelo amigo, foi revelada pela Folha na última segunda-feira, a partir de uma escritura registrada em cartório obtida pela reportagem.
Segundo o documento, Yunes comprou em setembro de 98, por R$ 3 milhões, o direito de uso e posse de duas glebas de um terreno, vizinho à área onde está instalado um depósito de sua editora.
Três meses depois, a área foi beneficiada pelo projeto de Pitta. O terreno fica no Parque Vila Maria 3 (zona norte de SP).
Antes de a escritura ser revelada, havia a suspeita de que Yunes seria beneficiado apenas indiretamente pelo projeto do Executivo, pois seu terreno não seria atingido pela alteração.
Sobre a área que ele adquiriu por R$ 3 milhões, não havia provas. A transação foi registrada no 9º Tabelião de Notas de São Paulo, mas as glebas não foram transferidas para o nome de Yunes.
Para o Ministério Público, que vai juntar a escritura à ação como prova de favorecimento a Yunes, a omissão poderá pesar no julgamento do empresário. "É um fato muito grave, porque ele (Jorge Yunes) omitiu de um juiz um fato importante", diz o promotor da Cidadania, Saad Mazloum.
Ganho
Com a mudança na Lei de Zoneamento proposta pelo prefeito, a área comprada por Jorge Yunes teria sua possibilidade de uso ampliada. Em vez de abrigar apenas depósitos ou garagens de transportadoras, o projeto aceita a instalação de shoppings, supermercados e editora de livros na região, valorizando a gleba.
O projeto de Pitta ainda está tramitando na Câmara. Não há previsão de quando ele poderá ser colocado em votação.
Nem a revelação da existência da escritura fez anteontem os vereadores que apóiam Pitta acreditarem no favorecimento a Yunes.
A acusação, uma das 11 incluídas no processo de impeachment que o prefeito sofreu na Câmara, foi arquivada. Com o arquivamento, Pitta se livrou do risco de perder o cargo.
Outro lado
O prefeito e Yunes negam sistematicamente o favorecimento. Depois de a Folha ter revelado a existência da escritura, o empresário não respondeu aos recados deixados em seus telefones em Paris, onde passa férias, para falar sobre o assunto.
A Folha também procurou ontem os advogados Antônio Araldo Ferraz Dal Pozzo e Luiz Carlos de Arruda Camargo, advogados de Yunes, mas eles não responderam ao recado deixado pela reportagem.
Na defesa apresentada na ação por improbidade administrativa, os advogados alegam que a mudança proposta por Celso Pitta até prejudicaria o cliente deles. O argumento se refere à área que pertencia oficialmente a Yunes.
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Yunes omitiu da Justiça posse de área beneficiada
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O empresário Jorge Yunes omitiu também da Justiça a aquisição de uma área em São Paulo que pode vir a ser beneficiada por um projeto de alteração à Lei de Zoneamento proposto pelo prefeito Celso Pitta (PTN).
Yunes é o amigo que emprestou R$ 800 mil ao prefeito.
A omissão ocorreu em uma contestação apresentada por advogados de Yunes em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo em que o empresário e Pitta são acusados de improbidade administrativa.
A defesa foi juntada à ação em maio deste ano, mas a Folha só teve acesso ao documento ontem. Desde abril do ano passado, Yunes nega que poderia ser favorecido por Pitta.
A posse da área, prova de que Yunes seria favorecido pelo amigo, foi revelada pela Folha na última segunda-feira, a partir de uma escritura registrada em cartório obtida pela reportagem.
Segundo o documento, Yunes comprou em setembro de 98, por R$ 3 milhões, o direito de uso e posse de duas glebas de um terreno, vizinho à área onde está instalado um depósito de sua editora.
Três meses depois, a área foi beneficiada pelo projeto de Pitta. O terreno fica no Parque Vila Maria 3 (zona norte de SP).
Antes de a escritura ser revelada, havia a suspeita de que Yunes seria beneficiado apenas indiretamente pelo projeto do Executivo, pois seu terreno não seria atingido pela alteração.
Sobre a área que ele adquiriu por R$ 3 milhões, não havia provas. A transação foi registrada no 9º Tabelião de Notas de São Paulo, mas as glebas não foram transferidas para o nome de Yunes.
Para o Ministério Público, que vai juntar a escritura à ação como prova de favorecimento a Yunes, a omissão poderá pesar no julgamento do empresário. "É um fato muito grave, porque ele (Jorge Yunes) omitiu de um juiz um fato importante", diz o promotor da Cidadania, Saad Mazloum.
Ganho
Com a mudança na Lei de Zoneamento proposta pelo prefeito, a área comprada por Jorge Yunes teria sua possibilidade de uso ampliada. Em vez de abrigar apenas depósitos ou garagens de transportadoras, o projeto aceita a instalação de shoppings, supermercados e editora de livros na região, valorizando a gleba.
O projeto de Pitta ainda está tramitando na Câmara. Não há previsão de quando ele poderá ser colocado em votação.
Nem a revelação da existência da escritura fez anteontem os vereadores que apóiam Pitta acreditarem no favorecimento a Yunes.
A acusação, uma das 11 incluídas no processo de impeachment que o prefeito sofreu na Câmara, foi arquivada. Com o arquivamento, Pitta se livrou do risco de perder o cargo.
Outro lado
O prefeito e Yunes negam sistematicamente o favorecimento. Depois de a Folha ter revelado a existência da escritura, o empresário não respondeu aos recados deixados em seus telefones em Paris, onde passa férias, para falar sobre o assunto.
A Folha também procurou ontem os advogados Antônio Araldo Ferraz Dal Pozzo e Luiz Carlos de Arruda Camargo, advogados de Yunes, mas eles não responderam ao recado deixado pela reportagem.
Na defesa apresentada na ação por improbidade administrativa, os advogados alegam que a mudança proposta por Celso Pitta até prejudicaria o cliente deles. O argumento se refere à área que pertencia oficialmente a Yunes.
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