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17/07/2000 - 19h32

Vazamento de óleo no PR é o pior da Petrobras em 25 anos

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WAGNER OLIVEIRA, da Agência Folha, em Araucária

O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, disse que a empresa assumiu toda a responsabilidade pelo vazamento de cerca de 4 milhões de litros óleo cru vazaram na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária (PR), causando o maior acidente ambiental envolvendo a Petrobras nos últimos 25 anos.

Reichstul afirmou que a empresa gastará todos os recursos necessários para recuperar o meio ambiente. "O acidente é bastante grave e de total responsabilidade da Petrobras. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance", afirmou.

Segundo ele, uma comissão composta de cinco pessoas terá até quinta-feira para apontar as causas do acidente.

O vazamento ocorreu na tarde de ontem, mas só foi divulgado hoje. A maior parte do óleo percorreu um trajeto de 2.800 metros dentro da área da refinaria entre as 13h15 e as 15h15, chegando aos rios Barigui e Iguaçu.

O vazamento é cerca de três vezes maior do que o ocorrido na baía de Guanabara em janeiro, quando vazaram 1,29 milhão de litros. O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) aplicou uma multa de R$ 50 milhões à Petrobras, o teto legal para esse tipo de acidente.

Até a tarde de hoje, a mancha, de espessura de cinco centímetros, havia avançado 15 km até o distrito de Guajuvira, colocando em risco a saúde de pelo menos 10 mil pessoas que moram perto das margens do rio.

Técnicos do IAP, da Petrobras, do Ibama e de organizações não-governamentais formaram uma comissão para avaliar a extensão dos prejuízos ambientais _além dos peixes, a região é povoada por capivaras e antas.

O óleo exalava um forte cheiro, parecido com o da gasolina, provocando mal-estar em alguns ribeirinhos. A Petrobras e o governo do Paraná formaram equipes de emergência para atender os moradores locais, mas ainda não há balanço da ação.

Pelo menos 400 homens foram contratados pela empresa para ajudar a conter o óleo. Quatro barreiras com bóias foram instaladas em quatro pontos do Iguaçu. Seriam ainda instalados outros quatro pontos, número que pode chegar a seis.

A Petrobras está trazendo para Araucária (20 km de Curitiba) técnicos e equipamento. Uma empresa norte-americana, que atuou no vazamento da baía de Guanabara, também estava mandando ontem funcionários para o Paraná.

A maior preocupação era que as barreiras não detivessem o óleo e o produto chegasse à cidade de União da Vitoria, onde 73 mil pessoas são abastecidas diretamente pelo rio Iguaçu.

"O acidente é o mais grave do Paraná. Nunca vai haver uma recuperação total do meio ambiente", disse José Antonio Andriguetto, presidente do IAP.

O governador Jaime Lerner (PFL-PR) sobrevoou a área afetada e disse que a multa de R$ 50 milhões é inevitável. "Mas o mais importante agora é que todos atuem juntos no sentido de resolver os problemas", afirmou.

"Queremos a apuração rigorosa para que fatos assim nunca mais ocorram no Brasil. Vamos exigir da (Petrobras) aquilo que a comunidade do Paraná e todo o povo brasileiro quer", disse.

A representante na região Sul do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Teresa Urban, disse que as entidades de defesa do meio ambiente têm de ter representantes na comissão que vai apurar as responsabilidades no vazamento de óleo.

"Os prejuízos são muito sérios e irreversíveis em um curto prazo", afirmou Urban. Ela disse estar representando no Paraná as cerca de 800 entidades de defesa ambiental do Brasil.

Segundo Albano de Souza Gonçalves, diretor da Petrobras, o pior vazamento de óleo envolvendo a empresa ocorreu em 1974, quando um navio contratado derramou 6 milhões de litros de óleo cru na baía de Guanabara.

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