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12/11/2002 - 19h49

PF realiza megaoperação contra roubo de cargas e prende 28

ALESSANDRA KORMANN
da Agência Folha

A Polícia Federal realizou hoje uma megaoperação em seis Estados para desmantelar uma organização criminosa que atuava no furto e roubo de cargas e veículos. Foram presas 28 pessoas, com prisão preventiva decretada, e efetivados 52 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Mais de 250 homens participaram da operação, batizada de Carga Pesada.

Entre os presos, estão seis policiais civis da Delegacia de Furto e Roubo de Veículos de Goiânia. Um outro policial da delegacia está foragido. A operação foi realizada com o conhecimento do governo de Goiás.

Segundo o delegado Reinaldo de Almeida César, chefe da assessoria de comunicação da PF, os policiais davam cobertura à quadrilha, avisando sobre investigações em andamento.

"Essa quadrilha se caracteriza por ser uma organização criminosa, com estrutura piramidal e linha hierárquica de comando, que fazia recrutamento de pessoas e tinha conexão com agentes públicos", disse César.

Agora será apurado se, além dos policiais, havia outros funcionários de órgãos públicos envolvidos nas atividades criminosas.

As investigações começaram em janeiro, com um trabalho de inteligência que contou com fotos, filmagens e grampos telefônicos autorizados pela Justiça.

Foi constatado que a quadrilha, além de atuar no furto e roubo de cargas, caminhões e carros de luxo, aplicava golpes contra seguradoras e clonava automóveis. "Eles forjavam laudos de vistoria do Detran e documentos de transferências de veículos. Para modificar o número do chassi, eram recrutados ex-funcionários de montadoras", disse o delegado.

Além dos policiais, a quadrilha envolvia despachantes, agiotas, fornecedores de peças e pessoas que forneciam CPF e contas bancárias para atividades ilícitas.

Os policiais também "estouraram" um desmanche de veículos, que funcionava em um galpão em Goiânia. No local, foram encontrados 30 caminhões. Segundo a PF, depois de roubados, eles eram remontados e vendidos em outro Estado, como um veículo regular.

As cargas e veículos de passeio também eram vendidos em Estados diferentes de onde haviam sido roubados.

Os quatro líderes da quadrilha foram presos em diferentes Estados: Sérgio Augusto Bona, em Goiânia (GO), José Benedito Pereira, em São José dos Campos (SP), Dalmo César da Rocha, em Belo Horizonte (MG), e Adão Mazeto, em Cuiabá (MT).

Seus depoimentos estavam sendo ouvidos ontem. A PF não liberou sua defesa, nem foi divulgado se eles constituíram advogados.

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou que vai demitir os policiais envolvidos na organização criminosa, segundo a Agência de Comunicação do Estado. "Não vamos descansar enquanto não depurarmos completamente a polícia goiana. Os maus não podem contagiar a corporação. Precisamos buscar uma polícia cada vez mais sadia", disse.
 

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