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26/11/2002
-
02h58
da Folha de S.Paulo
A polícia isolou ontem e vai indiciar pelo crime de formação de quadrilha 16 líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Três formariam a liderança máxima atual e 13 seriam "pilotos" _espécie de coordenadores da facção em cada presídio.
O isolamento ocorreu a partir de informações dadas por José Márcio Felício, o Geleião, um dos fundadores do PCC, segundo o delegado Rui Fontes, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
De acordo com Fontes, Geleião está jurado de morte por antigos companheiros da facção e tenta trocar informações sobre o PCC por proteção e benefícios para ele e para sua mulher, Petronilha Felício, que também está presa.
Os presos isolados teriam envolvimento em ações contra prédios públicos, na morte de um policial militar em Campinas e também na tentativa de atentado contra o prédio da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), no qual seriam usados 30 quilos de explosivos, no mês passado.
Os 16 presos serão ouvidos hoje e amanhã e indiciados por formação de quadrilha. Depois eles serão isolados em presídios com RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), nos quais as regras são mais rígidas.
As informações sobre os atentados e homicídios serão encaminhadas para as delegacias das regiões ou cidades onde ocorreram os crimes e onde já há inquéritos em andamento.
Esse foi o segundo golpe contra a facção criminosa desde maio deste ano, quando a polícia montou um organograma dos principais líderes do PCC e os isolou na Penitenciária de Presidente Bernardes (a 605 km de São Paulo).
Agora, a polícia quer minar a estrutura do PCC usada para realizar atentados e ações fora das cadeias. A figura do "piloto" -que ocupa o segundo escalão na hierarquia do PCC e é responsável pelas decisões da população carcerária de cada unidade- é fundamental nesse esquema.
O preso Alexandre Aparecido Fernandes, o Izildo Caramujo, "piloto" do PCC na penitenciária de Getulina (473 km de SP), por exemplo, foi apontado por Geleião como o responsável por guardar as armas para as ações da facção. O depoimento de Geleião confirmou uma informação já obtida pela polícia por meio de escuta telefônica.
Além dos "pilotos", os três líderes máximos do PCC hoje, segundo Geleião, também serão indiciados e isolados: Marcos Herbas Camacho, o Marcola, José Eduardo Moura da Silva, o Bandejão, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola.
Um dos fundadores do PCC, Marcola foi poupado pela polícia por ter dado informações à polícia em maio. Com o depoimento de Geleião, que também o incriminou, Marcola não escapou do indiciamento.
Os outros 12 líderes isolados pela operação do Deic e do Ministério Público são Jair Facca Júnior, o Faca (piloto na Penitenciária do Estado), Jefferson Martins (São Vicente), Silvio Gomes Ferreira Santos, o Fantasma (Avaré), Agnaldo de Souza Santos, o Baianão (Penitenciária do Estado), Adilson dos Reis Moreira, o Jiló (Hortolândia), Paulo Henrique Flauzino (Iaras), Carlos Magno Zito Alvarenga, o Nego Manga (Iperó), Nirlei Ribeiro Maria (Ribeirão Preto), Ademir Marcos Magalhães da Silva (Guarulhos), David Stocker Uchôa Maluf, o Magaiver (Presidente Prudente), Lucien Reny Zahar (Penitenciária do Estado) e Helivelton de Silva Viana, o Xexéu (Penitenciária de Presidente Venceslau).
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula e Silva, o Andinho, que deve ser ouvido hoje no Deic, também será indiciado por formação de quadrilha por pertencer ao PCC. Ele não seria líder, mas contribuiria com dinheiro e carros para a facção. No depoimento, Geleião disse que conseguiu dois carros em uma concessionária controlada por Andinho para fazer uma ação.
Polícia indicia e isola 16 líderes do PCC
GILMAR PENTEADOda Folha de S.Paulo
A polícia isolou ontem e vai indiciar pelo crime de formação de quadrilha 16 líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Três formariam a liderança máxima atual e 13 seriam "pilotos" _espécie de coordenadores da facção em cada presídio.
O isolamento ocorreu a partir de informações dadas por José Márcio Felício, o Geleião, um dos fundadores do PCC, segundo o delegado Rui Fontes, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
De acordo com Fontes, Geleião está jurado de morte por antigos companheiros da facção e tenta trocar informações sobre o PCC por proteção e benefícios para ele e para sua mulher, Petronilha Felício, que também está presa.
Os presos isolados teriam envolvimento em ações contra prédios públicos, na morte de um policial militar em Campinas e também na tentativa de atentado contra o prédio da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), no qual seriam usados 30 quilos de explosivos, no mês passado.
Os 16 presos serão ouvidos hoje e amanhã e indiciados por formação de quadrilha. Depois eles serão isolados em presídios com RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), nos quais as regras são mais rígidas.
As informações sobre os atentados e homicídios serão encaminhadas para as delegacias das regiões ou cidades onde ocorreram os crimes e onde já há inquéritos em andamento.
Esse foi o segundo golpe contra a facção criminosa desde maio deste ano, quando a polícia montou um organograma dos principais líderes do PCC e os isolou na Penitenciária de Presidente Bernardes (a 605 km de São Paulo).
Agora, a polícia quer minar a estrutura do PCC usada para realizar atentados e ações fora das cadeias. A figura do "piloto" -que ocupa o segundo escalão na hierarquia do PCC e é responsável pelas decisões da população carcerária de cada unidade- é fundamental nesse esquema.
O preso Alexandre Aparecido Fernandes, o Izildo Caramujo, "piloto" do PCC na penitenciária de Getulina (473 km de SP), por exemplo, foi apontado por Geleião como o responsável por guardar as armas para as ações da facção. O depoimento de Geleião confirmou uma informação já obtida pela polícia por meio de escuta telefônica.
Além dos "pilotos", os três líderes máximos do PCC hoje, segundo Geleião, também serão indiciados e isolados: Marcos Herbas Camacho, o Marcola, José Eduardo Moura da Silva, o Bandejão, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola.
Um dos fundadores do PCC, Marcola foi poupado pela polícia por ter dado informações à polícia em maio. Com o depoimento de Geleião, que também o incriminou, Marcola não escapou do indiciamento.
Os outros 12 líderes isolados pela operação do Deic e do Ministério Público são Jair Facca Júnior, o Faca (piloto na Penitenciária do Estado), Jefferson Martins (São Vicente), Silvio Gomes Ferreira Santos, o Fantasma (Avaré), Agnaldo de Souza Santos, o Baianão (Penitenciária do Estado), Adilson dos Reis Moreira, o Jiló (Hortolândia), Paulo Henrique Flauzino (Iaras), Carlos Magno Zito Alvarenga, o Nego Manga (Iperó), Nirlei Ribeiro Maria (Ribeirão Preto), Ademir Marcos Magalhães da Silva (Guarulhos), David Stocker Uchôa Maluf, o Magaiver (Presidente Prudente), Lucien Reny Zahar (Penitenciária do Estado) e Helivelton de Silva Viana, o Xexéu (Penitenciária de Presidente Venceslau).
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula e Silva, o Andinho, que deve ser ouvido hoje no Deic, também será indiciado por formação de quadrilha por pertencer ao PCC. Ele não seria líder, mas contribuiria com dinheiro e carros para a facção. No depoimento, Geleião disse que conseguiu dois carros em uma concessionária controlada por Andinho para fazer uma ação.
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