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21/12/2002
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02h37
No Sul, uma cidade 100% branca. No Nordeste, um município com 61,7% da população negra. Montauri (RS) e Riacho Frio (PI) são exemplos da diversidade e dos contrastes encontrados na formação do povo brasileiro por causa do processo de colonização.
No município gaúcho de Montauri (223 km de Porto Alegre), ocorre um fenômeno típico de países nórdicos, onde há apenas habitantes de cor branca: quando algum negro aparece em meio à população, sua presença é temporária, em razão da prestação de algum serviço específico.
A formação étnica do município é, predominantemente, de descendentes de italianos e de alemães. Não há negros nem índios entre os seus 1.684 habitantes.
O secretário municipal da Administração, Antônio Meneguzzi, 47, aponta para sua própria casa ao falar nos raríssimos casos de origem africana e índia existentes no município. Sua mulher, Maria Salete, 47, é descendente de africanos, alemães e índios.
Segundo ele, não há discriminação quando surge alguém com a tez um pouco mais escura que o comum da cidade. "Somos uma cidade calma e estamos acostumados com os vizinhos, onde há negros. Ninguém vê qualquer anormalidade nisso."
A colonização também teve efeitos em Riacho Frio. Segundo o professor Stânio de Sousa Vieira, do Núcleo de Pesquisas em Africanidades e Afrodescendências da UFPI (Universidade Federal do Piauí), a alta concentração de negros na cidade, no extremo sul do Estado, se deve à grande quantidade de escravos que foram trabalhar nas fazendas da região. "O sul do Piauí foi a base do processo de colonização do Estado."
Os escravos, na grande maioria vindos de Angola ou do Congo, entravam no Piauí pela Bahia ou por Pernambuco. Há ainda na região muitas comunidades remanescentes de quilombos.
Emancipada há seis anos, a cidade tem 4.321 habitantes, vive da agricultura e da pecuária e é uma das 196 do Piauí em situação de emergência por causa da seca. Segundo o prefeito Joaquim Mascarenhas Lustosa (PTB), não existe preconceito na cidade: "Aqui é todo mundo moreno".
Colonização gera cidade 100% branca, aponta IBGE
da Agência FolhaNo Sul, uma cidade 100% branca. No Nordeste, um município com 61,7% da população negra. Montauri (RS) e Riacho Frio (PI) são exemplos da diversidade e dos contrastes encontrados na formação do povo brasileiro por causa do processo de colonização.
No município gaúcho de Montauri (223 km de Porto Alegre), ocorre um fenômeno típico de países nórdicos, onde há apenas habitantes de cor branca: quando algum negro aparece em meio à população, sua presença é temporária, em razão da prestação de algum serviço específico.
A formação étnica do município é, predominantemente, de descendentes de italianos e de alemães. Não há negros nem índios entre os seus 1.684 habitantes.
O secretário municipal da Administração, Antônio Meneguzzi, 47, aponta para sua própria casa ao falar nos raríssimos casos de origem africana e índia existentes no município. Sua mulher, Maria Salete, 47, é descendente de africanos, alemães e índios.
Segundo ele, não há discriminação quando surge alguém com a tez um pouco mais escura que o comum da cidade. "Somos uma cidade calma e estamos acostumados com os vizinhos, onde há negros. Ninguém vê qualquer anormalidade nisso."
A colonização também teve efeitos em Riacho Frio. Segundo o professor Stânio de Sousa Vieira, do Núcleo de Pesquisas em Africanidades e Afrodescendências da UFPI (Universidade Federal do Piauí), a alta concentração de negros na cidade, no extremo sul do Estado, se deve à grande quantidade de escravos que foram trabalhar nas fazendas da região. "O sul do Piauí foi a base do processo de colonização do Estado."
Os escravos, na grande maioria vindos de Angola ou do Congo, entravam no Piauí pela Bahia ou por Pernambuco. Há ainda na região muitas comunidades remanescentes de quilombos.
Emancipada há seis anos, a cidade tem 4.321 habitantes, vive da agricultura e da pecuária e é uma das 196 do Piauí em situação de emergência por causa da seca. Segundo o prefeito Joaquim Mascarenhas Lustosa (PTB), não existe preconceito na cidade: "Aqui é todo mundo moreno".
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