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14/04/2003
-
09h49
A Secretaria de Saúde de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo) e a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.) querem assumir o controle sobre a perfuração de poços artesianos, que nos últimos cinco anos cresceu 200%.
Há razões ambientais _os poços podem afetar o nível e poluir os lençóis d'água_, de saúde _o consumo de água sem tratamento_ e econômicas _a Sanasa pode perder faturamento.
Hoje, a fiscalização sobre esses poços é feita exclusivamente pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, que admite ter dificuldades em controlar a proliferação de poços artesianos irregulares.
O projeto para a ampliar a fiscalização ainda está sendo esboçado. Mas a idéia inicial da administração é estender o Pró-água _programa de análise periódica de qualidade da água da rede pública_ também para as fontes de consumo alternativas.
De acordo com o médico Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, responsável pelo setor de saúde ambiental da Secretaria de Saúde, não há nenhum tipo de acompanhamento sobre essas fontes, como os poços artesianos.
Água suspeita
O esforço da administração se resume atualmente ao controle bacteriológico e físico-químico da água distribuída pela Sanasa.
"Além de ampliar o trabalho que já realizamos com a Sanasa, a intenção da secretaria é concretizar uma parceria com o Daee que permita um controle mais eficiente sobre esses poços artesianos", disse Abrahão.
A situação preocupa tanto o Estado quanto o município, pois a cada ano cresce o número de pedidos de licença para a perfuração de novos poços no município.
Em 1998, o Daee concedeu 27 licenças de perfuração para poços artesianos em Campinas.
O número de concessões feitas passou para 30 (1999), 36 (2000) e 63 (2001). No ano passado, o Daee concedeu licença para a abertura de 81 poços artesianos.
Falta de controle
"Temos consciência de que esse números não são totalmente confiáveis, pois existem muitos poços irregulares, dos quais é extraída água de qualidade duvidosa", afirmou o superintendente do Daee, Ricardo Darviz Borsari.
De acordo com Borsari, existe interesse do órgão estadual em manter convênios com os municípios para incrementar a fiscalização sobre as perfurações.
Segundo ele, o órgão já possui parcerias com pelo menos duas cidades do interior do Estado _há acordos desse tipo com as prefeituras de Bauru (343 km a noroeste de SP) e São José do Rio Preto (440 km a noroeste de SP).
"Ainda não fomos procurados oficialmente pela Prefeitura de Campinas, mas acredito que não teremos dificuldades em viabilizar esse procedimento", disse.
Segundo o superintendente do Daee, o crescimento dos poços artesianos aconteceu nesses últimos anos tanto no segmento industrial quanto no residencial, a maior parte em condomínios.
Prejuízos
Além dos impactos ambientais, o crescimento do número de poços artesianos em Campinas traz impactos negativos ao desempenho da empresa municipal de água e esgoto, a Sanasa.
O desenvolvimento dessas fontes alternativas é tão intenso que na última semana a Sanasa anunciou a criação de um programa específico que oferecerá descontos de 40% para grande consumidores.
Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em Campinas, Francisco de Oliveira Lima Filho, o consumo de água proveniente de poços artesianos representa uma diminuição nos custos de grandes consumidores industriais. A entidade elaborou uma cartilha de orientação.
Prefeitura de Campinas (SP) quer controlar poço artesiano
da Folha de S.Paulo, em CampinasA Secretaria de Saúde de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo) e a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.) querem assumir o controle sobre a perfuração de poços artesianos, que nos últimos cinco anos cresceu 200%.
Há razões ambientais _os poços podem afetar o nível e poluir os lençóis d'água_, de saúde _o consumo de água sem tratamento_ e econômicas _a Sanasa pode perder faturamento.
Hoje, a fiscalização sobre esses poços é feita exclusivamente pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, que admite ter dificuldades em controlar a proliferação de poços artesianos irregulares.
O projeto para a ampliar a fiscalização ainda está sendo esboçado. Mas a idéia inicial da administração é estender o Pró-água _programa de análise periódica de qualidade da água da rede pública_ também para as fontes de consumo alternativas.
De acordo com o médico Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, responsável pelo setor de saúde ambiental da Secretaria de Saúde, não há nenhum tipo de acompanhamento sobre essas fontes, como os poços artesianos.
Água suspeita
O esforço da administração se resume atualmente ao controle bacteriológico e físico-químico da água distribuída pela Sanasa.
"Além de ampliar o trabalho que já realizamos com a Sanasa, a intenção da secretaria é concretizar uma parceria com o Daee que permita um controle mais eficiente sobre esses poços artesianos", disse Abrahão.
A situação preocupa tanto o Estado quanto o município, pois a cada ano cresce o número de pedidos de licença para a perfuração de novos poços no município.
Em 1998, o Daee concedeu 27 licenças de perfuração para poços artesianos em Campinas.
O número de concessões feitas passou para 30 (1999), 36 (2000) e 63 (2001). No ano passado, o Daee concedeu licença para a abertura de 81 poços artesianos.
Falta de controle
"Temos consciência de que esse números não são totalmente confiáveis, pois existem muitos poços irregulares, dos quais é extraída água de qualidade duvidosa", afirmou o superintendente do Daee, Ricardo Darviz Borsari.
De acordo com Borsari, existe interesse do órgão estadual em manter convênios com os municípios para incrementar a fiscalização sobre as perfurações.
Segundo ele, o órgão já possui parcerias com pelo menos duas cidades do interior do Estado _há acordos desse tipo com as prefeituras de Bauru (343 km a noroeste de SP) e São José do Rio Preto (440 km a noroeste de SP).
"Ainda não fomos procurados oficialmente pela Prefeitura de Campinas, mas acredito que não teremos dificuldades em viabilizar esse procedimento", disse.
Segundo o superintendente do Daee, o crescimento dos poços artesianos aconteceu nesses últimos anos tanto no segmento industrial quanto no residencial, a maior parte em condomínios.
Prejuízos
Além dos impactos ambientais, o crescimento do número de poços artesianos em Campinas traz impactos negativos ao desempenho da empresa municipal de água e esgoto, a Sanasa.
O desenvolvimento dessas fontes alternativas é tão intenso que na última semana a Sanasa anunciou a criação de um programa específico que oferecerá descontos de 40% para grande consumidores.
Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em Campinas, Francisco de Oliveira Lima Filho, o consumo de água proveniente de poços artesianos representa uma diminuição nos custos de grandes consumidores industriais. A entidade elaborou uma cartilha de orientação.
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