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05/05/2010 - 19h31

Acusados de matar 27 no presídio Urso Branco começam a ser julgados em RO

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SILVIA FREIRE
da Agência Folha

Começou nesta quarta-feira, em Porto Velho (RO), o julgamento de 16 réus acusados de participação na morte de 27 presos na penitenciária Urso Branco --ocorrido em janeiro de 2002.

Pela manhã, foram lidos trechos do processo no qual testemunhas relatam as mortes. Eles disseram que na tarde do dia 1º de janeiro de 2002, os presos que estavam no seguro (celas onde ficam os presos ameaçados por outros detentos) foram transferidos para os pavilhões. Muitos choravam e pediam para não ser transferidos porque seriam mortos por inimigos que estavam nos pavilhões. As mortes ocorreram no dia 2 --todos os 27 mortos eram do seguro.

Testemunhas relataram também que os mortos foram amarrados e golpeados com facas artesanais. Alguns receberam golpes nos olhos e nos braços.

Inicialmente, estão sendo julgados os presos Michel Alves das Chagas, o Chimalé, e Anselmo Garcia de Almeida, o Fininho.

Chagas, que se apresentou ao plenário com a camisa 7 da seleção brasileira, com o nome de Adriano nas costas, negou participação nas mortes. Ele disse que foi baleado na perna numa tentativa de fuga na madrugada do dia 1º de janeiro e que estava na igreja do presídio com outros feridos quando ocorreram as mortes. Ele disse que conhecia alguns dos mortos, mas que não tinha nenhuma inimizade com eles.

O depoimento de Almeida começou no fim da tarde. Ele negou a participação nas mortes e disse que não tinha inimigos no presídio. Ele também foi baleado na tentativa de fuga e contou que estava deitado em sua cela durante o massacre devido ao ferimento.

O julgamento está sendo acompanhado por uma comissão criada pela OEA (Organização dos Estados Americanos). O massacre dos presos motivou uma representação contra o governo brasileiro na OEA. A corte determinou a adoção de medidas contra a violação dos direitos humanos no Urso Branco.

No julgamento, os réus foram divididos em seis blocos. Em cada sessão, que deverá ter a duração de três a cinco dias, serão julgados de dois a seis réus. A expectativa é que o julgamento termine no início de junho.

Ex-diretores do presídio, acusados de autorizar a transferência dos presos do seguro para os pavilhões, foram pronunciados (serão submetidos a júri popular), mas recorreram da decisão. Eles só serão julgados após a análise dos recursos.

 

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