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27/05/2003
-
23h02
da Folha de S.Paulo, no Rio
Os seis PMs que prestaram depoimento ontem no caso da chacina de quatro moradores do morro do Borel (Tijuca, zona norte do Rio) apresentaram uma nova versão. Antes, diziam que os quatro eram traficantes que atiravam contra eles. Nos novos depoimentos, afirmaram não ter certeza disso.
O laudo cadavérico do IML (Instituto Médico Legal), segundo a polícia, indica assassinato sem resistência: as vítimas levaram tiros nas costas, pernas e braços.
Segundo o delegado da 19ª DP (Delegacia de Polícia), Orlando Zaccone, os PMs disseram que foram recebidos a tiros e revidaram.
"Quando se aproximaram, viram os corpos dos quatro jovens, mas não puderam afirmar que aquelas pessoas eram os agressores. Isso muda o rumo dos fatos e abre um novo campo de investigações", disse ele.
De acordo com o delegado, os PMs disseram que estava escurecendo e, por isso, não podiam dizer se os jovens mortos eram traficantes armados. Entre os PMs ouvidos ontem estava o tenente Rodrigo Lavandeira Pereira, comandante da operação.
Os seis mantiveram a declaração de que, próximo aos corpos, foram encontrados dois revólveres, duas pistolas, pequena quantidade de drogas e uma granada, conforme o delegado.
Foram mortos na ação policial o taxista Everson Gonçalves Silote, 26, o estudante Carlos Magno Nascimento, 18, o mecânico Thiago Correia da Silva, 19, e o pintor e pedreiro Carlos Alberto da Silva Ferreira, 21.
De acordo com parentes dos mortos e moradores do Borel, os quatro não tinham ligação com o tráfico, eram trabalhadores e estudantes. Segundo a polícia, nenhum deles tinha antecedentes criminais.
A maior preocupação do delegado é encontrar testemunhas que tenham presenciado o fato. Segundo ele, os parentes não viram nada, mas citaram nomes de pessoas que teriam visto. O problema é que os moradores estão com medo de sofrer represália dos PMs que fazem o policiamento de rotina na favela.
Os 16 policiais envolvidos na operação foram afastados do policiamento externo na semana passada, mais de um mês depois do crime. Os outros dez devem prestar depoimento nesta quarta-feira.
Anistia Internacional
No próximo dia 14, uma comissão da Anistia Internacional visitará o Borel. Nesta quarta-feira, a comissão de Direitos Humanos da Assembléia fará uma audiência pública.
O delegado Zaccone e o corregedor-geral das Polícias Unificadas, João Luiz Pinaud, falarão sobre o andamento das investigações. Parentes e testemunhas também foram convocadas.
Especial
Veja mais sobre o tráfico no Rio
PMs acusados de chacina no morro do Borel (RJ) mudam depoimento
FABIANA CIMIERIda Folha de S.Paulo, no Rio
Os seis PMs que prestaram depoimento ontem no caso da chacina de quatro moradores do morro do Borel (Tijuca, zona norte do Rio) apresentaram uma nova versão. Antes, diziam que os quatro eram traficantes que atiravam contra eles. Nos novos depoimentos, afirmaram não ter certeza disso.
O laudo cadavérico do IML (Instituto Médico Legal), segundo a polícia, indica assassinato sem resistência: as vítimas levaram tiros nas costas, pernas e braços.
Segundo o delegado da 19ª DP (Delegacia de Polícia), Orlando Zaccone, os PMs disseram que foram recebidos a tiros e revidaram.
"Quando se aproximaram, viram os corpos dos quatro jovens, mas não puderam afirmar que aquelas pessoas eram os agressores. Isso muda o rumo dos fatos e abre um novo campo de investigações", disse ele.
De acordo com o delegado, os PMs disseram que estava escurecendo e, por isso, não podiam dizer se os jovens mortos eram traficantes armados. Entre os PMs ouvidos ontem estava o tenente Rodrigo Lavandeira Pereira, comandante da operação.
Os seis mantiveram a declaração de que, próximo aos corpos, foram encontrados dois revólveres, duas pistolas, pequena quantidade de drogas e uma granada, conforme o delegado.
Foram mortos na ação policial o taxista Everson Gonçalves Silote, 26, o estudante Carlos Magno Nascimento, 18, o mecânico Thiago Correia da Silva, 19, e o pintor e pedreiro Carlos Alberto da Silva Ferreira, 21.
De acordo com parentes dos mortos e moradores do Borel, os quatro não tinham ligação com o tráfico, eram trabalhadores e estudantes. Segundo a polícia, nenhum deles tinha antecedentes criminais.
A maior preocupação do delegado é encontrar testemunhas que tenham presenciado o fato. Segundo ele, os parentes não viram nada, mas citaram nomes de pessoas que teriam visto. O problema é que os moradores estão com medo de sofrer represália dos PMs que fazem o policiamento de rotina na favela.
Os 16 policiais envolvidos na operação foram afastados do policiamento externo na semana passada, mais de um mês depois do crime. Os outros dez devem prestar depoimento nesta quarta-feira.
Anistia Internacional
No próximo dia 14, uma comissão da Anistia Internacional visitará o Borel. Nesta quarta-feira, a comissão de Direitos Humanos da Assembléia fará uma audiência pública.
O delegado Zaccone e o corregedor-geral das Polícias Unificadas, João Luiz Pinaud, falarão sobre o andamento das investigações. Parentes e testemunhas também foram convocadas.
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