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21/08/2000
-
03h49
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR, da Folha de S.Paulo
A brasileira Patrícia Ramos Gallego, assassinada na semana passada em San Diego (Califórnia,EUA) tinha proposto um casamento de conveniência, só no papel, ao principal suspeito pelo crime. O relato é do triatleta paulista Márcio Zuliani, que mora em San Diego e encontrou Patrícia no fim da tarde de sexta-feira, poucas horas antes de ela ser morta.
O acusado já está preso: é Calvin Lamont Parker, 31, com quem Patrícia dividia apartamento.
De acordo como Zuliani, a amiga comentou que estava de casa nova,
morando com um rastafári (seguidor de uma religião jamaicana) e outra menina (essa terceira pessoa não foi mencionada até agora nas investigações).
Contou também, ainda segundo Zuliani, que tinha proposto um casamento de conveniência a Parker, para conseguir legalizar sua situação nos EUA.
Em consequência da oferta de casamento, Calvin Parker estaria se insinuando sexualmente. Zuliani diz que chegou a brincar com Patrícia: "Por um "green card", até que vale". Ela teria respondido que "de jeito nenhum" aceitaria. "Green Card" ("cartão verde") é como se chama o documento dos estrangeiros que moram legalmente nos EUA).
O triatleta diz que, nos cerca de oito meses que trabalhou com Patrícia, ela demonstrou temperamento "normal", nem muito expansiva, nem tímida demais. Mas, na última vez em que a viu, achou que a amiga estava com olhar perdido, desanimada, respondendo só o que lhe era perguntado.
"Até comentei com um amigo que ela estava esquisita."
Patrícia tinha 29 anos e morava havia quatro nos EUA, onde entrou como estudante. Seu corpo, mutilado e com sinais de tortura e extrema violência sexual, foi descoberto segunda-feira passada numa lata de lixo em uma construção em Carlsbad, subúrbio ao norte de San Diego. Os dedos tinham sido achados pouco antes, também no lixo, em outra cidade.
A polícia diz ter encontrado diversas evidências que incriminam Calvin Parker. No dia seguinte à morte, ele chegou a alugar uma camionete para, segundo os investigadores, se desfazer do cadáver. Também ligou para o trabalho de Patrícia, a padaria e restaurante Cafe Chloe, dizendo que Patrícia tinha sofrido um acidente a voltado para o Brasil.
Na quinta-feira passada, o companheiro de quarto da brasileira alegou inocência num tribunal de San Diego. Os policiais tentam agora relacioná-lo a pelo menos mais um crime, em janeiro passado, em que uma mulher também foi morta e mutilada.
A legislação do Estado da Califórnia prevê, se for provada a culpa de Parker no assassinato da brasileira, a pena de morte. O julgamento deve acontecer no mínimo dentro de um, no máximo daqui a dois anos.
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Brasileira morta nos EUA queria "casar" com acusado
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A brasileira Patrícia Ramos Gallego, assassinada na semana passada em San Diego (Califórnia,EUA) tinha proposto um casamento de conveniência, só no papel, ao principal suspeito pelo crime. O relato é do triatleta paulista Márcio Zuliani, que mora em San Diego e encontrou Patrícia no fim da tarde de sexta-feira, poucas horas antes de ela ser morta.
O acusado já está preso: é Calvin Lamont Parker, 31, com quem Patrícia dividia apartamento.
De acordo como Zuliani, a amiga comentou que estava de casa nova,
morando com um rastafári (seguidor de uma religião jamaicana) e outra menina (essa terceira pessoa não foi mencionada até agora nas investigações).
Contou também, ainda segundo Zuliani, que tinha proposto um casamento de conveniência a Parker, para conseguir legalizar sua situação nos EUA.
Em consequência da oferta de casamento, Calvin Parker estaria se insinuando sexualmente. Zuliani diz que chegou a brincar com Patrícia: "Por um "green card", até que vale". Ela teria respondido que "de jeito nenhum" aceitaria. "Green Card" ("cartão verde") é como se chama o documento dos estrangeiros que moram legalmente nos EUA).
O triatleta diz que, nos cerca de oito meses que trabalhou com Patrícia, ela demonstrou temperamento "normal", nem muito expansiva, nem tímida demais. Mas, na última vez em que a viu, achou que a amiga estava com olhar perdido, desanimada, respondendo só o que lhe era perguntado.
"Até comentei com um amigo que ela estava esquisita."
Patrícia tinha 29 anos e morava havia quatro nos EUA, onde entrou como estudante. Seu corpo, mutilado e com sinais de tortura e extrema violência sexual, foi descoberto segunda-feira passada numa lata de lixo em uma construção em Carlsbad, subúrbio ao norte de San Diego. Os dedos tinham sido achados pouco antes, também no lixo, em outra cidade.
A polícia diz ter encontrado diversas evidências que incriminam Calvin Parker. No dia seguinte à morte, ele chegou a alugar uma camionete para, segundo os investigadores, se desfazer do cadáver. Também ligou para o trabalho de Patrícia, a padaria e restaurante Cafe Chloe, dizendo que Patrícia tinha sofrido um acidente a voltado para o Brasil.
Na quinta-feira passada, o companheiro de quarto da brasileira alegou inocência num tribunal de San Diego. Os policiais tentam agora relacioná-lo a pelo menos mais um crime, em janeiro passado, em que uma mulher também foi morta e mutilada.
A legislação do Estado da Califórnia prevê, se for provada a culpa de Parker no assassinato da brasileira, a pena de morte. O julgamento deve acontecer no mínimo dentro de um, no máximo daqui a dois anos.
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