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15/08/2003 - 20h26

Coordenador de movimento sem-teto é assassinado em Olinda

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Olinda

O coordenador do MRST (Movimento Revolucionário dos Sem-teto) Walace Henrique Gonçalves de Santana, 20, foi assassinado na noite de ontem, em Olinda (região metropolitana de Recife, PE).

O crime aconteceu no acampamento João Amazonas, em um terreno particular localizado no bairro de Cidade Tabajara. Santana foi atingido por dois tiros.

Segundo as testemunhas, dois homens encapuzados participaram da ação. A Polícia Militar prendeu dois suspeitos, mas um deles foi liberado na tarde de hoje por falta de provas.

A Polícia Civil, que investiga o caso, trabalha com a hipótese de vingança. Segundo o delegado de Olinda Joel Venâncio, o mandante do crime seria um ex-integrante do MRST, conhecido por Valmir. Ele está desaparecido.

Acusado de tentar vender seu barraco, Valmir foi expulso do acampamento pela coordenação do movimento, que foi criado neste ano por dissidentes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Punido, ele teria jurado se vingar dos líderes.

Na noite de ontem, Valmir teria retornado ao local com um amigo, também conhecido dos acampados. Apesar de encapuzados, eles foram reconhecidos por suas vozes e portes físicos.

Armados com revólveres, os dois invadiram o acampamento e se dirigiram até o barraco de Santana, erguido entre os restos de uma construção abandonada.

A vítima foi arrastada até um corredor e morto com tiros na cabeça, supostamente disparados por Valmir. Seu amigo, identificado como Alex Nascimento Silva, 22, teria segurado a mulher do sem-teto, Patrícia Conceição da Costa, 27, durante o crime.

"Esses caras já vinham ameaçando a coordenação [do MRST]", disse a mulher. "Um conseguiu fugir, e só pegaram ele [Silva]", afirmou.

Silva, que foi preso horas depois pela PM, negou a acusação. Em depoimento, ele afirmou que estava na casa de uma irmã quando o líder sem-teto foi assassinado. O acusado não tinha advogado constituído até o final da tarde.

Os cerca de 70 invasores que viviam há seis meses no terreno foram obrigados hoje a deixar o local. Por ordem da Justiça, eles foram despejados pela polícia. Não houve resistência. O grupo acampou próximo à área, às margens da rodovia PE-15.
 

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