Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/11/2003 - 21h52

Madeireiros ameaçam invadir navio do Greenpeace no Pará

Publicidade

KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

Madeireiros da cidade de Porto de Moz, no oeste do Pará, ameaçam invadir nesta quarta-feira o navio do Greenpeace que está ancorado a 25 km da localidade, no rio Xingu, próximo à comunidade de Acaraí. Nesta terça-feira, num comunicado à Agência Folha, o Movimento da População de Porto Moz informou que cerca de 2.000 pessoas se dirigirão até a embarcação e renderão a tripulação.

O comunicado foi enviado à reportagem por um dos líderes do movimento, Valdomiro Maia Barbosa, 38, também secretário municipal de Turismo de Porto de Moz. Nesta terça-feira, uma passeata estava sendo organizada na cidade.

No domingo, Barbosa liderou um protesto que ocasionou a expulsão do navio MV Arctic Sunrise de Porto de Moz. Ele se amarrou entre o navio e um barco regional e chamou os ativistas do Greenpeace de terroristas.

Reservas

O Movimento da População de Porto de Moz é contrário à criação das reservas extrativistas Verde para Sempre e Renascer, de 1,3 milhão de hectares. Madeireiras de capital brasileiro, japonês, americano e europeu exploram ilegalmente a área pretendida pelas comunidades ribeirinhas.

O Greenpeace está no Pará em apoio à campanha da criação das reservas, além de combater a extração ilegal de madeira e violência no campo. Oito ribeirinhos estão ameaçados de morte.

Os ambientalistas anunciaram que não deixarão a região. Por telefone via satélite do navio MV Arctic Sunrise, o coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, confirmou que, diante das ameaças dos madeireiros, a tripulação do navio está em risco.

Adário afirmou que o Greenpeace estará comunicando as embaixadas de países que têm tripulantes a bordo do navio a falta de segurança no Pará.

Em Porto de Moz não há policiais suficientes para conter um conflito, segundo a juíza da comarca Rejane Ferreira de Oliveira. São apenas oito soldados da Polícia Militar. A delegacia mais próxima fica a dez horas de barco pelo rio Xingu, em Senador José Porfírio. Nesta terça-feira a juíza Rejane Oliveira pediu apoio à Secretaria da Defesa Social do Pará.

Altamira

Em Altamira, no sudoeste do Pará, uma equipe de 17 pessoas, entre funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), agentes da Polícia Federal, soldados do Exército e Polícia Militar, está impedida de trafegar pela rodovia Transamazônica porque outro grupo de madeireiros bloqueou a estrada em protesto contra a fiscalização do Ibama e a presença do Greenpeace.

O coordenador-geral de fiscalização do Ibama, em Brasília, Marcelo Marquesini, disse que o órgão pediu apoio ao Ministério da Justiça e reforço da Polícia Federal na segurança dos agentes do órgão que fazem que fazem a operação de combate à exploração ilegal de madeira e desmatamentos.

Colaborou JOSÉ EDUARDO RONDON, da Agência Folha
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página