Publicidade
Publicidade
20/05/2004
-
17h57
da Folha Online
Uma aeronave da Vasp que saiu do aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos), com destino a Fortaleza (CE) sofreu uma despressurização no início da madrugada desta quinta-feira. Com o problema, a aeronave retornou para Guarulhos. Passageiros tiveram tontura, dor de cabeça e ouvido, em conseqüência da despressurização.
As aeronaves comerciais geralmente utilizam níveis de vôo que oscilam entre 30 mil e 40 mil pés (ou entre cerca de 9.000 e 12 mil metros), e, nessa altitude fica impossível a vida humana, pois, com a altitude, os efeitos externos começam a provocar alterações no organismo.
Para compensar essas situações e permitir a sobrevivência, a aeronave é pressurizada, ou seja, à medida que sobe, mais ar é "injetado" em seu interior, provocando aumento de pressão interna de modo que seja compatível ao ser humano.
O ser humano está acostumado a uma certa pressão atmosférica, dependendo da altitude em que vive. Por esse motivo, por exemplo, atletas que vivem no nível do mar ou próximo dele têm dificuldade para praticar esportes em lugares muito altos.
Em um avião, o sistema de ventilação pressuriza a cabine de modo que a pressão interna fique o mais próximo possível da pressão "normal" --a do nível do mar. O sistema é controlado pelas turbinas da aeronave. Para que isso dê certo, no entanto, é necessário que a cabine seja totalmente vedada. Caso contrário, a tendência da natureza é de "equalizar" as pressões.
Um bom exemplo é observar o funcionamento de uma "panela de pressão", onde a pressão interna acaba se tornando muito maior que a pressão externa. Essa é a razão de em alguns filmes, quando ocorre uma perfuração qualquer em uma janela ou parte da estrutura da aeronave, tudo é "sugado" e a aeronave, praticamente, se desintegra.
Falhas
A cabine de uma aeronave pode se despressurizar por dois motivos: uma falha no sistema de ventilação ou uma falha na vedação da cabine, que tanto pode ser uma porta mal fechada como um buraco qualquer.
A tendência de "equalização" da pressão pode até causar explosão, se a diferença de pressão interna e externa for muito grande e dependendo do tamanho da falha na vedação. Quanto mais alto estiver o avião, maior a diferença entre a pressão interna e a externa.
Quando ocorre a despressurização, a aeronave precisa descer até uma altitude entre 8.000 e 10.000 pés (entre cerca de 2.400 e 3.000 metros), onde a pressão se torna suportável.
Conseqüências da despressurização
O mais grave que pode ocorrer com um passageiro de uma aeronave que sofra despressurização é ser "sugado" para fora da cabine. Para que isso aconteça é necessário que o passageiro esteja perto do lugar onde há a falha de vedação, que tem que ser suficientemente grande para que o passageiro passe.
Segundo o professor de aviação civil da Universidade Anhembi-Morumbi, Edson Luiz Gaspar, algumas reações podem ser provocadas no indivíduo devido à diferença de pressão. Estas reações são chamadas de aerobaropatia, que pode ser cavitária ou plasmática.
Aerobaropatias cavitárias ocorrem pois em algumas cavidades de nosso organismo existe a presença de gases atmosféricos e com a variação de pressão, esses gases se expandem e provocam dores intensas e em alguns casos até ruptura de tecidos.
Já a aerobaropatia plasmática, também chamada de aeroembolismo, é causada pelas reações sofridas pelo nitrogênio que se encontra dissolvido no plasma sangüíneo, que provoca o aparecimento de perturbações que são na realidade a formação de bolhas ou êmbolos de nitrogênio que se destacam na corrente sangüínea e dos tecidos.
É devido a esses efeitos que os passageiros sentem dores de cabeça, náuseas, podem sofrer estouro de tímpano e até a perder a capacidade de respirar.
Entenda por que as aeronaves precisam ser pressurizadas
Publicidade
Uma aeronave da Vasp que saiu do aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos), com destino a Fortaleza (CE) sofreu uma despressurização no início da madrugada desta quinta-feira. Com o problema, a aeronave retornou para Guarulhos. Passageiros tiveram tontura, dor de cabeça e ouvido, em conseqüência da despressurização.
As aeronaves comerciais geralmente utilizam níveis de vôo que oscilam entre 30 mil e 40 mil pés (ou entre cerca de 9.000 e 12 mil metros), e, nessa altitude fica impossível a vida humana, pois, com a altitude, os efeitos externos começam a provocar alterações no organismo.
Para compensar essas situações e permitir a sobrevivência, a aeronave é pressurizada, ou seja, à medida que sobe, mais ar é "injetado" em seu interior, provocando aumento de pressão interna de modo que seja compatível ao ser humano.
O ser humano está acostumado a uma certa pressão atmosférica, dependendo da altitude em que vive. Por esse motivo, por exemplo, atletas que vivem no nível do mar ou próximo dele têm dificuldade para praticar esportes em lugares muito altos.
Em um avião, o sistema de ventilação pressuriza a cabine de modo que a pressão interna fique o mais próximo possível da pressão "normal" --a do nível do mar. O sistema é controlado pelas turbinas da aeronave. Para que isso dê certo, no entanto, é necessário que a cabine seja totalmente vedada. Caso contrário, a tendência da natureza é de "equalizar" as pressões.
Um bom exemplo é observar o funcionamento de uma "panela de pressão", onde a pressão interna acaba se tornando muito maior que a pressão externa. Essa é a razão de em alguns filmes, quando ocorre uma perfuração qualquer em uma janela ou parte da estrutura da aeronave, tudo é "sugado" e a aeronave, praticamente, se desintegra.
Falhas
A cabine de uma aeronave pode se despressurizar por dois motivos: uma falha no sistema de ventilação ou uma falha na vedação da cabine, que tanto pode ser uma porta mal fechada como um buraco qualquer.
A tendência de "equalização" da pressão pode até causar explosão, se a diferença de pressão interna e externa for muito grande e dependendo do tamanho da falha na vedação. Quanto mais alto estiver o avião, maior a diferença entre a pressão interna e a externa.
Quando ocorre a despressurização, a aeronave precisa descer até uma altitude entre 8.000 e 10.000 pés (entre cerca de 2.400 e 3.000 metros), onde a pressão se torna suportável.
Conseqüências da despressurização
O mais grave que pode ocorrer com um passageiro de uma aeronave que sofra despressurização é ser "sugado" para fora da cabine. Para que isso aconteça é necessário que o passageiro esteja perto do lugar onde há a falha de vedação, que tem que ser suficientemente grande para que o passageiro passe.
Segundo o professor de aviação civil da Universidade Anhembi-Morumbi, Edson Luiz Gaspar, algumas reações podem ser provocadas no indivíduo devido à diferença de pressão. Estas reações são chamadas de aerobaropatia, que pode ser cavitária ou plasmática.
Aerobaropatias cavitárias ocorrem pois em algumas cavidades de nosso organismo existe a presença de gases atmosféricos e com a variação de pressão, esses gases se expandem e provocam dores intensas e em alguns casos até ruptura de tecidos.
Já a aerobaropatia plasmática, também chamada de aeroembolismo, é causada pelas reações sofridas pelo nitrogênio que se encontra dissolvido no plasma sangüíneo, que provoca o aparecimento de perturbações que são na realidade a formação de bolhas ou êmbolos de nitrogênio que se destacam na corrente sangüínea e dos tecidos.
É devido a esses efeitos que os passageiros sentem dores de cabeça, náuseas, podem sofrer estouro de tímpano e até a perder a capacidade de respirar.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice