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01/07/2004 - 23h18

Detentos podem usar orelhões instalados em presídio da Bahia

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da Agência Folha, em Salvador

Sem rebeliões, fugas ou brigas entre grupos rivais, os 1.709 detentos da maior penitenciária da Bahia conseguiram uma regalia que outros presos normalmente só obtêm de forma ilegal: ter telefones públicos dez horas por dia na área interna do sistema prisional.

Na Penitenciária Lemos Brito, há um ano, três telefones funcionam como meio de comunicação dos presos com o mundo exterior. O caso foi tema de reportagem do jornal "A Tarde".

"Por esses telefones podemos falar com os nossos familiares e entrar em contato com os nossos advogados e com a Justiça para agilizar os processos", disse um dos internos que há 16 anos cumpre pena por homicídio. Ele não quis ser identificado.

O pedido dos telefones públicos foi feito pelos próprios detentos, por meio de um abaixo assinado enviado à direção do presídio. Após a autorização, a operadora de telefonia local instalou três aparelhos na unidade 4 da penitenciária: dois no pátio e um na enfermaria.

Uso

A fila para ligações começa às 7h e só termina às 17h, quando os presos são recolhidos. Em média, cem pessoas utilizam o telefone público por dia. "A gente cuida melhor deles do que da gente mesmo", disse outro detento, que se identificou apenas como Daniel.

Os presos disseram que os telefones públicos não ajudam a facilitar fugas. "O sistema hoje é corrupto. Você, tendo dinheiro, não tem problemas para ficar na cadeia. Os esquemas de fugas acontecem somente com a corrupção", disse outro detento. Segundo ele, caso o presídio retire os telefones, "a cadeia vai esquentar". "Aí sim que eles vão ter muitos problemas", disse.

A Secretaria da Justiça e Direitos Humanos informou que o telefone público é controlado pelos agentes penitenciários e que estão instalados somente nas unidades de detentos de baixa periculosidade.

"Os telefones são usados até como uma forma de sustentar a estabilidade da unidade, porque eles sabem que a primeira coisa que fazemos quando tem problema no módulo é tirar o telefone", disse o secretário da Justiça e Direitos Humanos, Sérgio Ferreira, 50.

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