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REFLEXÃO


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pensata
01/03/2005
Deputados não sabem a surra cívica que vão levar

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, sabe que a opinião pública vai ficar irritada com o aumento dos deputados, mas imagina que, com o tempo, tudo estará esquecido. Não tem dúvida de que a medida, apesar de impopular, será aprovada. Há uma imensa chance de ser mesmo aprovada, mas não será tão fácil assim --a cada dia que passa, aliás, ficará mais difícil.

Se é justo ou não, é outro motivo. O aumento está virando a síntese da irritação brasileira, da noção disseminada de que pagamos muitos impostos e o dinheiro público é desperdiçado. Isso ocorre em meio a mais uma tentativa de elevação de impostos que bate na classe média. Podemos estar diante daquelas situações novas que servem como marco.

Os deputados estão conscientes de que vão apanhar. O que talvez não saibam é que vão levar uma monumental surra cívica, capaz de comprometer, para alguns deles, a reeleição. Nomes de parlamentares que votarem a favor do aumento serão expostos pelas rádios, televisões, jornais, internet. Haverá um bombardeamento de e-mails. Existem entidades propondo panelaços e passeatas.

Talvez estejamos vivendo alguns daqueles exemplos cívicos, tipo campanha das diretas, que ajudam os cidadãos perceber que os poderosos têm menos poder do que imaginam. E de que os indivíduos comuns são mais fortes do que supõem.

Coluna originalmente publicada na Folha Online, na editoria Pensata.

   
 
 
 

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