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Bolsa-escola
não deveria ser brincadeira eleitoral
O Ministério
da Educação acusa as prefeituras do PT de atrasar
a entrega do cadastramento das famílias com direito
a receber a bolsa-escola. Apenas no município de São
Paulo essa demora significa prejuízos a 79 mil famílias,
que deixam de receber entre R$ 15,00 e R$ 45,00 mensais. 'Sabotagem',
afirma-se no governo federal.
No PT,
acusa-se o recurso da bolsa-escola como uma "esmola",
aponta-se manipulação eleitoral -- afinal, o
ministro Paulo Renato Souza é presidenciável
-- e critica-se a fragmentação dos programas
de complementação de renda.
É
razoável -- muito razoável, diga-se -- a argumentação
do secretário do Trabalho da cidade de São Paulo,
Mário Pochmann, de que há uma profusão
de programas de renda mínima, nos níveis federal,
estadual e municipal. "É óbvio que deveríamos
articular todos esses programas, fazendo que as famílias
tivessem apenas um cartão", afirma Pochmann.
O PT tem
até razão de reclamar da falta de articulação
dos programas sociais -- e o governo também tem motivos
para suspeitar de que, por trás da demora, tenha uma
reação política, de olho na sucessão
presidencial. Claro, mais que óbvio, que, para o presidente
Fernando Henrique Cardoso, a bolsa-escola também tem
significado eleitoral.
Não
vou entrar, aqui, no debate sobre quem tem ou não razão.
O problema central é o seguinte: enquanto os poderosos
discutem, o lado mais frágil -- as famílias
excluídas -- deixam de receber uma valiosa ajuda.
Pela importância
desse programa, situação ou oposição,
quem mexer com a bola-escola corre o risco de quebrar a cara.
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