Escassez
valoriza webdesigner
Desemprego é
palavra desconhecida para os webdesigners. A profissão é
uma das mais valorizada na área de Internet, pois há
poucos profissionais qualificados para exercê-la.
O webdesigner
é o responsável pela "cara" de um site,
aliando conhecimentos de design a necessidades específicas
da rede.
Os cursos na
área são novos e o profissional acaba sendo autodidata.
Como as demais profissões ligadas às tecnologias modernas,
a escassez de mão-de-obra contribui para que os salários
sejam altos: entre R$ 2.500 e R$ 4.000 em média.
Especialistas
acreditam, porém, que o mercado está superaquecido
no momento e os salários, exagerados, devem se equilibrar
com o tempo.
(Folha
de S.Paulo - 02/07/00)
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Falta
mão-de-obra qualificada
Que tal procurar
emprego em um mercado que ainda registra mais vagas disponíveis
que profissionais desempregados? A área existe e se chama
webdesign.
Contratado para
pensar a apresentação dos sites, o webdesigner combina
as qualidades de um designer tradicional com a compreensão
das minúcias da Web.
O novo perfil
exige domínio de ferramentas e de conhecimentos específicos
para o desempenho da função. Além disso, é
indispensável ser autodidata, ter capacidade de se manter
atualizado e acompanhar tendências que mudam em uma velocidade
estonteante.
Para quem tem
interesse em investir nessa carreira, vale adiantar que o esforço
é enorme, porém quase sempre válido.
"Todas
as profissões ligadas às tecnologias modernas ainda
enfrentam uma séria escassez de mão-de-obra qualificada",
comenta Vânia Ejzenberg, consultora e diretora da Ejzenberg
RH, empresa especializada na captação de talentos
para o segmento de tecnologia da informação.
Segundo ela,
os salários dos webdesigners também têm médias
promissoras. "Ficam entre R$ 2.500 e R$ 4.000", avalia.
"Salários estão hoje exagerados"
O mercado Web
atravessa hoje uma fase de crescimento e expansão que lhe
atribui características de uma "corrida do ouro".
A observação é da "webstrategist"
e professora do departamento de jornalismo e editoração
da ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP (Universidade
de São Paulo) Elizabeth Saad, 46.
"Atravessamos
um período de adaptação, e o mercado ainda
não possui parâmetros claros. Entre os webdesigners,
encontramos "micreiros", criadores publicitários
e de design gráfico que migraram para a nova tecnologia e
até autodidatas que conseguiram perceber sozinhos as peculiaridades
da Internet", afirma.
Atualmente há
um superaquecimento do mercado e até uma supervalorização
dos profissionais, dizem os especialistas. "Os salários
estão exagerados porque ainda são poucos os capacitados.
Mas isso deve se equilibrar com o tempo", diz Marcelo Claro,
sócio-diretor da Kreanto, empresa de marketing pela Internet.
Claro ressalta
que boa parte daqueles que ocupam hoje cargos de webdesigners não
tem, necessariamente, noções de design. "O termo
"webdesigner" é usado tanto para definir quem tem
capacidade criativa para conceber sites quanto para quem apenas
domina ferramentas de produção."
Criação
e produção são as duas ramificações
básicas da atividade. Para ser um webdesigner de criação,
o profissional precisaria ter, além de conhecimentos de informática,
uma boa formação em comunicação visual.
O webdesigner
de produção, por sua vez, seria aquele que possui
mais conhecimentos técnicos e atua na execução
do que foi planejado pelo profissional de criação.
Geralmente ganha menos.
"Bons webdesigners
de criação ainda são muito raros, pois precisam
ser profissionais completos, criativos e de bom senso estético.
O trabalho de produção requer uma bagagem menor, que
se restringe ao domínio de linguagens como HTML e de ferramentas
como Dreamweaver e Adobe Photoshop", afirma Roberto Guarnieri,
28, presidente da agência de publicidade A1 Brasil.
A empresa, especializada
em publicidade direcionada para a Internet, mantém, há
dois anos, seu índice anual de crescimento em 140%. "Isso
nos leva a recrutar profissionais praticamente todas as semanas.
Encontrar gente preparada é muito difícil, por isso
temos investido bastante em formação", conta
Guarnieri.
"Link" à carreira impõe desafios
A possibilidade
de "emprego fácil" e a fama de "pagar bem"
são os atrativos óbvios da carreira de webdesigner.
Nem sempre a história é essa para todos, mas o desafio
de apostar em um segmento que exige dedicação e convida
ao aperfeiçoamento constante é outro grande fator
de motivação apontado pelos profissionais que decidiram
batalhar nessa área.
Formada em ciência
da computação, Daniela Sato, 25, começou a
trabalhar com design para a Internet há seis meses. Antes
disso, atuava como bancária e confessa que "detestava
o que fazia". "Já acordava querendo que chegasse
o fim do expediente", lembra.
Foi a insatisfação
que fez com que ela procurasse um aperfeiçoamento em Internet.
"Joguei tudo para o alto e fui fazer um curso profissionalizante.
O começo foi difícil, trabalhava sem ganhar nada.
Mas a empresa se firmou", relata Daniela, hoje sócia-proprietária
da Fábrica W.
Amargar um período
de renúncias, de muito trabalho e pouco dinheiro é
quase sempre uma etapa inevitável para quem pretende criar
sua empresa no ramo.
Proprietário
da Alpha Design Web Solutions, o webdesigner Amaury Melo, 26, teve
que abrir mão do padrão de vida garantido por seu
emprego anterior, que lhe rendia R$ 6.000/mês, quando decidiu
apostar no próprio negócio.
"Fiz diversos
sacrifícios. Voltei a morar com a minha mãe e não
troco de carro há dois anos. Mas não me arrependo
de nada", diz.
Dê seus primeiros passos na área
Adquirir noções
de HTML (linguagem que codifica textos e imagens para que possam
ser utilizados em sites) e dominar pelo menos uma ferramenta de
criação gráfica (como o Coreldraw, da Corel,
ou o Adobe Photoshop, da Adobe) são os primeiros passos para
quem pensa em se profissionalizar como webdesigner.
Combinados,
esses dois conhecimentos servirão de base para a criação
dos seus primeiros sites. Porém você sempre vai precisar
aprender mais a cada dia.
Para facilitar
sua vida, existem hoje vários softwares que funcionam como
interfaces "amigáveis" na criação
de sites e dispensam o domínio total do HTML, como o FrontPage,
da Microsoft, e o Dreamweaver, da Macromedia.
Para criar animações,
você utilizará o Flash, também da Macromedia.
E a linguagem Java Script servirá para reforçar a
interatividade do site com o internauta.
"Também
é preciso ler, frequentar museus e navegar na Internet para
se informar sempre mais", afirma Roberto Guarnieri, da agência
A1 Brasil.
(Tatiana Diniz
- Folha de S.Paulo)
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