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Dia 21.09.01

 

 

Jovens estão estudando mais antes de entrar no mercado de trabalho

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, desde 1991, cada vez menos pessoas estão empregadas ou procuram emprego. Essa redução, aponta o instituto, se deve ao número de pessoas ocupadas entre 5 e 17 anos, que passou caiu de 9,7 milhões para 7,7 milhões entre 1992 e 1998.

Para o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Armand Pereira, a principal explicação para o comportamento é que os brasileiros mais jovens estão adiando a entrada no mercado de trabalho para estudar. Entre 1991 e 1999, diz ele, a cobertura do ensino médio subiu de 62% para 84% na população de 15 a 17 anos. A evolução foi de 22% para 33% na faixa entre 18 a 24 anos.

Já o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), Sérgio Mendonça, acredita que o país não tem dado conta de absorver o contingente que poderia ingressar na força de trabalho.

(Gazeta Mercantil)

 

 
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Mais entraves para o trabalho dos jovens

É cada vez menor a proporção de pessoas que trabalham em relação ao total da população brasileira em idade ativa. A taxa de atividade média, que registrava 61,07% em 1991, terminou a década passada em 58,02%. E mais: segundo os dados deste ano até julho, o índice está em 56,55%, conforme dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é calculada dividindo a População Economicamente Ativa (PEA) pela População em Idade Ativa (PIA).

O instituto considera integrantes da PEA a população ocupada além daqueles que procuraram emprego na semana anterior à pesquisa, classificados como desempregados. A PIA é composta por todos os brasileiros com mais de quinze anos.

A redução das taxas de atividade indica que o número de pessoas que integram a força de trabalho (empregados ou em busca de ocupação) está crescendo menos do que o contingente com maturidade para ingressar no mercado.

Em julho de 1997 (ano a partir do qual há dados suficientes para se fazer análises com números absolutos da PME), a população em idade ativa de Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) - as seis capitais observadas na pesquisa - cresceu 9,5%. Era de 29,6 milhões naquela data e passou a 32,4 milhões no mesmo mês de 2001. No mesmo intervalo de tempo, a população economicamente ativa passou de 17,4 milhões a 18,3 milhões - expansão de apenas 5%.

Para o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Armand Pereira, a principal explicação para o comportamento é que os brasileiros mais jovens estão adiando a entrada no mercado de trabalho para estudar.

Ele afirma que o número de pessoas ocupadas entre 5 e 17 anos caiu de 9,7 milhões para 7,7 milhões entre 1992 e 1998, segundo as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (Pnads), do IBGE. Entre 1991 e 1999, diz ele, a cobertura do ensino médio subiu de 62% para 84% na população de 15 a 17 anos. A evolução foi de 22% para 33% na faixa entre 18 a 24 anos.

O professor de Relações do Trabalho da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, José Pastore pensa da mesma forma. "Está havendo aumento do contingente que se dedica exclusivamente à escola. Trata-se de um fenômeno positivo", observa. Ele considera, ainda, que o número de aposentados que trabalha também caiu.

Para o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), Sérgio Mendonça, no entanto, a redução da taxa de atividade reflete uma dinâmica perversa no mercado de trabalho brasileiro. "Ao longo dos anos, o País não tem dado conta de absorver o contingente que poderia ingressar na força de trabalho devido à sua estrutura econômica", analisa Mendonça.

"A população em idade ativa cresce de acordo com a estrutura demográfica, mas a expansão da força de trabalho também envolve questões econômicas e sociais, entre outras."

A dificuldade de encontrar emprego não exclui a hipótese de maior dedicação aos estudos na explicação das modestas taxas de crescimento da força de trabalho, na avaliação do especialista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Luiz Parreiras. "As pessoas estão estudando mais porque têm a percepção da dificuldade de encontrar emprego e a escolaridade pode aumentar suas chances", afirma.

Na última década, segundo Parreiras, o percentual da população economicamente ativa com zero a quatro anos de estudo caiu 29%, comparado a crescimento de 73%, quando se trata de pessoas que passaram entre 9 e 11 anos na escola.

Parreiras lembra que fazer parte da população economicamente ativa não significa estar empregado. "Há um discurso de que as pessoas não conseguem emprego por serem mal qualificadas, mas a maior taxa de desemprego, segundo a PME, está entre os indivíduos com entre 9 e 11 anos de estudo, em que atinge 9,2%", ressalta.

Ainda com base em dados do IBGE, o economista do Ipea mostra que o recuo da taxa de atividade média na década foi pressionado pelos mais jovens. Entre os indivíduos de 15 a 17 anos, ela despencou de 35,8%, em 1991, para 19,4%, em 2000. Na faixa etária de 18 a 24 anos, o recuo foi menor, de 68,9% para 63,7%. A partir daí, começa a subir. Para as pessoas de 25 a 29 anos, ela atingiu 76,4% ano passado, ante 74,8% em 1991. Desse patamar para frente, a taxa de atividade só volta a cair quando se atinge a faixa de mais de 60 anos.

A pesquisadora responsável pela PME, Shyrlene Ramos, observa que a população ocupada em relação à população em idade ativa caiu 5,08% entre 1991 e o ano 2000, passando de 58,1% para 53,9%.

No mesmo período, a razão entre PEA e PIA recuou 3,05 pontos percentuais. "O comportamento da taxa de atividade se explica especialmente pela ocupação", afirma. Shyrlene chama atenção também que entre os setores de atividade, a população ocupada na indústria de transformação foi a que mais caiu em relação ao total da população em idade ativa na década. Passou de 13,05% para 8,66%.

Enquanto isso, os indivíduos desempregados, que representavam 2,9% da PIA em 1991, em2000 chegaram a 4,1%. "Houve uma grande ênfase em modernização nos anos 90. Muitas ocupações foram criadas, mas muitas também foram extintas", diz Shyrlene. "É preciso estimular o crescimento de setores intensivos em mão-de-obra", afirma.

Apesar de minimizar a importância da dificuldade de ingresso no mercado de trabalho no recuo da taxa de atividade no Brasil, Pastore reconhece que o País não tem gerado emprego nem em quantidade nem em qualidade suficiente.
Sergio Mendonça, do Dieese, estima que cerca de 1,6 milhão de pessoas tentam entrar no mercado de trabalho todos os anos. Além de uma taxa de crescimento capaz de absorver esse novo contingente, é preciso lembrar também do estoque de desempregados que se acumula ano após ano. A PME não faz distinção entre empregos no setor formal ou informal da economia.

(Gazeta Mercantil)

 

 
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Maioria dos que tomam coquetel está sem emprego

Mais da metade dos cerca de 40 mil pacientes com Aids que tomam o coquetel no Estado de São Paulo vivem desempregados. Estão mais ameaçados pela subsistência do que pelos efeitos do vírus HIV. A pobreza tem sido o principal aliado da doença.

Os números e as constatações surgiram no encontro sobre os 20 anos de combate à Aids no Estado de São Paulo promovido na última segunda-feira pela Folha e pelo Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids) de São Paulo.

A questão do desemprego é reveladora dos avanços, retrocessos e desafios contabilizados em duas décadas de epidemia. A queixa do emprego indica que os pacientes estão suficientemente bem para trabalhar. Mas indica a permanência do preconceito em relação aos doentes e o avanço da epidemia entre os mais pobres.

"E isso no Estado que criou, ainda em 1983, o primeiro programa de prevenção e combate à Aids da América Latina", disse Arthur Kalichman, coordenador do programa de Aids do Estado de São Paulo. Este também é o Estado onde estão quase metade das cerca de 500 ONGs que trabalham com Aids no país.

Vistas pelo ângulo das conquistas, as duas décadas estão repletas de marcos: em 1985, a criação da primeira ONG-Aids (o Gapa São Paulo), a chegada do AZT, em 89, o caso Sheila, em 93, que abriu os debates sobre o preconceito nas escolas, o acesso ao coquetel de medicamentos, em 1997, e a briga pela quebra de patentes, neste ano. "As ONGs tiveram presentes em todos os momentos", disse Rubens de Oliveira Duda, presidente do Fórum de ONGs-Aids do Estado de São Paulo.

Enquanto o Estado assumiu o tratamento da doença - garantindo medicamento a todos -, as ONGs continuam atuando quase sozinhas quando se trata da prevenção. Com o final dos projetos que contavam com dinheiro de fora e do governo federal, o desafio agora está em integrar as ações de prevenção dentro do SUS e dentro dos orçamentos municipais e estaduais. "Mesmo o que está garantido por lei, como a assistência, ainda sofre abalos e necessita de uma vigilância constante das ONGs", disse José Carlos da Silva, secretário-geral do Gapa.

No caso de São Paulo, os participantes quiseram saber quando a prefeitura vai fazer sua parte. Fábio Mesquita, coordenador do programa municipal de Aids, disse que a implantação do PAS (Plano de Assistência à Saúde) paralisou as ações na cidade onde estão 22% dos 210 mil casos de Aids no país. Mesquita afirmou que a Aids é uma prioridade do PT e enumerou algumas das questões prioritárias. Entre elas o equilíbrio nos gastos entre prevenção e assistência, a "sustentabilidade das ações", a integração com o SUS (Sistema Único de Saúde) e ampliação da luta pelos direitos humanos.


(Folha de S. Paulo)

 

 
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