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Dia 22.08.02

 

Bird quer crescimento mais sustentável para a economia mundial

Para que o crescimento econômico sustentável seja alcançado, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) recomenda o fortalecimento das instituições, que englobam desde governos até agências reguladoras do mercado de capitais. Os dados constam do Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial divulgado ontem, pelo Banco.

O documento, que será levado à Cúpula da Terra, encontro mundial que começa na próxima segunda-feira em Joanesburgo (África do Sul) conclui que há uma janela de oportunidades nos próximos 20 a 50 anos para obter-se crescimento econômico sustentável. Para isso seria preciso reduzir a desigualdade na distribuição da renda mundial e fortalecer as instituições.

O relatório cita a urbanização de favelas no Brasil - em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo, com concessão de documento de posse para seus habitantes - como exemplo de "inovação institucional" bem sucedida e que pode ser copiada por outros países.

O estudo do Bird, o 25º da série, afirma: "sem políticas e instituições melhores, as pressões sociais e ambientais poderão desviar o progresso do desenvolvimento, levando a níveis mais altos de pobreza e a um declínio da qualidade de vida para todos."

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Um crescimento mais sustentável

O movimento seria liderado pela China e pela Índia e beneficiaria países pobres e de renda média. Este grupo de países responderia por mais de um terço da taxa de crescimento de 60% no PIB mundial no período.

Para que o crescimento econômico sustentável seja alcançado, o Bird recomenda o fortalecimento das instituições, que englobam desde governos até agências reguladoras do mercado de capitais. O relatório cita a urbanização de favelas no Brasil - em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo, com concessão de documento de posse para seus habitantes - como exemplo de "inovação institucional" bem sucedida e que pode ser copiada por outros países.

Também cita o caso da Enron - a maior trader de energia do mundo, com sede nos Estados Unidos, e cuja falência decretada no início deste ano trouxe à tona uma série de escândalos financeiros, com manipulação de dados contáveis por parte de empresas.

O colapso da Enron é lembrado pelo Bird como exemplo de falha de instituições que deveriam proteger as pessoas, no caso os empregados da Enron e os investidores que compraram ações da empresa na Bolsa de Valores.

O estudo do Bird, o 25º da série, afirma: "sem políticas e instituições melhores, as pressões sociais e ambientais poderão desviar o progresso do desenvolvimento, levando a níveis mais altos de pobreza e a um declínio da qualidade de vida para todos."

O Bird, presidido por James Wolfensohn, volta a pedir que os países ricos abram mais seus mercados e cortem subsídios agrícolas "que deprimem a renda dos agricultores do Terceiro Mundo". O relatório apela aos países ricos que suspendam "o gasto de US$ 1 bilhão por dia em subsídios agrícolas". As nações ricas também precisam "aumentar o fluxo da assistência, remédios e novas tecnologias para os países em desenvolvimento".

A transferência de tecnologia deveria concentrar-se na prevenção de doenças e no aumento da eficiência energética e da produtividade agrícola.

"O mundo precisa agir para ajudar os mais pobres a gerenciarem seus próprios recursos e aumentarem sua produtividade e renda agora, dar poder a essas comunidades e ajudá-las a se preparar para as demandas das décadas futuras", diz o economista-chefe do Bird, Nicholas Stern.

O banco dedica boa parte do relatório, de 250 páginas, ao meio ambiente. A degradação do solo, a destruição de florestas e a extinção de animais e plantas vêm crescendo a taxas preocupantes. "Desde a década de 1950, quase 2 milhões de hectares de terra, representando 23% de todas as terras cultiváveis, pastos, florestas e bosques, sofreram degradação e as florestas tropicais estão desaparecendo a uma taxa de 5% por década", informa o relatório.

Meio ambiente Nos países em desenvolvimento, centenas de cidades ainda registram altos níveis de poluição e, em nível global, a capacidade da biosfera de absorver dióxido de carbono sem alterar a temperatura tem sido comprometida, pois combustíveis fósseis, como petróleo, são a principal fonte de energia. O consumo de energia tem crescido nas mesmas taxas do produto interno bruto.

Nos últimos 50 anos, diz o relatório, o mundo tem gerado excesso de nitrogênio - em especial de fertilizantes, esgoto humano e queima de combustíveis fósseis. O nitrogênio em excesso produz desequilíbrios na natureza, como redução da fertilidade do solo e aumento exagerado de nutrientes em lagos, rios e águas costeiras, observam os técnicos do Bird.

Se a taxa atual de liberação de nitrogênio for mantida, sua quantidade na natureza poderá dobrar em 25 anos.

O relatório lembra que o mundo demorou quase 20 anos para perceber quão danosa era a emissão do gás cloro-flúor-carbono (CFC), aquele usado em geladeiras, extintores de incêndio e aerosóis. No início dos anos 70, um cientista inglês, James Lovelock, desenvolveu uma técnica para detectar traços de CFC na atmosfera e chegou a pedir permissão para medir a concentração de CFC sobre o Atlântico.

A permissão foi negada, mas ele persistiu. Anos depois, descobriu-se que a camada de ozônio estava sendo perfurada e que os "buracos" permitiam que raios ultravioleta atravessassem a atmosfera, aumentando o risco de câncer de pele. Apenas em 1987, com o Protocolo de Montreal, os países concordaram em reduzir o uso do CFC e hoje o problema continua sendo tratado, com gastos estimados em mais de US$ 1,3 bilhão por parte dos países em desenvolvimento.

Mais grave, porém, é a questão da emissão de gases-estufa, como o dióxido de carbono, por exemplo, cuja grande quantidade na atmosfera provoca desequilíbrios na temperatura.

O relatório do Bird não diz, mas sabe-se que o Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução de emissão para esse tipo de gás, não foi ratificado pelo maior poluidor do mundo, os Estados Unidos.

E os custos da poluição do ar e da água são mais pesados nos países em desenvolvimento. Estimativas recentes, segundo o relatório do Bird, indicam que cerca de 11% de doenças e mortes em recém-nascidos em países em desenvolvimento são causadas por problemas relacionados a fornecimento de água, saneamento e poluição do ar. Esse percentual é bem próximo da taxa de 15% de doenças e mortes causadas por má nutrição.

(Gazeta Mercantil)

 

 
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