ONU
aprova suspensão da pena de morte
Pela segunda vez contrariando
os Estados Unidos, a Comissão de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta
quarta-feira uma resolução que pede a suspensão da pena de
morte no mundo.
A proposta prevê uma
moratória das execuções como primeiro passo para uma abolição
definitiva. Pede ainda que menores de 18 anos, mulheres grávidas e doentes
mentais não sejam condenados à morte.
Dos 53 membros da comissão,
27 votaram a favor do fim da pena, inclusive o Brasil. Dezoito votaram contra,
entre eles EUA, China, Japão e Arábia Saudita.
Sete países, incluindo Cuba e Índia, que também adotam a
pena de morte, abstiveram-se de votar, e a Libéria não participou
da votação.
A pena de morte existe em
86 países do mundo, mas EUA, China, Irã, Arábia Saudita e
Congo (ex-Zaire) concentram 85% de todas as execuções conhecidas.
(Folha de S.Paulo)
ONU contraria EUA e pede
suspensão da pena de morte
A Comissão de Direitos
Humanos da ONU, em Genebra, aprovou ontem, contra a vontade dos EUA, uma resolução
pedindo a suspensão da pena de morte no mundo. A comissão propõe
uma moratória das execuções como primeiro passo para uma
abolição definitiva e pede que menores de 18 anos, mulheres grávidas
e doentes mentais não sejam condenados à morte.
A resolução
foi proposta pela União Européia (UE), preocupada com o grande número
de execuções, principalmente nos EUA. A Suécia, atual presidente
UE, disse que a abolição da pena de morte, considerada contrária
ao direito à vida, é um dos principais objetivos do bloco europeu
na área de direitos humanos.
A preocupação
da União Européia com o tema cresceu após a eleição,
em novembro, nos EUA, do presidente George W. Bush, um firme defensor da pena
de morte. Mais de 150 pessoas foram executadas no Texas durante os cinco anos
em que Bush governou o Estado antes de chegar à Casa Branca.
O embaixador americano George
Moose defendeu as execuções, dizendo que o direito internacional
não proíbe a pena de morte quando aplicada a crimes graves após
um julgamento correto.
Segundo ele, cada nação
deve poder decidir por si mesma se aceita ou não a pena de morte. Moose
disse que, nos EUA, a única preocupação da opinião
pública é com a justiça do processo.
A Anistia Internacional
afirma, no entanto, que os EUA têm executado prisioneiros com problemas
mentais e pessoas que tinham menos de 18 anos na época do crime, o que
é proibido por leis internacionais.
A suspensão da pena
de morte foi aprovada por 27 dos 53 membros da comissão. Dezoito países
votaram contra, entre eles EUA, China, Japão e Arábia Saudita.
Sete países, incluindo
Cuba e Índia, que também adotam a pena de morte, abstiveram-se de
votar, e um país, a Libéria, não participou da votação.
A resolução
não tem força de lei, mas é mais um trunfo para os ativistas
de direitos humanos que lutam contra a pena de morte.
A votação
de ontem foi a segunda derrota dos EUA na ONU esta semana em matéria de
direitos humanos. Na segunda-feira, a comissão aprovou resolução
proposta pelo Brasil definindo como "direito humano" o acesso dos pacientes
a medicamentos. Os EUA foram o único país que não apoiou
a proposta.
Na resolução
contra a pena de morte, a Comissão de Direitos Humanos manifesta profunda
preocupação com o fato de vários países executarem
prisioneiros sem levar em conta os limites estabelecidos pelas leis internacionais
nem as garantias para a proteção das pessoas.
A comissão exortou
os países que mantêm a pena de morte a aplicá-la somente em
crimes mais graves, após a decisão final de um tribunal competente,
independente e imparcial. Também pediu que a pena de morte não seja
imposta para crimes não violentos ligados a finanças, à prática
religiosa ou à expressão de idéias.
A pena de morte é
adotada em 86 países do mundo, mas 85% de todas as execuções
conhecidas ocorrem apenas em cinco deles: EUA, China, Irã, Arábia
Saudita e no Congo (ex-Zaire).
Argélia, Filipinas
e Quirguistão adotaram uma "moratória" nas execuções
e, em 20 países, entre eles a Turquia, a pena de morte é prevista
na lei, mas não é aplicada há dez anos. Em 76 países,
não existe pena de morte e, em 13, a execução é admitida
apenas em crimes excepcionais, como os de guerra. É o caso do Brasil.
(Folha de S.Paulo)
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