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Produtos
controlados pelo governo fazem disparar inflação
Alvo recente
de críticas de presidenciáveis tanto do governo como
da oposição, os aumentos das tarifas públicas
e dos preços administrados lideraram a inflação
nos oito anos do Plano Real. Além disso, foram os que tiveram
o maior impacto no Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) acumulado no período, de 117,66%. Os maiores
reajustes desde a estabilidade da moeda, sem exceção,
foram de tarifas ou preços controlados.
No ranking dos
produtos que mais subiram, o gás de cozinha foi o campeão:
disparou 472,16% de julho de 1994 a junho de 2002, segundo levantamento
inédito feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O peso do gás em relação ao salário
mínimo mais do que dobrou no período do Real. Depois
do gás, aparecem as altas do aluguel (382%), telefone fixo
(381,07%), energia elétrica (227,26%) e ônibus urbano
(250,22%). A gasolina, um dos itens de maior peso na inflação
oficial, subiu 211,23%.
Para Eulina
Nunes dos Santos, economista do IBGE, as tarifas e preços
controlados ficaram, antes do Real, muito comprimidos. Tiveram reajustes
tímidos durante os planos econômicos anteriores, diz
ela, cujo objetivo era conter o impacto na inflação.
Outro motivo para o aumento explosivo dos preços administrados
foram as privatizações. Para atrair investidores e
facilitar a venda das então estatais, as tarifas foram ajustadas
para cima. É o chamado realinhamento tarifário para
deixar as empresas (ex-estatais) mais atrativas (à venda),
afirma o economista da LCA.
Leia
mais:
- Inflação
"do governo" dispara no Plano Real
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