Retração
econômica enfraquece negociações salariais e desemprego
sobe
A retração
da economia causada pela alta dos juros e do dólar, o racionamento
de energia elétrica e a instabilidade gerada pela crise argentina
atinge em cheio o emprego industrial e tirou a força dos
sindicatos nas negociações salariais. É o que
aponta reportagem publicada na revistas IstoÉ.
Os reflexos
da freada da economia brotam de todas as fontes. "O desempenho
da economia no segundo semestre de 2001 já está comprometido",
avisou o presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, à revista.
Ele afirmou que o país vive uma das maiores reversões
de expectativas dos últimos anos.
Sentindo que
o mar não está para peixe, muitos desempregados não
têm ânimo nem mesmo para sair de casa à procura
de trabalho - e esse comportamento, conforme o próprio IBGE
reconhece, ajuda a explicar por que o índice que mede o chamado
desemprego aberto recuou um pouco em julho. Como não procuram
emprego, não entram nas estatísticas.
Outro indicador
relevante é aquele que mostra a quantas andam as negociações
salariais entre patrões e sindicatos. À medida que
a crise se agrava, diminui o poder de barganha dos trabalhadores.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas
e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nos dois primeiros meses
do ano todas as categorias conseguiram pelo menos incorporar aos
salários a inflação acumulada desde a negociação
anterior.
Em abril, 20%
das categorias fracassaram. E, em junho, o último dado disponível,
os trabalhadores se deram mal em 56% das negociações.
"Em matéria de mercado de trabalho, não há
um dia D, o desaquecimento sempre provoca um efeito diluído.
É uma bola de neve que vai crescendo", diz o economista
Sérgio Mendonça, diretor do Dieese, entrevistado pela
revista.
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